Capítulo 7

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Por isso o anúncio da separação do casal foi um choque. Apesar de todas as perguntas, Harry evitou cuidadosamente o assunto, recusando-se a explicar as razões do rompimento repentino.

Ele fingiu que estava tudo bem, mas Ron conhecia o jovem bem o suficiente para ver as olheiras e a tristeza em seus olhos. Ele o via se perdendo cada vez mais em seus pensamentos, isolando-se e respondendo apenas em monossílabos, concentrando-se em sua dor.

Ainda mais preocupante, Draco Malfoy havia literalmente desaparecido de circulação. Ele tentou mandar uma coruja para ele, mas a correspondência voltou intacta, provando que Draco nem a leu.

Se alguém tivesse dito a ele que se preocuparia com o Sonserino, ele teria zombado e jurado que isso nunca aconteceria. Mesmo assim... ele fez todo o possível para entrar em contato com ele, sem contar a ninguém, sem sucesso.

Assim, apesar de todos os seus esforços, eles nunca tiveram a menor explicação e só puderam assistir impotentes à longa descida de seu amigo ao inferno. Harry estava desaparecendo lentamente e Ron se sentiu completamente indefeso.

O momento foi particularmente ruim, mas Ron ficou satisfeito por finalmente colocar as mãos no escorregadio Sonserino. Ele pretendia extorquir explicações dele, para finalmente entender o que havia acontecido alguns meses antes.

Como se estivesse entorpecido, Draco deixou-se guiar passivamente pelos melhores amigos de Harry. Ele os insultou tantas vezes durante seus dias em Hogwarts, e ainda assim eles aceitaram seu relacionamento com Harry sem realmente protestar.

Ele reconheceu vagamente a loja dos gêmeos brincalhões e foi empurrado contra uma chaminé. No segundo seguinte, Hermione o abraçava com força, sussurrando um endereço e ele se deixou levar.

Ele piscou ao chegar e reconheceu a casa de Ron e Hermione. Nada parecia ter mudado desde a sua última visita — há uma eternidade — fazendo-o sentir como se estivesse num sonho. Um sonho um pouco estranho onde ele cruzou o caminho de Harry e onde este último mais uma vez escorregou por entre seus dedos.

Draco deixou-se levar até o confortável sofá e Hermione colocou em sua mão uma xícara de chá, seu preferido. A preocupação genuína em seus olhos tocou seu coração e ele teve que morder violentamente o interior da bochecha para não começar a chorar.

Hermione colocou a mão em seu braço e sussurrou gentilmente.

— Se você pudesse nos explicar um pouco o que está acontecendo?

Draco piscou, um pouco confuso, então encolheu os ombros, tentando manter um ar de indiferença.

— A respeito ?

Ron rosnou, visivelmente irritado.

— Nem tente. Harry tem tocado esse verso para nós desde que você desapareceu... Vocês dois estavam felizes, então de repente vocês terminam e parecem... um inferno. Tão bons quanto um ao outro! Droga, Malfoy, quando foi que você teve uma noite inteira de sono?

Draco pousou a xícara com a mão trêmula e esfregou o rosto, com um suspiro cansado.

— Isso realmente não importa mais, não é?

Hermione estreitou os olhos.

— Pelo contrário, parece-me que é muito importante! Você anuncia seu casamento para nós como se fosse uma viagem para Azkaban, poderia começar por aí?

Draco fez uma careta e depois encolheu os ombros.

— Quando voltei para meus pais, eles haviam acompanhado meu… relacionamento com Harry no Profeta e meu pai não ficou muito feliz com a situação. Eu disse a eles que saí e..

Ele parou por um momento antes de expirar.

— Meu pai decidiu se convencer de que eu estava sendo feito refém ou algo igualmente estúpido.

Hermione suspirou, balançando a cabeça.

— Suponho que seja por isso que você nunca respondeu às nossas cartas?

O sonserino piscou, perplexo, antes de parecer resignado.

— Nunca os recebi. Meu pai insistiu que eu seguisse as tradições e fez questão de me encaixar nessa aparência de casamento o mais rápido possível. Afinal, eu estava vivendo deles novamente...

Ele notou o olhar indignado de Hermione e rapidamente continuou, antes que ela pudesse explodir e lançar um discurso apaixonado sobre os antiquados costumes do sangue puro.

— Suspeitei que ele agiria daquela forma, mas isso realmente não importou naquele momento.

Ron rosnou.

— Vamos, Malfoy. Desembucha. O que Harry fez para causar isso?

Draco pulou e olhou para o ruivo, os olhos arregalados em descrença. Vendo sua expressão atordoada, Ron riu e encolheu os ombros.

— Eu conheço Harry. Ele é meu melhor amigo, mas pode ser totalmente teimoso. E eu o conheço bem o suficiente para saber que se ele não se sentisse culpado, ele teria feito questão de trazer você de volta de uma forma ou de outra, em vez de se torturar e definhar dia após dia.

Com os lábios franzidos, Draco pegou de volta sua xícara de chá e segurou-a nas mãos geladas para tentar se aquecer. Ele se perdeu em pensamentos por alguns momentos e nenhum dos dois grifinórios tentou apressá-lo, aparentemente prontos para lhe dar o tempo necessário para confiar neles.

Ele balançou a cabeça suavemente, com um sorriso fino, e repetiu com voz suave.

— Isso realmente não importa mais, não é?

Hermione ergueu uma sobrancelha e cruzou os braços sobre o peito. A expressão dela o deixou desconfiado, ele tinha uma certa lembrança, anos atrás, de um dia em que ela usava o mesmo brilho nos olhos... e ele havia levado um soco memorável dela.

Ela sibilou, descontente.

— Não é importante ? Você se olhou no espelho recentemente? Você viu Harry mais cedo?

Draco hesitou, antes de expirar, enquanto tentava esconder a preocupação em sua voz.

— Vocês não vão procurá-lo?

O casal trocou um olhar astuto, então Rony resmungou.

— Ele deve estar escondido na maldita casa dele. Melhor dar um tempinho para ele se acalmar, mas ele vai receber um sermão, não se preocupe.

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