𝟭𝟮. 𝗙𝗿𝗶𝗼

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Galeine teria respondido se não fosse um simples gesto que fez com o que a máscara de Grabber caísse no chão a interrompesse. A lentidão do instante, a permitiu ouvir o momento em que a mesma caiu, a mão que antes esteve em sua cintura subiu para seus cabelos negros até os ombros e os puxou, para que arqueasse o rosto e não visse o que esteve muito perto de ver.

A morena sentiu o puxão de cabelo, que mesmo que tenha sido rígido, não a machucou mas a incomodou, pela razão por trás. Grabber levou a outra mão até o pescoço dela, levantando - se dá cadeira onde esteve sentado e com ela sobre seu colo, a virando de costas rapidamente e a encostando em seu peito.

Franzindo o centro das sobrancelhas, Galeine considerou a atitude inadmissível, pelo momento em que estavam e que merecia um pouco mais de consideração, não era da vontade dele que visse seu rosto, tanto que interrompeu o que faziam para escondê-lo outra vez.

Grabber alcançou a máscara, a vendo se virar lentamente, com confusão na expressão, correndo os olhos pelo semblante dele, Galeine não escondia seu desapontamento, e o quanto o clima se dissipou, seu lado racional ganhava mais uma colher que o alimentava, a fazendo olhar para a realidade diante dos olhos que não podia mais lubridiar e passar se dar conta de que havia aceitado estar sobre poder de um homem que somente tirou a máscara duas vezes e se negava a tira - lá por completa.

Apenas a beijava com fogo e alimentava aquele desejo, que ainda que ganhasse força, havia se tornado outras coisas, por ela não saber onde aquilo a levaria mais, talvez muito longe de uma vida normal, onde estaria sempre ao aguardo dele:

- Por que você não para de se esconder atrás dessa maldita máscara que você nunca tira? - o atrito entre eles a visão dele era tolo, Galeine estava engasgada, detestando se sentir daquele jeito, obrigada a obedece - lo e ceder a tudo que fosse proposto, o insulto o fez estranhar sua imparcialidade levando em conta ao que estavam fazendo, ele aproximou - se com seus passos lentos, certo de que conseguiria agarra - lá e induzi - lá de volta ao antes - Não me toca! - o renegou, gesticulando com a mão esquerda, se afastando, dando a ele as costas

- Do que está falando? - mencionou cada palavra de vagar, cerrando os olhos, Galeine de fato, se impressionava com a postura que Grabber mantinha agora

- Isso não vai nos levar a lugar nenhum, eu não sei você mas eu quero chegar a algum lugar - via seu cansaço, e não saberia lidar com aquilo caso continuasse - Em nenhum momento fui contra a você, eu aceitei tudo o que você impôs, porque eu me deixei levar pelo que podíamos desenvolver, só que não vamos muito além disso com essa sua resistência em não ceder

Era um questionamento que exigia muito do mental dele, uma mente prática, que nunca teve uma conversa com aquela intensidade, em silêncio Grabber permaneceu, e não ter dado a ela uma resposta também foi uma, ela bufou, sentindo o corpo tremer e se apontar como uma idiota por ter deixado as coisas chegarem ali, ela franziu as sobrancelhas, o olhando de baixo para cima, enquanto balançava negativamente a cabeça:

- Vou para meu quarto, e você durma no sofá

Só o que ele ouviu depois foram os passos dela subindo cada degrau da escada, ela fez aquilo com raiva e determinação. Enquanto sentia os batimentos pulsando pela excitação que diminuía lentamente, ele respirou fundo, ciente de que as coisas entre eles não estavam bem, que a atitude dela foi em decorrência da sua, e que no fundo, estava totalmente certa.

Grabber não entendia a confusão que era causado em seu interior desde que a conheceu, e agora de algum modo, ela estava aborrecida com ele, quem em minutos atrás se sentia segura, Galeine bateu a porta do quarto, e trancou, temendo que ele viesse atrás e temendo pela sua reação perante a forma que falou com ele.

Perdeu totalmente o poder, e a estrutura de um sequestrador, estava nítido aquilo por não haver nenhum resquício de temor em relação a ele, não havia mais nada que a obrigava a seguir com aquilo. Galeine olhou pela janela, desejando sair pela mesma mas não tinha nenhum lugar para se refugiar, e estar sozinha aumentava sua revolta.

Levando em consideração que cerca de cinco pessoas desapareceram nos festivais passados, a cidade estava sem nenhum registro de desaparecimento aquele ano, o que para as autoridades era um grande avanço.

Os moradores só recordaram daquele acontecimento, quando os noticiários apresentaram uma entrevista completa, ante que a polícia tivesse que enfrentar uma chuva de perguntas sobre o andamento das investigações, de desaparecidos que nunca foram encontrados.

Só se falava naquilo na manhã seguinte, em todos os comércios e lugares lá estava a reportagem. Chad, sentia os sintomas da ressaca diminuindo por ter passado a noite toda recorrendo contra ela, cansado, suas olheiras entregavam aquilo, ele não dava tanta importância ao que a TV exibia, nem participou de diálogos que falassem sobre o assunto.

Mesmo que devesse sentir raiva, só conseguia pensar quando veria Galeine a próxima vez, o que não iria demorar para acontecer pela necessidade da mesma retirar suas coisas da sala que era ocupada por ele agora.

Pensar nisso, dava ele um pouco de ânimo, também para dar atenção ao noticiário, que se tornou interessante com os depoimentos das testemunhas que apontavam uma figura mascarada e que possivelmente tratava - se do sequestrador.

Não havia provas concretas, de que o criminoso se vestia como um mágico devido à discrição da última testemunha, o que o intrigou, e o fez recordar da noite em que Galeine apareceu abalada em sua casa, todo o contexto dito a ele se enquadrava com os detalhes da reportagem.

Franzindo o centro das sobrancelhas, seria muita coincidência que a morena tivesse se envolvido com alguém as escondidas e sem dar nenhum vestígio de que não estava mais sozinha, para aparecer com Grabber na temporada de Halloween, alguém que Chad não havia visto o rosto mas sabia que não o conhecia, tudo isso depois de dar a entender que havia sido pega e que não poderia falar muito sobre aquilo.

Um lado de Chad, queria acreditar que o comportamento de Galeine podia ser justificado pelo o que acabava de constar, já que nunca terminaram aquela conversa, de imediato ele se levantou da mesa onde havia terminado o café e saiu com pressa da padaria.

A manhã se aproximava das oito, quando Galeine despertou com a certeza de que havia dormido sozinha, a sensação que não sentia há alguns dias e que foi substituída pela presença do mascarado que respeitou a vontade dela.

Para ele não existia opções além das que ele queria e permitia, o deslize de deixa - lá optar por silenciar - se e recolher - se, ia contra a conduta que estava tentando sustentar, no fundo, Grabber sabia que desmoronava a ilusão que foi criada por ele sobre ela e pelos olhos dela, que lhe custaria muito recorrer para recupera - lá.

As coisas entre eles não continuariam iguais, ele tinha aquela certeza, de que talvez tudo tivesse uma validade, que agora se esgotava conforme os dias passaram. O que ele esperava, com toda certeza, não se parecia nem um pouco com aquilo, Grabber nunca teve intensão de viola - lá como complemento de seu plano, apenas devia ter passado alguma dias, gerado nela reações que justifica-se sua ânsia para mata - lá.

Dava - se conta agora, que nunca chegou a imaginar algo como aquilo, tirar a vida de Galeine, parecia a única coisa cruel, que nunca conseguiria realizar, durante sua presença naquela cidade, viveu por quase toda vida na casa afastada, onde era cenário para suas loucuras, imaginadas e concluídas, de todas elas nunca se arrependeu ou voltou atrás, exceto com ela.

O que a tornava especial, aos olhos dele, por lhe provocar sensações, pensamentos e desejos, seria capaz de deixa - lá ir embora ou melhor, ir embora, se aquela fosse a vontade dela, perante ao seu agir, ele não via  outro possibilidade do seu querer.

𝗗𝘂𝗿𝗮𝗻𝘁𝗲, 𝗲 𝗮𝗼 𝗱𝗲𝗰𝗼𝗿𝗿𝗲𝗿 Onde histórias criam vida. Descubra agora