Capítulo 05

325 68 18
                                    

Já no dia seguinte eu fui acordada aos gritos de meu pai me obrigando a me arrumar para me encontrar com a família LeBlanc para acertar todos os pontos do casamento e obviamente eu desapareci do vilarejo, eu estava em um bosque um pouco longe dali, estava deitada em meio as flores aproveitando o ar fresco, o canto dos pássaros, o cheiro das flores e o leve vento que estava no momento. Era aquele tipo de paz que eu tanto sonhava em ter pra sempre, me virei um pouco no chão e vi alguns coelhos que passavam por ali e também cervos que me olhavam atentamente até que seus olhares de curiosidade se transformaram em olhares de medo ao ouvir um barulho da mata atras de mim então olho rapidamente para trás.

— Você não sabe o caos que esta aquela vila por sua causa! — Surge Izabelle com o cabelo cheio de folhas.

— Sério isso? — Me jogo para trás me deitando novamente.

— Sim! Isso é bem sério, por sua causa seu pai está gritando com todo mundo, ele ordenou que todos os caçadores te procurassem até o inferno! — Ela estava visivelmente alterada.

Eu apenas ignorei o que ela havia dito e vi ela ranger os dentes em raiva.

— Eu não entendo o porquê você está tão incomodada com esse maldito casamento que por mim não vai acontecer! — Começo a me alterar também e logo me levanto de vez.

— Será que você não entende que você foi a única mulher sortuda da vila a ser escolhida a se casar com Luca LeBlanc? — Ela solta de uma vez.

— Acho que agora eu entendi, você está com raiva porque eu fui escolhida para casar-se com ele ao invés de você. — Solto um sorriso de provocação.

Eu a vejo ficar vermelha de raiva e confesso que aquilo foi até engraçado de se ver, ela mantinha uma respiração pesada, parecia que estava tentando se controlar.

— Pode ficar com ele, eu não me importo. - Falo a encarando. — Você me conhece mais que todo mundo, deveria saber o quanto eu nunca quis me casar ainda mais com o Luca.

Ela fica em silencio e demonstra um olhar de arrependimento e começa a respirar mais calma.

— Seu pai está te obrigando a casar então... — Ela fala um pouco baixo.

— É, mas ele não vai conseguir. — Falo indo até meu cavalo.

— Mas e se ele conseguir? — Ela pergunta.

Admito que aquela pergunta me pegou de surpresa, eu nunca havia pensado por aquele lado, nunca pensei se eu acabasse presa a um homem...

— Juro que agora eu não sei... — Respondo mexendo na sela e em seguida ficando um breve silencio.

— Eu posso te mostrar um lugar legal? — Ela pergunta meio entusiasmada.

— Que lugar? E por quê? — Pergunto.

— É uma forma de me redimir e também como se fosse uma despedida de solteira para você. — Ela explica.

— Despedida de solteira? Sério isso? Você não está ajudando. — Falo montando em meu cavalo.

— Vamos por favor, estou pedindo porque eu sei que quando você se casar, eles não vão mais te deixar sair da vila... — Ela fala um pouco triste.

Penso por alguns segundo e logo acabo cedendo ao pedido dela.

— Tá legal, mas tem que ser rápido. — Falo.

Ela se empolga um pouco e corre para dentro da mata outra vez e retorna montada em seu cavalo com um sorriso grande.

— Nunca te vi sorrir tanto... — Falo.

— É só algo do momento, agora vamos. — Ela fala.

Izabelle vai na frente um pouco rápido até e eu a sigo logo atrás tendo uma sensação estranha sobre isso, porém decidi ignorar pensando que era apenas o nervosismo em relação ao casamento. Ela me guiava em um grande campo aberto rodeado de flores e eu não pude deixar de ficar um pouco embriagada com o cheiro das flores e aquilo era tão bom, eu nunca havia ido além daquele bosque, então aquela parte era uma área inexplorada para mim. Após um bom tempo cavalgando eu paro um pouco ao perceber o que estava a minha frente.

— Izabelle essa é a floresta negra... — Olho para ela e logo para a grande floresta a minha frente.

A floresta negra era um lugar onde muitos diziam que era o próprio inferno por ser um lugar completamente morto, as árvores também carregavam um aspecto sombrio e sem vida, eram enormes pinheiros secos e sem nenhum resquício de folha nelas, a floresta era cercada por uma neblina de dar um grande calafrio na espinha.

— Melhor a gente voltar, não temos autorização para estar aqui. — Falo. — Até os cavalos estão assustados.

— Eu não acredito nisso, a grande Aila Dirksen está com medo? — Ela vira para mim debochando um pouco.

— Isso não é medo, é senso por conta desse lugar. — Falo tentando controlar meu cavalo.

— Você acha mesmo que os caçadores evitam esse lugar? Muitos deles vem aqui. — Ela explica. — Falam que não devemos vir aqui, mas eles mesmos vem.

— Pra fazer o que? — Pergunto.

— Você nunca se perguntou onde eles jogam os corpos dos vampiros que matamos? — Ela devolve com outra pergunta.

— Achei que eles deixavam pro sol queimar. — Respondo.

— Muitos o sol não consegue queimar por estar nublado, então são trazidos pra cá para se deteriorar. — Ela responde. — Mas vamos, está logo ali na frente.

— Não sei não, melhor voltarmos, estou com mal pressentimento. — Falo.

— Isso aí se chama medo na verdade. — Ela provoca. — Vamos logo, o lugar está logo ali na frente, é pertinho!

Ela começa a insistir muito para que eu entrasse naquela floresta, não sabia o que poderia ser tão importante para ela querer tanto me mostrar, olho bem para a floresta e tomo uma dose coragem.

— Anda logo então, quanto mais cedo me mostrar isso, mais cedo voltamos. — Falo indo até ela.

Ela abre um enorme sorriso e começa a me guiar novamente, porém para dentro daquela floresta, passamos um tempo andando até ela parar.

— Chegamos! — Ela anuncia descendo do cavalo.

Eu também desço e começo a olhar tudo em volta.

— Olha ali. — Ela sinaliza.

Ela havia apontado para um grande buraco no chão, chego um pouco mais perto para ver o fundo, mas não consigo.

— O que é isso? — Pergunto.

— É onde eles jogam os corpos. — Ela responde. — É o local de descanso deles... E também o seu...

— O que? — Me viro rapidamente para ela.

Assim que me virei para ela, Izabelle estava apontando uma arma para mim.

— Achava mesmo que eu queria te trazer aqui só porque eu sou sua amiga? — Ela pergunta debochando.

Pacto de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora