Capítulo 18

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A festa continuava sem intervalos, todas estavam conversando, bebendo, dançando e se divertindo... Todas menos Aila, que estava muito quieta por sinal, a observei por alguns instantes até que uma de minhas serviçais nos ofereceu bebidas, Aila estava preste a tomar seu primeiro gole quando eu a impedi.

— Melhor não beber, isso não é vinho. — Falo colocando a mão em sua taça.

Aila pareceu se assustar um pouco, mas logo desistiu de beber, ela estava bem séria.

— Ânimo minha garota, isto é um baile, um lugar para se divertir e não para ficar triste. — Falo olhando para ela.

— Eu fico do jeito que eu quiser. — Ela me responde.

— Vai continuar me desafiando mesmo depois da nossa conversa no quarto? — Pergunto.

— Aquilo foi uma conversa com você? — Ela pergunta em tom sério.

Quando estava prestes a responder, notei que ela não parava de subir seu decote que estava meio baixo.

— Se tocar nesse decote mais uma vez, eu mesma irei arrancar esse vestido de você! — Falo.

— Quero ver você tentar. — Ela provoca.

Senti que aquilo seria algum tipo de convite pela parte dela, eu estava prestes a responder sua provocação quando ouço alguém me chamar e viro minha atenção para a pessoa.

— Desculpe interromper minha senhora, mas estão lhe aguardando para abrir o primeiro barril do... — Ela faz uma pausa enquanto olha para Aila. — Vinho...

— Tudo bem, eu já estou indo. — Me levanto. — E você não saia daqui.

— “Não é vinho!” — Escuto Aila me imitar.

— Para nós é vinho, para vocês humanos não! — Falo com um sorriso no rosto. — Mais tarde posso dar uma pequena amostra de sua fonte, apesar que você já saiba da onde ele vem...

— Tanto faz, só me traga algo para beber! — Ela me dá ordens como desafio.

— Vou pedir que te tragam água. — Respondo enquanto saio de perto dela.

— Ótimo, pelo menos de desidratação eu não morro. — Escuto sua voz de longe.

Por um momento eu deixei Aila sozinha e segui para a área onde estavam os barris onde todas estavam em volta deles apenas aguardando.

— Nossa mestra chegou para nos dar a honra de abrir o primeiro barril de vinho dessa noite! — Uma delas anuncia.

Caminho lentamente até eles e fico de frente com um deles, uma delas me entrega uma caneca de madeira, me preparo um pouco e acerto em cheio o barril e o mesmo acaba jorrando todo seu líquido vermelho pelo chão do grande salão e todas acabam comemorando. Aquilo era como um rito de passagem para nós, mais um ano longe das garras dos humanos, observei todas abrindo os outros barris para começar a beber, logo dei as costas e voltei para onde Aila estaria, quando chego eu me deparo com a cena... Alguém estava conversando com ela enquanto lhe oferecia uma bebida e a mesma aceitou e eu confesso que fiquei meio incomodada com aquilo, fui até lá para entender melhor a situação.

— O que está acontecendo aqui? — Pergunto seriamente.

Enquanto Aila me olhou sem um pingo de preocupação, minha subordinada deu alguns passos para trás em medo.

— Me desculpe senhora eu já estou indo! — Ela se retirou rapidamente.

— O que foi isso? — Pergunto para Aila.

— Isso o que?

— Ela te dando bebidas.

— Ela apenas me ofereceu algo decente para beber. — Ela dizia enquanto tomava um gole.

— Me dê isso! — Tomo rapidamente de sua mão.

— Ei, me devolve.

Paro um pouco e experimento de seu copo logo reconhecendo o gosto forte da bebida.

— Isso é rum? — Pergunto olhando diretamente para ela.

— Sim, o que tem de mais nisso? — Ela bufa um pouco. — Posso beber nada?

— Pode! Portanto que seja sob minha supervisão! — Devolvo o copo diretamente a uma bandeja que estava ali ao lado.

Voltei a me sentar ao seu lado tentando manter minha postura diante todas no salão, olho para ela e a mesma mantinha um bico em seu rosto, era até engraçado de se ver.

— Você parece uma criança birrenta. — A provoco.

— E você uma babá. — Ela devolve.

— Qual parte do “você será minha” você não entendeu?

— Pelo o que eu me lembro, em nenhum momento foi citado em nosso acordo que eu não poderia infernizar sua vida! Aceitei vir com você sem reclamar, mas não mencionei essa condição, desculpa aí!

Aquilo foi como um tapa na cara, essa garota gosta de testar os limites ou ela não conhece isso.

— Agora eu irei me retirar, voltarei para o quarto, licença. — Ela se levanta.

— Eu não te dei autorização para se retirar!

— Quem disse que você manda em mim?

— Eu disse.

— Você não é nada minha!

— Ora sua...

— Minha senhora! — Alguém chama minha atenção antes que eu fizesse algo.

— Sim? — Olho para ela com um sorriso falso no rosto para disfarçar.

— Nossas meninas estão perguntando se podem iniciar o grande banquete!

— Sim, podem iniciar, eu já estou indo!

Ela se retira me deixando a sós com Aila novamente.

— Suma da minha frente e vá para o quarto, quando eu subir é bom você ter um motivo plausível para toda essa sua rebeldia ou... Eu irei te punir!

Depois disso a vejo subir rapidamente as escadas e sumir do meu campo de visão, me levantei novamente e fui até onde todas estavam reunidas para o banquete, o restante da festa ocorreu tranquilamente, porém aquilo demorou mais do que eu esperava. Estava quase chegando ao quarto quando notei o grande silêncio no castelo inteiro e isso bem raro de se acontecer, mas ficava feliz por estar assim, adentrei no quarto e me deparei com ela dormindo com uma camisola meio reveladora e realçava bem seu corpo e o fato de que ela também estava coberta me deixava louca, ela estava completamente amostra. Acordei da minha hipnose e fui em direção a cama e dei volta nela, parei de frente para Aila e a observei dormir enquanto me aproximei um pouco mais dela até poder sentir o cheiro de seus cabelos e corpo, ouvir sua respiração e seu coração bater era algo prazeroso para mim. Coloquei meu dedo gentilmente em seu ombro e passei a deslizar pelo seu corpo delicadamente para não acordá-la. Com quem será essa garota pensa que está mexendo?

Pacto de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora