Capítulo 12

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A todo momento olhava para trás se ninguém havia me notado, andei pelos corredores que nunca acabavam, sério, pra que fazer algo tão grande? Aquilo nunca tinha fim e havia quadros e vasos espalhados até o fim dele, de tanto andar eu acabei chegando em uma curva e aquela área parecia um pouco sombria formada com tijolos mais deteriorados, mesmo que não fosse o recomendado para mim, acabei seguindo aquele caminho, quando cheguei até a porta escuto alguns passos atrás de mim e isso me faz entrar com tudo para dentro sem saber o que me aguardava do outro lado. Desci uma pequena escada de pedras a minha frente e topei de frente com uma grande mesa, olhei melhor em volta e percebi que ali se tratava da cozinha que para a minha sorte estava completamente vazia e também os passos que escutei atrás de mim eram apenas ratos que me deram um susto, respirei aliviada e comecei a olhar em volta em busca de outra porta, geralmente as cozinhas já tem uma saída própria para o quintal. Depois de procurar um pouco eu avistei a porta um pouco afastada, porém eu percebi que ela estava trancada então era hora de usar minha ferramenta novamente, me abaixei na altura da maçaneta e coloquei a pequena haste para trabalhar tentando abri-la, não demorou muito para destrancar.

— Essa foi mais fácil do que a do quarto. — Falo para mim mesma.

Me levanto e caminho rapidamente para fora e dali já dei de cara com a floresta, sem pensar duas vezes eu adentro na floresta escura e torço para conseguir achar meu caminho de volta a vila ou outra civilização, paro um pouco no meio do caminho e olho para trás vendo o enorme castelo atrás de mim. Dou alguns passos pequenos de volta para a floresta e então começo a correr um pouco para me afastar cada vez mais daquele lugar infernal, me encostei um pouco em uma árvore e notei o quanto a floresta estava quieta, ela estava tão quieta que eu conseguia escutar meu próprio coração, comecei a andar novamente em linha reta em uma única direção e outra vez aquela horrível sensação voltou... A sensação de estar sendo caçada! Apertei o passo e a todo momento olhava para trás, mas não via nada atrás de mim, passei a andar mais rápido ainda com a sensação de medo instalada em meu corpo. Minha esperança aumentou quando vi que a parte morta da floresta estava acabando e deu origem a uma floresta completamente cheia de vida, não pensei duas vezes em adentrar em meio aos arbustos para tentar despistar o que estava me seguindo, naquele momento o silêncio acabou ganhando muitos sons e graças a isso eu teria que me manter mais atenta ainda, eu estava tão concentrada olhando para trás que não percebi alguns obstáculos á minha frente, acabei tropeçando em um galho caído e acabei indo parar no chão, ao levantar minha cabeça notei estar em uma área aberta e quando olhei melhor, estava na beira de um enorme lago e também havia uma grande cachoeira.

— Caramba... — Solto espontaneamente.

— É bonito né? Fica mais belo no inverno! — Escuto uma voz familiar.

Olho rapidamente para o lado e vejo Sierra ali olhando para o lago com uma expressão calma no rosto.

— O que você... — Falo baixinho sem acreditar no que via.

— O que foi? O gato comeu sua língua? — Ela se aproximava lentamente de mim.

Me levanto rapidamente e tento me afastar dela o mais rápido possível, porém eu acabo sendo puxada para trás e sinto seus braços fecharem em volta do meu corpo em um abraço por trás.

— O que levou você a pensar que poderia simplesmente sair do castelo sozinha? — Ela perguntou sussurrando enquanto encostou sua cabeça em meu ombro. — Qual parte do “você é minha” você não entendeu? Não vou te deixar ir, uma mulher como você não se deve andar por aí sozinha...

— Me solta... — Sussurro tremendo a voz.

— Não posso, se eu soltar, outra pessoa pode reivindicar você para ela... E só de pensar outra pessoa tocando em você, eu já fico sedenta em matar a pessoa... — Ela segura meus ombros me fazendo ficar de frente para ela. — Você compreende não é? Tem que entender que você é única para mim... Não irei encontrar outra humana tão bela quanto você...

Ela ficou fazendo pequenas carícias em meu rosto e então me abraçou e ficamos ali por um bom tempo, eu ainda estava tentando acreditar que minha liberdade foi embora em questão de segundos, eu me esforcei tanto pra nada.

— Agora temos que ir. — Ela fala me soltando. — Tenho que te levar de volta, aqui fora é muito perigoso para você.

Ela se afasta um pouco e segura minha mão para tentar me puxar em sua direção para me guiar de voltar ao castelo.

— ESPERA! — Grito espontaneamente puxando minha mão de volta.

Ela olha para mim um pouco confusa, mas não durou muito até ela ficar séria outra vez.

— Antes que me leve de volta, por favor me deixe aproveitar só por um tempo o que me resta de minha liberdade... Eu irei voltar com você sem pestanejar se me deixar ficar só mais um pouco... — Falo segurando o choro.

— Ainda estou um pouco em dúvida. — Ela responde.

— Eu farei o que você quiser e passarei o restante de meus dias ao seu lado... — Falo olhando para o chão.

— Isso é bem tentador... Você tem uma hora para aproveitar este lugar. — Ela fala com a voz firme.

Para demonstrar que eu havia entendido, eu apenas assenti com a cabeça e me virei de costas para ela, caminhei até a beirada do lago colocando os pés dentro da água para senti-la. Mesmo estando de costas eu pude sentir seus olhos sob mim, eu já não havia mais palavras para serem ditas e nem mais forças para lutar, eu decidi me render por completo à ela, já fiz tudo que estava ao meu alcance, porém tudo acabou sendo em vão...

Pacto de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora