Capítulo 26

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Deu para ver o quanto Lizie estava nervosa com a pressão que eu estava fazendo a ela.

— Me desculpe, por favor não conte a Sierra que eu gritei com você... — Ela dizia rapidamente em desespero.

— Está tudo bem Lizie, eu que tenho culpa disso, não precisa se desculpar. — Tento acalma-la. — Pelo o que estou vendo esse assunto é bem proibido né!

— Isso! E eu vou te dar um conselho... De amiga, por favor não afronte Sierra por causa disso, você não sabe do que ela é capaz de fazer!

— Talvez ela não faça nada comigo...

Lizie me olha em profundo desapontamento e respira fundo após ouvir o que eu disse.

— O que foi? Quer que eu finja que não entendi sua dica? — Digo enquanto ando até a cama e me sento na beirada. — A qualquer momento ela vai passar por aquela porta e eu tenho que estar aqui... Firme para---

— Firme para o que? — A voz de Sierra se faz no quarto.

Ambas olhamos para a porta onde Sierra estava parando olhando para nós duas, e para ser sincera, sua expressão não estava nada boa.

— Senh---

— Pode sair Lizie. — Diz Sierra a cortando.

Lizie me lançou um olhar de boa sorte enquanto saia do quarto e logo nos deixou completamente sozinhas, em um ato de afronte decido ignorar seus olhares e coloco minha atenção na janela.

— Não vai me dizer o que você e ela estavam conversando antes que eu chegasse?

Permaneci em silencio sem responder sua pergunta e nem a olhando como deveria, minha atitude parece tê-la deixado mais indignada do que já estava já que a ouvi suspirar, ouvi seus passos pesados vindo até mim e logo ela parou em minha frente. Senti seu olhar em chamas em cima de mim e eu continuei mantendo minha cabeça baixa para não a olhar.

— Vai começar com suas birras?

Ela continua me olhando até que em um movimento rápido, ela segurou meu queixo e me obrigou a encara-la de vez.

— Se esqueceu com quem você está lidando?

— Eu sei que não fará nada comigo.

— Como tem tanta certeza disso?

— Você mesma disse, se lembra? Você depende de mim para sobreviver.

— Garota esperta... Agora, você vai responder minha pergunta, o que tanto falava com a Lizie?

— E se eu não quiser responder?

— Você já sabe o que te espera.

Respiro fundo enquanto olhava para ela e então me levanto ficando cara a cara com ela.

— Me recuso. — Sussurro chegando perto de seu rosto.

Fico a centímetros de seu rosto e percebo seus olhos descendo diretamente até meus lábios, percebi que eu poderia usar isso ao meu favor, mas sabia que não duraria muito.

— Dessa vez, eu gostaria de fazer as perguntas e você, as responderia!

— Isso por acaso é algum tipo de joguinho seu? — Percebo sua mão pegando em minha cintura.

— E se for? — Pergunto saindo de perto dela e indo até a penteadeira ficando de costas para ela.

A olhei por relance e a vi mordendo os lábios para se conter, olhei para a penteadeira e acabei achando um objeto cortante e iria usar aquilo ao meu favor, já estava tomando atitudes extremas para conseguir minhas respostas.

— Eu gostaria de fazer uma pergunta a você e eu já lhe aviso que você não vai gostar nem um pouco dessa pergunta. — Começo a observar a ponta afiada em minhas mãos. — Seja sincera Sierra, já existiu outra humana antes de mim morando nesse castelo?

Olhei por cima de meu ombro e a observei ficar em silencio e sem reação alguma.

— Mas que tipo de pergunta seria essa?

— Só me responda.

— Claro, minhas subordinadas sempre traziam humanos pra cá para brincar depois.

Eu percebi que ela usou a mesma resposta que Lizie havia me dado.

— Estou falando de você em especifico...

— Mas por que você quer tanto saber?

— Porque desde que eu cheguei nesse lugar, você me trata como se me conhecesse a anos. — Falo enquanto faço um pequeno furo na ponta do dedo.

Eu sabia que o cheiro do meu sangue iria mexer muito com ela, meu corte na mão de mais cedo já havia parado de sangrar, então precisaria fazer um novo.

— Mas o que está fazendo? — Ela vem em minha direção.

Ela me faz ficar de frente para ela e segura meu pulso com uma certa força, ela me encarava nos olhos até que sua atenção foi tomada pelo liquido vermelho que escorria em minha mão e vejo seus olhos voltarem ao seu brilho dourado de antes.

— Vai me responder ou não?

— Você sempre foi muito petulante... Desde o dia em que te conheci naquele bosque... — Ela dizia calmamente

— Do que você está falando? — Sussurro.

Ela parecia perceber o que dizia e logo se afastou de mim.

— Nada que seja da sua conta, trate desse corte já e não me faça mais perguntas.

Ela tentou sair do cômodo em direção ao banheiro, porem eu estava bem determinada em conseguir o que eu queria, então a segui e a agarrei a colocando contra a parede.

— Me conta logo o que você tanto esconde de mim! — Levanto a voz.

— Você está maluca? Pare já com isso! — Ela me empurra para longe dela.

— Não! Eu não irei parar nem por um segundo sequer, não irei parar até descobrir o seu real motivo comigo e descobrir o porquê esse lugar mexe tanto comigo... Eu já estou cansada de ficar aqui o dia todo trancada nesse castelo como seu bichinho de estimação e sair desse quarto só quando você quer fazer algo.

— Cala a boca!

— Não me manda calar a boca... Eu vou falar e agora você vai me escutar, minha vida fora daqui já era um inferno, uma pessoa que eu achei que era muito minha amiga tentou me matar atirando em mim e me jogou dentro de um buraco, achando que iria morrer suas empregadas me encontram e me levam até você... — Respiro fundo antes de continuar. — Eu agradeço que você tenha salvado minha vida, mas se me deixou viver para ficar presa nesse lugar eu prefiro estar morta!

— JÁ DISSE PARA FICAR QUIETA ELOISE! 

Pacto de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora