Capítulo 21

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Eu nunca me senti tão feliz naquele momento, ver Aila dormindo tranquilamente ao meu lado e completamente nua foi uma grande conquista para mim. Comecei a fazer pequenas carícias em suas costas nua, me aproximei um pouco mais dela e inalei seu doce perfume natural e dei alguns pequenos beijos e mesmo assim isso não foi o suficiente para acordá-la, eu estava aproveitando ao máximo aquele momento quando notei a porta do quarto se abrindo, fiquei incrédula com tamanha atrevimento em me incomodar em um momento íntimo como esse. Vi uma de minhas subordinadas entrar em meu quarto, ela ficou parada na porta apenas me olhando com um sorriso malicioso no rosto.

— O que você quer aqui? — Pergunto em sussurro.

— Vim te ver, não posso? — Ela devolve com outra pergunta.

A minha raiva por ela só aumentava naquela momento.

— Sai do quarto, vou ter uma conversa com você lá fora! — Digo em tom baixo.

Ela se dá por vencida e sai do cômodo, saí lentamente da cama para não incomodar Aila em seu sono, peguei meu roupão e o vesti para ir de encontro com minha subordinada ao lado de fora.

— O que você tem na sua cabeça? — Pergunto aumentando um pouco a voz.

— Eu senti saudade e quis te ver. — Ela se defende.

— Você que vai virar saudade se continuar me incomodando desta maneira!

— Te incomodando? Por acaso estou atrapalhando você em seu novo caso com uma humana? — Ela cruza os braços. — Ela sabe que não é a primeira humana a se deitar com você?

— Não e nem deve saber!

— Cedo ou mais tarde ela vai descobrir assim como todas as outras descobriram, elas não duraram muito com você. — Ela provoca. — Mas a gente durou, seríamos perfeitas, eu e você!

— Eu e você não tivemos nada de especial, você me deixou bêbada e se aproveitou para se deitar comigo! — Vocifero em sua cara.

— Para mim você gostou muito.

— Chega! Eu quero que suma daqui!

— Mas o que esses humanos tem que lhe atrai tanto? — Ela pergunta com raiva.

Fiquei quieta com sua resposta pois aquilo era um assunto pessoal meu, mas não a impediu de acabar entendendo em pouco tempo.

— É sério isso? Ainda está nessa esperança boba de encontrá-la novamente? — Ela bufa. — Quando vai entender que ela já era? A essa hora ela já foi comida pelos vermes em baixo da terra...

Sem hesitar muito, em um ato de raiva eu segurei seu pescoço e o apertei forte.

— Pense bem em suas palavras antes de dizê-las ou então arrancarei sua cabeça agora mesmo!

— Faz tempo que não me enforca dessa maneira. — Ela sussurra com um sorriso sádico no rosto. — Tenho saudades disso...

— E vai continuar com saudades, agora some daqui. — A solto.

— Claro né achou uma nova pessoa para enforcar.

Respiro fundo para controlar minha raiva e não arrancar a cabeça dela naquele mesmo instante.

— Eu vou dizer só uma vez... Você fique de boca calada ou eu arrancarei sua língua fora, e mais uma coisa eu quero você longe dela!

Ela permaneceu com uma expressão séria e eu sabia que no fundo ela havia odiado essa minha ordem, mas por fim ela se deu por rendida, sem dizer nada ela se retirou me deixando sozinha. Voltei para o quarto e dessa vez tranquei a porta, caminhei até a cama onde Aila estava e me peguei a admirando enquanto dormia, me abaixei até ficar em sua altura e acariciei lentamente seu rosto e vi o quanto ela era perfeita. Não posso permitir que alguém com más intenções se aproxime dela, ainda mais agora que cada momento está sendo único, não irei permitir que me roubem novamente. Me levantei e fui até a janela, me encostei em sua lateral e passei a observar a neve cair, agora com a chegada do inverno eu estaria bem limitada caso quisesse sair, mas estava pensando em levá-la além dessa floresta, mas estava meio receosa se ela acabasse fugindo ou encontrasse... Balanço a cabeça para espantar esses malditos pensamentos que estavam tentando dominar minha cabeça, eu era a mais forte entre essas vampiras, eu era a grande matriarca, eu era a chefe daquele castelo e eu não poderia demonstrar medo algum perante a todas, se não poderiam usar isso ao seu favor para tentar me derrubar...

POV Aila –

Dia seguinte

Fui acordando aos poucos com a luz do sol entrando pela janela mesmo estando caindo neve, quanto mais eu ia me esperando mais eu ia sentindo meu corpo doer por inteiro, percebi que estava sozinha no quarto naquele momento e quando me sentei na cama eu me dei conta de tudo o que havia acontecido na noite anterior e passei a entender o porquê meu corpo estava tão dolorido e cheio de marcas de mordidas.

— Não acredito que fiz isso... — Sussurro para mim mesma sentindo meu rosto esquentar cada vez mais.

— Acredite minha querida, você fez isso sim! — Escuto uma voz vindo da porta.

Quando vi, era Sierra segurado uma bandeja de comida, ela andou na minha direção e logo parou para deixar a bandeja em cima da penteadeira ao lado e se sentou na cama ficando de frente para mim.

— Foi tão gratificante ouvi-la implorando por mais. — Ela diz em um sussurro.

— Não precisa entrar em detalhes... — Falo sentindo meu rosto esquentar com a vergonha.

Tento não pensar no que aconteceu ontem a noite, porém estava um pouco difícil, estava tão concentrada naquilo que não vi Sierra se inclinando e segurando meu rosto, ela então chegou até meu ouvido para sussurrar...

— Eu ainda me lembro perfeitamente de suas palavras de ontem a noite... “por favor Sierra, eu preciso de seus dedos dentro de mim”... Aquilo foi tão gratificante de escutar...

— Já disse pra parar!

Tento afastá-la, mas como ela era mais forte ela apenas me empurrou para me deitar e ficou por cima de mim.

— Eu gostaria muito de repetir o acontecimento de ontem a noite.

— Pois vai ficar querendo.

— Oh minha querida eu sei quanto você quer outra vez.

— Por que você tem certeza disso?

— Porque eu não estou te segurando e você já teria gritado ou me batido para que me afasta-se!

Pacto de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora