Capítulo 11

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O salão acabou sendo dominado pelo silêncio, eu estava comendo quieta e lançava alguns olhares para ela, ela sequer havia tocado na comida, estava apenas degustando de uma taça de vinho, bom eu torcia para aquilo ser vinho!

— Você não vai comer? — Pergunto olhando para ela.

— Eu não preciso disso. — Ela responde.

— Vampiros não podem comer comida humana? — Pergunto curiosa.

Ela parou de tomar seu vinho e pós a taça em cima da mesa e olhou diretamente para mim.

— Vampiros podem comer comida humana, porém seria como comer terra e não sentimos sabor ou prazer algum pela comida. — Ela explica.

Penso por alguns instantes e acabo tomando uma decisão um pouco arriscada para mim.

— Já comeu terra para saber? — Pergunto em provocação.

— Esta querendo insinuar alguma coisa? — Ela pergunta mostrando uma expressão um pouco curiosa.

— Não estou insinuando nada, fiquei apenas curiosa vendo você dizendo que comer comida humana é igual a comer terra. – Falo enquanto colocava o garfo na boca.

— Eu apenas falei a verdade. – Ela dizia olhando fixamente para mim.

— E como que você sabe que nossa comida tem gosto de terra? Por acaso você já comeu terra alguma vez na vida? – Pergunto em tom de inocência.

Ela ficou em silêncio por um bom tempo e nesse tempo passou a me olhar de cima para baixo com uma certa curiosidade enquanto mordia seu lábio inferior.

— Estou vendo que você gosta de fazer piadinhas. – Ela dizia. – Quero ver se irá fazer piadas no dia que eu lhe ver como veio ao mundo.

Acabo me engasgando um pouco com a comida e começo a tossir ao ouvir aquelas palavras, quando consigo voltar ao normal, olho para ela sem entender a onde ela queria chegar com aquilo.

— O que você disse? – Pergunto ainda em dúvida.

— Você entendeu. – Ela dizia com um sorriso malicioso no rosto.

Fico um pouco vermelha ao imaginar uma cena, mas ao mesmo tempo fico brava e me levanto rapidamente.

— VOCÊ POR ACASO É MALUCA? – Grito com ela.

— Você que começou a conversa com perguntas e piadas sem sentido, eu apenas revidei e agora está aí, vermelha e brava... – Ela me analisou pela segunda vez. – E bonita também.

A vejo tomar tranquilamente mais um gole de seu vinho demonstrando um semblante de calma, ela deixou a taça novamente apoiada em cima da mesa e voltou sua atenção para mim.

— Eu acho fascinante como você sabe que eu sou uma vampira perigosa que pode te matar em segundos e mesmo assim você me enfrenta, eu sou louca por isso! – Ela dizia calmamente.

— Você gosta? Pois saiba que EU NÃO DOU A MÍNIMA PARA ISSO! – Grito socando a mesa.

Acabei batendo forte de mais na mesa que a fez balançar um pouco, não apliquei força o suficiente para derrubar tudo, porem acabou sendo o suficiente para balançar a taça e fazê-la cair... Logo, a mesa foi dominada por aquele líquido vermelho, o vinho acabou chegando nas bordas e algumas gotas acabaram por cair no chão. Ela ficou olhando para a mesa naquele estado e mantinha uma expressão de decepção no rosto.

— Olha o que você fez! — Ela dizia com a voz calma.

— Achei merecido. — Falo a desafiando mesmo sabendo que não devia.

— Você achou merecido? — Ela se levantou e andava calmamente até mim.

Tentei não demonstrar medo me mantendo no lugar e também uma forma para enfrentá-la.

— Vejo que tenta não sentir medo, mas está sendo uma tarefa complicada pra você. — Ela se mantinha em minha frente. — Você paga de durona, mas por dentro está morrendo de medo, sabe que eu sou mais forte que você, sabe que posso te matar rapidamente, porém você insiste.

Ela segurou meu pescoço, mas não fez força para machucar.

— Então por que não me mata logo?  — Pergunto mais perto ainda.

Ela manteve seus olhos fixos aos meus, aproximou seus lábios dos meus e estávamos a centímetros uma da outra, aquela ação fez com que meu coração batesse mais forte.

— Eu sei que você esta querendo alguma coisa também... — Ela sussurrou para mim.

— Apenas que você me deixe em paz! — Respondo em sussurro.

— Pois bem. — Ela se afasta me soltando. — Vá para o seu quarto, depois irei lá para conversarmos.

Hesito por um momento, mas logo acato sua ordem, porém não pude deixar de esbarrar nela propositalmente. Caminhei até a porta para o corredor e até eu sair dali eu pude sentir seus olhos de predador em cima de mim, já no caminho de volta para o quarto, todas que estavam comigo me escoltando estavam em silêncio, pareciam com medo de algo. Ao chegar na frente da porta do quarto, elas abrem para mim e me empurram para dentro como sempre... Assim que olho para trás, a porta já estava se fechando e logo escuto o barulho da chave trancando a porta, bufo um pouco e vou para a cama me sentar, continuo a olhar um pouco para a porta e solto um sorriso satisfeito, então olho para a minha mão e começo a brincar com o acessório que eu segurava, era uma haste de ferro bem pequena que eu havia supostamente pego na roupa da tal Sierra e aos olhos de uns ela pode ser totalmente inútil, mas se usada de maneira correta ela é ótima para destrancar portas. Tive que esperar por um tempo até que eu pudesse iniciar meu plano, pois a chance de ser pega pelas outras era grande, esperei alguns minutos e então coloquei meu plano em prática, fui até a porta e forcei minha ferramenta pela fechadura e acabou demorando mais que o esperado até que finalmente consegui abri-la, se eu tomar cuidado posso ver minha liberdade em pouco tempo. Não enrolei muito e tirei meus sapatos e os joguei para dentro do quarto já que eu queria ser bem silenciosa tive que optar por ficar descalça, fechei as portas atrás de mim e comecei andar cautelosamente pelo corredor, a todo momento olhava para trás para verificar se ninguém surgisse ali, no momento o meu maior medo estava sendo topar de cara com alguém!

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