Capítulo 06

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Eu olhava para Izabelle naquele momento e apenas pensava em como ela teria coragem de fazer aquilo.

— Você tá ficando maluca? — Pergunto alterando minha voz.

— O suficiente para me livrar de você! — Ela responde.

— Sério que está fazendo isso só por causa do Luca? — Pergunto com raiva. — Eu disse a você que eu nunca quis me casar com ele, que eu não quero me casar com ele e que você poderia ficar com ele!

— É, mas não iria mudar em nada, por mais que não queira se casar, eles não vão desistir de casar-se os dois, mas se você desaparecer de vez o caminho irá estar livre para mim! — Ela fala engatilhando a arma.

— Calma por favor, pense direito! — Tento acalmá-la.

— Eu já pensei e tomei a minha decisão! — Ela responde.

Meu medo ia aumentando a cada segundo, eu respirei fundo e foi aí que ela fez o primeiro disparo. O barulho do tiro parecia ecoar por toda a floresta, ela havia atirado em minha perna e isso me fez cair de joelhos e com as mãos em minha perna.

— VOCÊ É DOENTE! — Grito em meio a dor.

Eu mal havia terminado de falar quando ela atirou pela segunda vez, porém dessa vez acabou acertando meu ombro que me fez cair para trás, eu já estava completamente desnorteada pela dor e aguentando a queimação em minha perna e ombro pelo projetil ainda quente pela pólvora, eu não pude pensar direito o que estava acontecendo a minha volta, mas pude sentir ela vindo até mim e retirando a força minha capa que eu usava no momento. Eu senti que ela estava me arrastando pelo chão, me concentro um pouco para ignorar aquela dor e enquanto ela me arrastava eu consigo pegar uma pedra no meio do caminho e acertá-la em cheio a fazendo me soltar, com um pouco de dificuldade eu me levanto e tento pegar a arma que ela havia soltado, porem ela foi mais rápida que eu e segurou meus pulsos e me puxou o outro lado, logo ela estava me empurrando e em seguida parou por um breve momento.

— Tenha bons sonhos Aila! — Ela fala me olhando nos olhos.

— O que... — Tento falar.

Ela apenas deu um sorriso de canto e me empurrou com um pouco mais de força, eu não havia percebido que estava na beirada do buraco, apenas senti meus pés escorregando e vi lentamente Izabelle se afastando cada vez mais só que era eu que estava caindo, um enorme baque veio e meu corpo inteiro começou a doer e tudo foi ficando cada vez mais escuro até que fechei completamente meus olhos.

HORAS DEPOIS —

Eu senti leves gotas caindo em meu rosto e isso fez com que eu acordasse aos poucos, logo após abrir os olhos a enorme dor veio com uma forte dor de cabeça além de meu ombro e perna estarem doendo mais que antes, eu consegui me sentar e me escorar na parede e só assim pude ver o estrago que estava meus ferimentos que já estavam na tonalidade de roxo. Respiro fundo e coloco minha mão em cima de meu ferimento no ombro e penetro minha própria carne com os dedos para poder retirar a bala que ainda estava alojada ali... A sensação era que tinha algo rasgando minha pele, em meio a isso eu prendi minha respiração e tentei não gritar até que com muita dor e insistência eu consigo retirá-la de minha pele, com isso eu pude respirar um pouco mais aliviada, porém ainda havia a bala em minha perna. Dessa vez eu uso as duas mãos, uma para manter firme e a outra para retirar a bala dali, não sabia explicar como, mas retirar a bala de minha perna foi mais fácil do que de meu ombro e a dor era mais suportável. Já de pé, eu havia rasgado a manga de minha camisa e amarrei em minha perna para estancar, já meu ombro eu não tive muita escolha a não ser deixar exposto, andei de um lado para o outro e em seguida olhei para cima, estava pensando em como iria conseguir sair dali eu percebi que as paredes eram de barro então dava para fazer pequenos buracos e usar de apoio como se fosse uma escada, mas eu não tinha nenhuma ferramenta comigo naquela hora então eu teria que fazer tudo na mão. Dei uma última olhada e soquei a parede o mais forte que consegui, quando tirei a mão eu consegui ver que havia ficado um buraco, fiquei aliviada já que a leve chuva estava ajudando e deixando o barro mais mole, percebendo que poderia dar certo eu coloquei meu plano em prática. Começo a escalar sem pensar duas vezes, mas conforme eu subia minhas mãos doíam cada vez mais por conta dos socos que eu dava, quando me dei conta já estava na metade do caminho e parei por uns instantes para poder respirar e percebi o quão alto era e graças a isso eu senti minhas pernas fraquejarem no processo.

— Não é hora para fraquejar Aila, você está quase conseguindo. — Falo para mim mesma.

Mantenho meus olhos para cima e volto a subir, mas em um momento acabei não me segurando bem e senti meu pé deslizar um pouco quase caindo, eu senti um frio enorme em meu corpo e me segurei mais forte ainda e não permiti que isso me abalasse e continuei até que finalmente consegui subir ao topo, chegando lá em cima eu apenas me joguei no chão e rolei para longe da beirada e respirei bastante aliviada, porém minha felicidade durou pouco ao ver que estava completamente escuro, chovendo, o lugar estava diferente e eu estava completamente perdida, me levantei um pouco rápido e andei um pouco em volta em busca das pegadas que poderiam ter ficado ali, mas não havia nada, apenas lama e mais lama.

— Aquela vaca deve ter apagado as pegadas ou a chuva mesma as apagou. — Falo para mim mesma.

Olho em volta e escolho uma direção aleatória em que acredito ser a correta e começo a seguir. 

Pacto de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora