Capítulo 9 - Dia cheio

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Beatrice Smith

A viagem a Los Angeles por um dia, o jatinho, as compras extravagantes; tudo aquilo parecia um sonho bizarro.
Nem acredito que fui arrastada para Los Angeles por um cara que mal conheço.

Depois de um dia agitado de compras, estamos de volta à limusine. James parece tão à vontade nesse ambiente luxuoso, enquanto eu me sinto completamente fora do meu elemento. Ele percebe a minha expressão perdida e sorri.

-Já pensou em se acostumar a esse tipo de vida? - ele pergunta

-Não, obrigada. Prefiro a simplicidade.

Ele ri, e o som preenche o espaço luxuoso do carro. À medida que a noite cai sobre Los Angeles, percebo que não sei quase nada sobre esse homem, além do fato de que ele é rico e gosta de luxo. Decido aproveitar a oportunidade para conhecê-lo um pouco mais.

-Então, James, o que você faz da vida além de comprar roupas caras e viajar em jatinhos?

Ele ri novamente, como se minha pergunta fosse engraçada.

-Trabalho na empresa da minha família. Temos negócios em várias partes do mundo.

-Interessante. E o que você gosta de fazer quando não está ocupado sendo um babaca que atrapalha a apresentação dos outros e contrata namoradas falsas?

-Hmm, boas perguntas, Smith. Gosto de ler, assistir a filmes clássicos como de volta para o futuro e... bem, agora, fingir que estou em um relacionamento.

Reviro os olhos diante da última parte.

-Não sei se isso conta como um hobby.

-Não? Talvez eu precise encontrar algo mais emocionante.

- É... talvez.- rio de canto.

Ficamos um segundos em silêncio

-Como você se sente em relação a essa farsa que vamos começar?

Ele olha pela janela antes de responder.

-É estranho, não sou acostumado a mentir para meus pais. Mas também não sou acostumado em ter namorada falsa - ele sorri com ironia

-Tudo você faz piada?- pergunto soltando um riso pelo nariz.

- Sim. É um tipo de escape...Uma distração.

-Uma distração de quê?

-De coisas complicadas. Às vezes, é bom escapar da realidade.

O olhar dele parece longínquo, como se houvesse mais na sua história do que ele está disposto a compartilhar.

Tento traduzir o olhar e a respiração dele mas não consigo.

-Então, Beatrice, o que te faz escapar da realidade? - James pergunta, tentando inverter o foco da conversa.

- Ficção. Gosto de me perder em histórias de viagens no tempo ou ação.

A limusine desliza pelas ruas movimentadas de Los Angeles, e eu me pego olhando para fora, perdida em pensamentos sobre o que diabos estou fazendo aqui.

- Ficção, huh? - James quebra o silêncio, trazendo minha atenção de volta para dentro da limusine.

- Sim, ficção. Pelo menos nesse mundo, tudo faz sentido - respondo, mantendo meu olhar fixo na paisagem em constante mudança.

- Você acha que a vida real é confusa demais?

- Às vezes. A ficção oferece uma fuga, um lugar onde as coisas podem ser simples, mesmo que por pouco tempo.

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