Capítulo 18 - A babá particular

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James Spilberg

Enquanto Beatrice chorava bêbada igual um gambá( que eu não sei como, porque ela só bebeu duas latas de cerveja) eu só pensava: QUE MERDA EU TO FAZENDO AQUI?

-Vamos lá, marinheira de primeira viagem, está na hora de zarpar-  eu disse botando as pernas dela para dentro do carro

-Ah, eu estou bem, só um pouco... leve-  ela respondeu, tentando focar os olhos em mim.

- Claro que está," eu murmurei, mais para mim mesmo.

A volta pra casa dos meus pais  foi uma mistura de risos, tropeços e piadas sem sentido.

-Você sabia que essas estrelas são diferentes das que temos na cidade?-  Beatrice comentou, apontando para o céu. -Acho que estão mais... sorridentes.

Eu ri.

-Acho que é o álcool falando. As estrelas são as mesmas, mas você é que está vendo tudo diferente.

Ela parou de repente e se virou para mim, com os olhos mais sérios do que eu esperava.

-Você sempre tem uma resposta pronta, não é?

-Isso é um defeito ou uma qualidade? - eu perguntei, levantando uma sobrancelha.

Chegamos em casa.

- Um pouco dos dois- ela respondeu, antes de tropeçar de novo saindo do carro. Eu a segurei firme, sentindo o calor do corpo dela contra o meu.

Quando finalmente chegamos à porta de casa, eu a ajudei a entrar, tentando ser o mais discreto possível para não acordar meus pais. A casa estava silenciosa, e só se ouvia o som da brisa do mar batendo nas janelas.

-Ok, Smith, fim da linha- eu disse, ajudando-a a se sentar na cama. Ela desabou sobre o colchão, rindo histericamente.

-Você é engraçado, sabia?- ela disse, olhando para mim com olhos semicerrados.

- Engraçado é você, bêbada pela primeira vez- eu disse, tirando os sapatos dela.

Ela prende o riso.

-Vamos, vamos tirar essas roupas e vestir algo mais confortável.- digo

-Olha você, todo cavalheiro- ela brincou, tentando tirar o colar com dedos trêmulos.

Suspirei e fui para trás dela ajudar, começando a abrir o fecho do colar com cuidado.

-Isso é o que amigos fazem, Smith.

-Amigos?-  ela repetiu, com um tom que eu não conseguia decifrar.

Ela é um enigma pra mim.

-Acho que você não é só um amigo..

-Claro que não- eu disse, tirando a blusa e a ajudando a vestir uma camiseta. - Eu sou seu babá particular

Ela riu, mas havia algo mais na risada dela. Algo que me fez parar e olhar para ela. E foi naquele momento, com ela sentada na minha frente, rindo de um jeito que só ela sabia fazer, que percebi.

Meu coração acelerou de uma forma estranha.

Que isso?

-Ei, você está bem?-  ela perguntou, notando meu silêncio repentino.

Eu pisquei, tentando focar de novo.

-Sim, só pensando em como vou explicar essa ressaca para você amanhã.

-Não vai precisar,eu sei exatamente o que vai acontecer- ela disse, bocejando.

-Ah, é? E o que seria?- perguntei, ajudando-a a deitar e cobrindo-a com o cobertor.

-Vou acordar com uma dor de cabeça terrível e você vai estar aí, com um sorriso irritante, pronto para dizer 'eu avisei'.

Ela fechou os olhos, suspirando.

- Mas sabe de uma coisa? Eu não me importo. Porque estou feliz-  ela dá um leve sorriso.

Eu me sentei ao lado dela, observando-a adormecer.

- Eu também estou, Smith. Eu também estou.

E naquele silêncio, enquanto ela caía no sono, eu percebi que essa mulher, com seu jeito único, irritante e sorriso contagiante, havia se infiltrado no meu coração de um jeito que eu nunca imaginei . E eu não posso deixar isso acontecer, não posso me apaixonar de novo e muito menos pela Beatrice.

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Na manhã seguinte, o sol entrou pelas janelas, iluminando o quarto com uma luz suave. Saí do meu quarto e atravessei o corredor.

Beatrice ainda dormia, e eu sentei ao lado dela, observando-a. O rosto dela estava calmo, sereno, sem a habitual máscara de sarcasmo.

Ela se mexeu, resmungando algo inaudível, e abriu os olhos lentamente.

-Bom dia- eu disse, sorrindo.

Ela gemeu, cobrindo o rosto com as mãos

- Nem me fale

- Eu avisei - eu disse, não resistindo à provocação.

Ela me lançou um olhar mortal, mas havia um brilho de diversão ali.

- Eu te Odeio Spilberg.

- Demostração de afeto tão cedo? eu respondi, rindo.

- Por que você não me jogou na cama e me deixou lá?- ela perguntou, tentando se sentar.

- Porque, apesar de tudo, eu sou um cavalheiro - eu disse, oferecendo-lhe um copo d'água e um comprimido.

Ela aceitou, bebendo a água com gratidão.

- Obrigada, cavaleiro- disse, sua voz mais suave.

- De nada, princesa- eu respondi, piscando.

Ela me olhou por um momento, como se estivesse avaliando algo.

- Por que você está aqui agora de manhã? Deveria estar dormindo.

-Porque é isso que amigos fazem, certo?-  eu disse, embora soubesse que a resposta era muito mais complexa.

-"Amigos", a segunda vez que você fala isso.

- Ah então a ressaca não está tão forte. - fico rindo.

- Felizmente não.- ela ri mas logo bota a mão na cabeça.

-Hoje é o dia do jantar desafiador, está pronta?

- Acho que sim.- ela diz apreensiva.

Espero que corra tudo bem...

O dia hj foi chuvoso então foi meio preguiçoso, ficamos em casa vendo filme com meu pai enquanto minha mãe organizava a festa com os empregados.

Deu a hora de se arrumar e eu fui pegar o vestido que comprei para Beatrice sem ela ver.

Volto do quarto.

- Toma, isso é pra você. - digo entregando a bolsa.

- Oque é?. - ela pergunta sorrindo.

-Abre abre!

Era um vestido de alça lindo branco longo com um abertura na cintura.
Eu vi esse vestido e lembrei dela e decidi comprar para essa festa.

- Meu Deus James que lindo!

- Tenho bom gosto eu sei.- digo com uma voz engraçada de mordomo.

Ela gargalha alto.

- vai se arrumar vai! Vou me arrumar também. Temos 1h ! - dig apontando para o meu  relógio de pulso.

- Você vai ficar chateado se eu tirar a trança? Queria muito ir com meu cabelo natural...- ela diz abaixando a cabeça.

Ela ainda pergunta????

- É claro que não! Seu cabelo natural é lindo, use ele! - digo saindo piscando.

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Galeraaaa! Estou postando com mais frequência agora!

Comentem por favor porque isso me motiva!!😭😭😭

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