Capítulo 27- Outro lado

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JAMES SPILBERG

Que dia foi esse? Vamos recapitular isso tudo na minha visão.

Acordei naquela manhã com uma sensação irritante de que o universo tinha uma piada pronta para mim. O sol brilhava demais para meu gosto, e o som dos pássaros cantando me dava vontade de jogar algo pela janela. Não, eu não estava de ressaca. Só estava... descontente.

Eu me levantei, me espreguicei, e decidi que era hora de enfrentar o mundo. Não estava com pressa de sair do meu quarto, mas a fome falou mais alto. Quando cheguei à cozinha, dei de cara com Aidan e Brian, que estavam discutindo animadamente sobre algum prato gourmet que pretendiam fazer. Boa sorte com isso, pensei. Esses dois juntos na cozinha eram um desastre à espera de acontecer.

- Bom dia, senhores. – Disse, pegando uma maçã da fruteira. – Já começaram a planejar o próximo incêndio culinário?

- Ah, vai se ferrar, James. – Aidan respondeu com uma risada. – Estamos tentando impressionar nossas namoradas.

- Sim, porque nada diz "eu te amo" como uma intoxicação alimentar. – Retruquei, mordendo a maçã.

Brian riu, mas Aidan jogou uma toalha em mim. Eu esquivei, ainda rindo. Aquele era o nosso jeito de mostrar afeto. Sarcasmo e piadas eram nossa língua comum.

Fiz um sanduíche, sentei no sofá e comecei a ver TV.

Ouço a porta abir, alguém está saindo ou o Adam está chegando porque ele é o único que não está em casa.

- Ah, veja só quem chegou – disse, levantando-me do sofá. – Adam e sua "nova" namorada.

Adam e NAMORADA?

Viro e me surpreendo.

A expressão no rosto de Smith foi um misto de surpresa e desconforto. Adam, por outro lado, parecia mais determinado do que nunca. Ele já sabia???

- James... o que você está fazendo aqui? – Bea perguntou, tentando soar casual, mas falhando miseravelmente.

- Eu moro aqui. – Respondi, seco. Não era minha intenção, só saiu.

Aidan e Brian saíram da cozinha, como se estivessem fugindo de uma zona de guerra. A tensão no ar era palpável.

- Ei, pessoal – disse Aidan, tentando aliviar a tensão. – Que tal deixarmos as apresentações para depois e focarmos na comida? Porque, honestamente, precisamos de ajuda.

Smith sorriu, visivelmente aliviada pela distração. Adam, no entanto, não parecia tão disposto a deixar isso para lá. Mas ele sabia que era melhor não criar uma cena.

- Claro, Aidan. Vamos ver o que vocês estão aprontando. – Bea respondeu, entrando na cozinha.

Eu segui atrás deles, observando cada movimento. Adam estava visivelmente desconfortável, mas tentando esconder isso. Era quase cômico. Eu sabia que estava forçando a barra, mas não conseguia evitar. A visão de Bea e Adam juntos me incomodava de um jeito que eu não sabia explicar.

Na cozinha, começamos a preparar a comida. Eu fiquei no sofá, observando de longe e ouvindo a conversa deles. Aidan e Brian estavam tentando desviar o assunto, mas eu sabia que mais cedo ou mais tarde, a questão viria à tona.

- Então, Smith – disse, entrando na cozinha e pegando um copo d'água. – O Adam era o tal "cara"?

Bea hesitou por um momento antes de responder.

- Era sim. Não falei nada porque achei que você não conhecia ele.

Eu sorri, mas não havia humor em meus olhos.

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