𝓓

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                              DENER

Levantei, como de costume, e fui até meu banheiro tomar um longo banho para me manter acordado. Fazia tempos que eu não dormia bem desse jeito, eu realmente estava desrregulado e pensei até que eu tinha adquirido insônia. – Terminei meu banho, saí do banheiro entrando no quarto de novo. Olhei para meu enorme closet vendo qual roupa eu usaria hoje, obviamente seria social, mas eu estava vendo qual cor seria. Azul era legal, preto era o clássico e também tinha o cinza..

Eu me amarro nesse cinza, vou usar ele hoje para discussão de contratos com o cliente hoje. Sou empresário no ramo legal e por outros lados trabalho com coisas que não merecem ser escutadas por pessoas básicas. Penso todos os dias em renunciar meu cargo por conta que agora tenho o Noah, não quero que besteiras afetem ele por conta de alguns trabalhos meus, se é que vocês me entendem. Mas, por enquanto vamos continuar com que ainda temos.

Estou pronto, arrumado e perfumado. Desligo a central do meu quarto e saio andando no corredor. Caminho até o quarto do meu garotinho, que estava dormindo, entro e dou um beijo em sua testa, fazendo ele acordar.

- Onde você vai? — Noah perguntou sonolento.

- Trabalhar, neném. Você acha que a gente fica rico sem fazer nada? — digo sarcástico. — Eu volto de noite, não se preocupe.

- Não vai.. — Noah choramingou. — Não quero ficar sozinho..

- Você não vai ficar sozinho. Contratei um babá pra você, ele chegará em breve e cuidará de você igual como eu cuido.

- Não quero babá, quero você! — Exclamou. — Só gosto de você.

- Noah. Sem manha agora, estou indo ok? — Tento sair, mas ele segura meu braço com suas mãos frágeis. — Solte.

- Não vai! — disse enquanto iniciava um choro fraquinho. — Noah 'qué papai! Ele qué sim!

- Eu sei que quer, mas preciso ir trabalhar agora amor. Solte meu braço. — Noah soltou. — Você não precisa chorar, eu volto. — Dener disse ao se aproximar do garoto.

- Papai... — Noah falou enquanto Dener fechou a porta, escutando o choro abafado do garoto no corredor.

        MEU TRABALHO (I)LEGAL

Escolhi um carro mais discreto na minha garagem, um HB20 branco, pra ir até o meu galpão. A polícia nunca soube quem eu era ou que eu fazia, mas todo cuidado é pouco, nunca se sabe quando eles ficarão mais espertos. — A viagem durou em torno de 15 minutos, estacionei próximo para não levantar nenhuma suspeita de estranhos e caminhei, sumindo em um beco que tinha uma porta disfarçada.

Entrei e segui o caminho reto que era iluminado por fracas luzes de tom amarelo manteiga, no final havia uma porta e eu a abri sem dificuldade pois eu que comando todo aquele lugar. Ao entrar, vejo vários dos meus capangas embalando drogas e guardando nas caixas para seus respectivos transportes.

- Bom dia. — Digo formalmente. — Tudo certo com a carga da Bolívia?

- Sim senhor. Um dos pacotes foi ontem e todo o resto irá hoje. — Um capanga me respondeu. — Estamos preparando também a carga para a Venezuela.

- Tá. E qual é a lógica de enviar apenas um pacote ontem e hoje enviar todo o resto? Preguiça? Arrumar tudo e enviar de uma vez era mais prático, não acha?

- S-sim senhor. É que estávamos preparando outras cargas.. senhor.

- Que cargas? A do Panamá já foi e a do Chile também. A da Bolívia nos renderá mais que essas duas juntas e vocês enviaram um mísero pacote? Patético. Bom, seja o que for, enviando está tudo bem.

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