𝗘𝘂 𝗦𝗼𝘂 𝗢 𝗙𝗶𝗺 𝗱𝗼 𝗠𝘂𝗻𝗱𝗼 ¹⁴

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- Tudo bem. Se eu seguir a rota 5, devo dar direto no hospital. - Falo sozinha.

O ar fora do teatro é gélido e me faz arrepiar. A jaqueta fina que estou vestindo não me é o suficiente para me esquentar e posso sentir que continua meio úmida pela água.

Dobro o mapa em minhas mãos e o guardo na mochila. Não posso olhar pra trás agora. Não posso pensar em como Daryl vai ficar quando souber que fui embora. Não posso pensar nas probabilidades de nada der certo porque estou completamente obcecada pensando em Nora e no que preciso fazer.

Preciso a encontrar, fazê-la falar onde Negan está. Preciso saber o porquê ela estava lá... por que mataram meu irmão?

Quase não percebo que já atravessei metade da cidade por estar pensativa demais. Preciso parar por um tempo quando vejo as ruas alagadas da cidade. Penso um pouco e então decido ir por cima das casas para chegar até o hospital. Subo em cima de um antigo caminhão no meio do caminho e só assim posso alcançar a janela de um dos prédios próximos. Entro em um dos quartos e aproveito para procurar algum suprimento ou munição que possa me ajudar no caminho. Subo as escadas até o telhado do edifício e assim finalmente posso ter uma visão melhor da situação da cidade. Quase todas as ruas estavam alagadas, e eu sabia que em algum momento teria de enfrentar a água para chegar ao hospital.

Aproveito para identificar o hospital entre os outros prédios.

- Porra, achei que estivesse mais perto. - Digo, ao ver o edifício de longe.

Analiso a rota em que posso seguir para continuar o caminho. Pego uma tábua de madeira jogada no chão e faço uma ponte com ela para o outro prédio. Ando com cuidado até o outro lado para não quebrar a madeira com o meu peso e, assim, continuo o trajeto.

Quando estou quase chegando ao hospital, preciso descer para as ruas. A água me engole até os joelhos e não me resta alternativa a não ser nadar entre as ruas. Conforme me aproximo do posto hospitalar, consigo ouvir algumas pessoas conversando. Não parece haver muitas delas, então me escondo atrás de alguns destroços a alguns passos de distância do hospital.

- Já encontraram eles? - Eu ouço alguém perguntar de longe. Parece uma mulher.

- Ainda não. Não dá pra saber pra onde eles foram, os únicos que poderiam saber agora estão mortos. - Um homem responde

- Cara, eu ouvi que a Lauren e o Jeffrey morreram queimados enquanto os infectados comiam eles. - Uma outra voz de um homem, comenta.

- Aqueles dois vão pagar pelo que fizeram. Vou atrás deles de novo, não devem estar muito longe. - O homem diz.

- Toma cuidado, o Norman não vai ficar nada feliz se a gente perder mais alguém.

É a última coisa que escuto antes de um motor ser ligado. Provavelmente algum carro saindo. Tomo coragem e enfim olho na direção das vozes. Posso ver o homem e a mulher se entreolhando uma última vez, antes de se afastarem. Cada um deles portava uma arma e pareciam que estavam no posto de guarda.

Sigo o homem de longe, observando-o até que o mesmo se senta de costas para mim. Olho ao redor em busca de alguma testemunha e então caminho silenciosamente até o mesmo. Tiro minha faca da cintura e assim eu agarro o mesmo. Coloco minha mão em sua boca para que ele não grite, e com a outra eu me aproximo de sua garganta com a faca.

- Não grita. - Eu sussurro para ele.

Ele levanta as mãos, deixando cair sua arma.

- Cadê a Nora? - Pergunto, e então ele aponta para a entrada do hospital.

Sigo a direção e de longe posso ver uma mulher morena conversando com outro homem vestido de policial.

- É ela? - Ele assente repetidas vezes, desesperado.

𝗦𝗲𝘂 𝗦𝗮𝗻𝗴𝘂𝗲 𝗲 𝗟𝗮́𝗴𝗿𝗶𝗺𝗮𝘀, 𝖽𝖺𝗋𝗒𝗅 𝖽𝗂𝗑𝗈𝗇 ²Onde histórias criam vida. Descubra agora