𝗦𝗲𝘂 𝗦𝗮𝗻𝗴𝘂𝗲 𝗲 𝗟𝗮́𝗴𝗿𝗶𝗺𝗮𝘀, 𝖽𝖺𝗋𝗒𝗅 𝖽𝗂𝗑𝗈𝗇 ²

𝗣𝗲𝘀𝗼 𝗠𝗼𝗿𝘁𝗼 ¹⁹

O ar pesado envolvia cada cômodo do Aquário. Já fazia algum tempo que estava assim.

Haviam se passado meses logo após o último confronto com Negan. Graças a Michonne e um pequeno grupo que foram atrás de seus amigos, todos foram resgatados. Se não tivessem chegado a tempo, provável que todos estariam mortos agora.

Na beira da cama de seu quarto, Tris Rhee encara a pulseira de seu irmão em suas mãos. Fazia 3 meses que ela tinha deixado Alexandria e fugido para o Aquário. Aquilo era um refúgio para ela.

Ela respirou fundo e piscou algumas vezes, tentando afastar as pequenas lágrimas que se formaram no canto de seus olhos. A mulher se levantou e guardou a lembrança do irmão dentro de seu guarda-roupa. Procurou alguma roupa nova para se vestir, logo depois de ter tirado seu pijama e não notou a presença de alguém logo atrás até se virar para ele.

— Credo, você me assustou. – Ela levou a mão no peito, tentando se acalmar.

Tris escutou uma risadinha baixa e sorriu em sua direção. Ela observou com cuidado o rosto de Daryl. A marca da cicatriz em sua bochecha pelo tiro que havia levado de Negan, parecia a encarar de volta. Mas ela não se incomodou com isso. Ele se aproximou mais da mulher e agarrou sua cintura, trazendo a mesma mais pra perto. Aproveitando o momento, ela passou o braço envolta de seu pescoço e os dois olharam nos olhos um do outro. Com a outra mão, Daryl puxou o rosto da sua mulher e a beijou. Foi apaixonante, íntimo. Algo que os dois não compartilhavam a algum tempo. A quebra de contato foi algo que os dois não queriam, mas foi preciso pela falta de ar.

Daryl sentiu algo arder dentro dele, e sabia que sua mulher também sentia o mesmo. Mas antes que pudessem fazer alguma coisa a mais, ele se lembrou do motivo de estar ali.

— Maggie tá vindo pra cá. – A expressão da mulher a sua frente mudou drasticamente.

Ela se afastou um pouco dele, o encarando e esperando que aquilo fosse alguma brincadeira de sua parte. Mas, não era.

— Agora? – Perguntou, supresa.

Ele assentiu levemente.

— O bebê nasceu a algumas semanas, ela queria que vocês se encontrassem.

Ah, o bebê. Como Tris poderia ter se esquecido? O filho mais novo de seu irmão havia nascido e ela não estava lá.

— Eu tinha me esquecido. Droga.

— Tá tudo bem. Olha, se arruma com calma. Quando ela chegar, eu te chamo. – Daryl tentou a acalmar.

Tris suspirou profundamente, tentando relaxar. Não havia motivos para tanta tensão, certo?

O homem se aproximou dela e a beijou suavemente, antes de sair do quarto e deixá-la sozinha novamente. Só então, Tris pôde notar que estava nua. A vergonha a fez estremecer e ela correu pro banheiro.

Do outro lado da situação, Daryl saiu do quarto sorrindo com a imagem da sua mulher ainda em mente e desceu as escadas. Ele caminhou até a porta, e do lado de fora do Aquário, ele esperou por Maggie. O que, após quase uma hora de espera, ele finalmente pôde escutar o som do carro se aproximar. O homem continuou parado em frente a porta. E, só então quando Maggie saiu do móvel e sorriu em sua direção, ele caminhou até ela.

— É bom ver você. – Ela disse, quando os dois se abraçaram.

— Eu também. Como estão as coisas em Alexandria? – Ele perguntou.

— Estamos bem. É melhor agora com todo o pessoal reunido. – Maggie deu a volta no carro e Daryl a observou enquanto ela pagava seu filho nos braços. – Queria que Tris estivesse lá com a gente. Vocês dois.