𝗟𝗼𝗻𝗴𝗲 𝗗𝗲𝗺𝗮𝗶𝘀 ¹⁶

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Acordo com um susto. Meu corpo dói quando me movo minimamente no sofá. Demoro algum tempo até notar meu rosto molhado e só então percebo que havia chorado durante o sono. Ultimamente dormir foi uma das coisas em que eu mais evitava no meu dia, por que eu sabia que iria acordar chorando. Quase nunca me lembrava dos meus sonhos durante o sono, mas sentia que era sempre algo relacionado a Ele.

Não me lembro do momento em que fui dormir ou como me deitei no sofá para isso. Acho que no momento não me lembro do eu havia feitos nos últimos dias a não ser alguns fragmentos de lembranças. Onde todas estavam confusas demais para mim.

Me levanto com dificuldade, sentindo meu corpo inteiro doer. Tiro um minuto e olho para o meu corpo quase nu, observando os diversos hematomas em minha pele. A mordida deixada em minha mão dói quando fecho o punho. Suspiro de dor. Busco minhas roupas pelo quarto e as encontro dobradas em cima da poltrona no canto do quarto. Caminho lentamente até e me visto. Pego minha mochila no chão e a coloco nas costas. Seu peso dói contra meus machucados, mas tento não ligar com o incomodo e sigo meu trajeto para fora do quarto. Preciso encontrar Daryl. Sei que preciso pelo menos vê-lo naquele momento.

Atravesso a sala de teatro e quando abro a porta para o salão principal, suspiro pesado.

- Daryl? - Vejo sua figura mais a frente.

Ele estava sentado em uma cadeira enquanto observava Maggie dormir em um dos sofás. Sua atenção se volta para mim assim que pronuncio seu nome. O mesmo se levanta rapidamente e caminha até mim. Faço o mesmo com mais calma, já que a cada passo que eu dava eu podia sentir meu corpo vibrar de dor.

- Como você tá? Não deveria ter levantado agora, você mal dormiu. - Ele diz, reparando como estava o meu estado.

- Não consegui voltar a dormir. - E eu nem tentaria se pudesse. Não queria sonhar com mais nada. Minha cabeça latejava a todo momento.

- Como ela tá? - Pergunto, fitando Maggie por cima de seu ombro.

- Hm, vai ficar bem. - Minha pergunta parece incomodar algo nele. - Vem cá.

Sigo o mesmo por onde ele me guia. Olho para Maggie antes de subir as escadas para o segundo andar. O caminho é silencioso, e pela primeira vez me sinto inquieta perto dele. Caminhamos até a sala do rádio juntos.

- Onde tá Jesus e a Princesa? - Pergunto, sentindo a falta de presença dos dois.

- Nos fundos em um outro quarto. Princesa tá cuidando dos ferimentos dele. - Ele responde, e posso ver que rapidamente me analisa pelo canto do olho.

Daryl se encosta na mesa atrás dele, apoiando as duas mãos atrás do corpo enquanto fixa seu olhar em mim. Coço o canto do olho um pouco constrangida e devolvo o olhar para ele.

- Ela teve uma noite difícil. - Não preciso que o mesmo cite seu nome para saber que fala de Maggie. - Ela não come nada e mal consegue reter água.

Suspiro, cortando nosso contato visual.

- Ela tá grávida? - Sua pergunta direta me pega de surpresa.

- Tá. - Respondo sem muita enrolação.

Daryl assente várias vezes e abaixa a cabeça pensativo.

- Ela tá preocupada com você... e eu também. - Suspiro nervosa e olho para um ponto qualquer do quarto antes de me voltar pra ele.

- Não precisa. Depois que tudo isso passar...

- Tris. - Ele me corta. - Você não sabe como foi pra ela quando viu seu estado ontem. Você tava cheia de sangue e tremendo, e tudo o que você conseguia pensar era onde Negan tava.

𝗦𝗲𝘂 𝗦𝗮𝗻𝗴𝘂𝗲 𝗲 𝗟𝗮́𝗴𝗿𝗶𝗺𝗮𝘀, 𝖽𝖺𝗋𝗒𝗅 𝖽𝗂𝗑𝗈𝗇 ²Onde histórias criam vida. Descubra agora