Eu encarei o teto do quarto por horas.
Tentei regular minha respiração acelerada com a de meu marido, que dormia pacificamente ao meu lado. Mas fracassei. Derrotada, eu me sentei na cama e logo minha perna começou a balançar freneticamente sem o meu consentimento. Por um momento, pensei que poderia estar paranoica ou até esquizofrênica, porque minha mente não parava. Estava toda hora trabalhando e nunca me dava descanso.
Eu cansei. Eu precisava acabar com isso, precisava de paz.
Assim, eu me levanto com cuidado, checando para ver se meu homem ainda dormia. Fiz meu caminho até o guarda-roupa, e peguei uma roupa para me vestir, já que ainda me encontrava nua. Por último, peguei minha mochila e me certifiquei de que o mapa ainda estava ali. Eu paraliso quando ouço o homem se revirar na cama, e me volto para ele com calma.
Meu coração ficou subitamente pesado, e fiquei aliviada por ele não ter acordado. Eu teria voltado para seus braços na mesma hora.
Devagar, bem devagar, eu saí do quarto.
O ar gélido do lado de fora do quarto, me fez arrepiar e quase desistir, para poder voltar para Daryl. Porém, determinada, eu continuei meu caminho. Atravessei o Aquário apressada, indo até o barco em que eu e Daryl havíamos concertado a pouco tempo. Fiquei sob o barco e levei um momento para me equilibrar. Fui até a parte interior do móvel, onde se encontrava uma pequena mesa e deixei minha mochila ali mesmo. Voltei para dentro do Aquário para pegar mais algumas armas e suprimentos. Fiz meu caminho para o barco novamente e me abasteci. Estava tão focada, que não notei os passos atrás de mim.
— O que você tá fazendo? – Ouço a voz dele.
Olho para Daryl logo na porta do barco, me encarando.
— Vem, vamo voltar pra cama. – Ele suspira, pronto para se virar.
— Eu não posso. – Minha voz sai firme.
Daryl ainda está de costas pra mim, mas posso imaginar sua expressão de tristeza.
— Eu preciso fazer isso. – Me aproximo dele, e ele se vira pra mim.
Noto seu olhar caído e quase posso ver que ele está prestes a chorar.
— Você não tem que fazer isso só porque a Maggie pediu, Tris. – Ele agarra meu corpo, como se estivesse com medo de que eu fugisse.
— Não tô fazendo por ela! – Me defendo.
— Ah, não? Então o que isso tudo significa?
Eu paro por um momento, encarando seus olhos e então me afasto de seus braços.
— Glenn sabia que eu não queria que fossem atrás de mim. Que não se intrometessem na minha escolha de servir pra vacina, mesmo assim fez! Porque ele pensou que seria o melhor pra mim, porque ele queria o melhor pra mim. E eu fui egoísta de o afastar durante 1 ano inteiro. De não o tratar como o meu irmão. E mesmo quase morto a única coisa que ele pensou em me dizer foi um 'Eu te amo'. – Eu desabo. – Eu não tô fazendo isso por Maggie ou por qualquer outra pessoa. Eu vou fazer isso pelo irmão que eu perdi!
É nesse momento em que nós dois estamos chorando. Quando vou limpar minhas lágrimas, posso sentir o metal gelado do meu anel de noivado e me sinto estupida na mesma hora.
— Me deixa ir com você! – Ele pede, com sua voz embargada.
— Não, não pode.
— Tris, me escuta! – Ele se aproxima novamente, e agarra meu rosto com as duas mãos. – Que diabos, mulher. Você é minha esposa. Eu não vou deixar você. Não posso permitir que faça isso sozinha. Eu vou te seguir até o quinto dos infernos.
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𝗦𝗲𝘂 𝗦𝗮𝗻𝗴𝘂𝗲 𝗲 𝗟𝗮́𝗴𝗿𝗶𝗺𝗮𝘀, 𝖽𝖺𝗋𝗒𝗅 𝖽𝗂𝗑𝗈𝗇 ²
Fanfiction≡ 𝙨𝙚𝙪 𝙨𝙖𝙣𝙜𝙪𝙚 𝙚 𝙡𝙖́𝙜𝙧𝙞𝙢𝙖𝙨 ≡ ꒰ 𝐒.𝐎.𝐂 ꒱⠀━━» 𝙘𝙤𝙣𝙩𝙞𝙣𝙪𝙖𝙘̧𝙖̃𝙤 𝘴𝘦𝘶𝘴 𝘰𝘴𝘴𝘰𝘴 𝘦 𝘤𝘪𝘤𝘢𝘵𝘳𝘪𝘻𝘦𝘴ꜜꜜ 〤⌕ seusangueelagrimas.com Onde Tris Rhee agora enfrenta novos rivais, atrás de vingança. E se vê em uma luta puja...