𝗢 𝗤𝘂𝗲 𝗘𝘀𝘁𝗮́ 𝗦𝗲𝗻𝗱𝗼⁰⁹

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ᴀᴛᴜᴀʟᴍᴇɴᴛᴇ

- Meu deus, Tris? É você mesmo? - Jesus pergunta.

Suspiro aliviada, ajustando o peso de Maggie ao meu lado.

- Sou eu porra, tira essa coisa da minha cara. - Eu peço, me referindo a sua arma ainda apontada em minha direção.

Maggie arfa lutando para se manter em pé ainda.

- Oh merda, vem comigo. Vou levar vocês pra um lugar seguro. - Ele guarda a arma e apoia o outro braço de Maggie em seus ombros.

Posso escutar o barulho das trovoadas e sentir os pingos fracos de chuva sob minha cabeça que começará de repente. Finalmente sinto a dor da mordida em minha mão e gemo agarrando Maggie com mais força. Viramos para a próxima rua e posso ver alguns poucos infectados mais à frente.

- Não sei o que vocês estavam fazendo na estação de trem, mas o barulho que fizeram ecoou por metade da cidade. Vocês chamaram a atenção desses putos. - Jesus diz, com a voz esbravejada.

Olho para ele por cima de minha amiga. Se soltando de Maggie com cuidado, o mesmo corre mais a nossa frente, matando os errantes enquanto eu prossigo o caminho arrastando Maggie.

- Por aqui. - Ele diz, acenando na direção em que deveríamos seguir adiante.

Tornando para a esquerda assim que passamos por um antigo prédio, eu posso ver o teatro mais à frente. Quero parar no meio do caminho e ir atrás de Daryl naquele instante, mas ouço Maggie arfar e enfim me lembro por qual motivo estou aqui.

Jesus abre a porta do teatro, esperando para que passemos logo. Maggie se apoia nas paredes quando já estamos dentro do lugar e não preciso procurar pelo salão onde deixá-la porque o antigo sofá ainda está no mesmo lugar depois de anos. Deixo a mesma escapar de meus braços devagar e a sento no sofá e só assim posso ver a mesma tentando regular sua respiração.

Eu me afasto um pouco da mesma, a encarando. Ela coloca as mãos no joelho com os olhos fechados e ofegando. Me sinto culpada ao ver seu estado, e mesmo não querendo me lembro de Glenn por um momento. Se ele estivesse aqui, provavelmente estaria gritando comigo pelo o que fiz a mesma passar minutos atrás.

- Jesus? O que tá acontecendo? Que barulho foi aquele? - Uma voz feminina grita e ouço seus passos apressados descendo as escadas.

Olho para a mulher quando ela aparece. Ela tinha cabelos ondulados e estavam desarrumados, como se tivesse acabado de acordar. Estava com uma calça de tecido fino e uma jaqueta rosa velha.

- Oh porra, vocês não são o Jesus. - Ela diz, alternando o olhar entre mim e Maggie.

- Não, a gente... - Eu começo falando, mas Jesus chega por trás de mim indo em direção a mulher.

- Tá tudo bem, eu as conheço. - Ele se vira pra mim. - Na verdade, conheço uma delas.

Vejo seu olhar recair sobre Maggie.

- Ah, essa aqui é a Maggie. É uma amiga minha. - Explico.

- Ótimo, essa aqui é a Juanita. - Ele aponta para a mulher ao lado.

- É, mas me chamem de Princesa por favor. - Ela pede.

Eu assinto para os dois, voltando minha atenção para Maggie. Ela me olha de volta e posso ver seu queixo tremer.

- Será que vocês não tem algum cobertor pra ela usar? - Eu pergunto, me virando para os dois.

- Claro, tem alguns lá encima. Eu pego pra você. - Jesus assente para Maggie, antes de sumir nas escadas.

𝗦𝗲𝘂 𝗦𝗮𝗻𝗴𝘂𝗲 𝗲 𝗟𝗮́𝗴𝗿𝗶𝗺𝗮𝘀, 𝖽𝖺𝗋𝗒𝗅 𝖽𝗂𝗑𝗈𝗇 ²Onde histórias criam vida. Descubra agora