Dois dias depois.
Em um pequeno empório no bairro italiano da cidade, Cali estava a portas fechadas fazendo o balanço de vendas do ano, afinal precisava cuidar de seu negócio já que a missão do baile havia sido concluída, sua concentração era quebrada eventualmente por algumas mensagens das meninas no celular.
Desde que haviam chego em casa, Ange e Cami não paravam de repetir que sentiam saudades, Cali dizia o mesmo, pois sentia realmente falta de cada uma, contudo, Mandi havia escolhido o silêncio como amigo, mandava uma eventual figurinha em algum horário aleatório do dia apenas para dizer que estava viva, o que de certo ponto não deixava Cali nenhum pouco tranquila, mas era preciso suportar, pelo menos de momento.
Rafael nos últimos dois dias repetia que sentia que algo não estava bem com Andrew mesmo que, todavia, não tivessem notícias do paradeiro dele e de Ana, mas Cali mantinha as esperanças dentro de um positivismo realista.
Ela estava digitando no computador os dados do balanço tão imbuída com aquilo, que não percebeu baterem na porta na parte do fundo do estabelecimento. A pessoa insistiu batendo mais três vezes seguidas, até que Cali saiu do transe dos números, se levantou em um salto, contornou o balcão, viu através dos vítreos turvos uma silhueta que ela conhecia, destrancou a porta assim que teve noção de quem era e a abriu.
— Amore! — exclamou ela o abraçando — achei que você vinha me buscar só no fim da tarde!
— Eu vinha mesmo mi amor, — a dá um beijo na testa — mas passei no Plaza, algo estava me forçando para ir até lá... encontrei o Andrew. — revelou Rafael.
— Encontrou? E o que houve? — quis saber logo Cali.
— Mi amor ele... ele não está bem... — começou Rafael.
Da porta de trás do carro de Rafael saiu uma jovem senhora reforçando:
— Ele não está bem mesmo Cali.
— Ana! — exclamou ela ao vê-la, a senhora estava abatida com os olhos meio avermelhados — O que aconteceu, os procuramos desde o baile e vocês sumiram!
— Mi amor... — começou novamente Rafael a fazendo olha-lo, estava notoriamente segurando um choro que parecia querer vir a qualquer momento — O Andrew não está bem, não tem como eu explicar, acho que você vai ter que ver com os próprios olhos.
Rafael a puxou até o carro e abriu a porta da frente do passageiro.
— Meus Deus! — reagiu Cali levando a mão tampando a boca ao ver o estado do rapaz sentado no banco.
— Ele precisa de nós mi amor... — disse com a voz embargada Rafael.
Cali olhou para aquele rapaz, estava quase irreconhecível, a comunicação corporal dele estava pesada meio sem vida, ela estava tentando analisa-lo, quando Ana a contou:
— Ele não está falando Cali...
— Rafa, consegue levar ele lá para dentro? — Rafael assente — Ana pode me ajudar, vou preparar um chá de esclareia. — pediu Cali.
Dentro do estabelecimento Cali estava separando as ervas, Ana colocava água para ferver, enquanto Rafael trazia Andrew meio arrastado o sentando em uma das poltronas do escritório.
— Acha que o chá de esclareia vai ajudar ele a voltar a falar? — perguntou Ana nitidamente esgotada.
— Vai sim Ana, obrigado pela ajuda, agora vai se sentar ao lado deles ali, eu já vou lá. — orientou Cali.
Com o chá feito e amornado, Cali se juntou aos três se sentando na poltrona em frente a Andrew, colocou a xícara entre as mãos dele o fazendo segura-la e o orientou:
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Juntas para o Natal
RomanceQuatro amigas se juntam para passarem o Natal. Elas organizam um baile para comemorar a data, mas no meio do caminho elas ganham um pouco mais do que esperavam para o Natal. Muita música, muitas risadas, muita magia natalina, conexões e muito romanc...