Capítulo Cinco:
Três dias depois...
Há três dias o clima entre elas continuava descontraído, sem falar sobre o orfanato, as duas seguiam como se a conversa daquele fim de tarde fosse apenas uma lembrança distante, já foi embaraçoso demais no momento em que se separaram do abraço e difícil demais para Anita relembrar tudo o que passou naqueles anos. Glória tinha entrado em contado pouquíssimas vezes, apenas para saber se estava tudo bem, sem notícias sobre a abertura do novo Casa dos Santos, Verônica e Anita reuniram tudo o que sabiam em um quadro no quarto de hóspedes, segundo Berlinger era ridículo a ideia de um quarto secreto. Em mais uma manhã que se encontravam de frente ao quadro de informações, Verônica e Anita discutiam como iriam tentar conseguir novas descobertas.
–– A gente tinha que seguir um dos que estão trabalhando na parte administrativa, sei lá, alguém que esteja nos planejamentos.
–– Acho melhor não. Verô, a Glória tá te ligando.
–– Hã? Ah, sim, nem reparei. –– A escrivã pega o celular de cima da mesa e atende colocando-o no viva-voz. –– Oi Glória, pode falar.
–– Descobrimos o nome de um dos principais investidores, é um empresário colombiano, Juan Hernández, ele tá hospedado no Copacabana Palace, vou enviar algumas fotos dele pra você Verônica, junto da placa dos carros que ele tem utilizado e dos principais lugares que ele frequenta durante a estadia no Rio.
–– Eu já ouvi falar nesse cara, era um dos que ajudava a transportar as garotas da Colômbia para outros países.
–– Por que você não disse isso antes Anita?
–– Vocês não perguntaram, não tinha como eu adivinhar. –– Verônica segura o riso antes que ele seja vocalizado, encarando a delegada com uma expressão divertida.
–– Piadinhas uma hora dessa Anita, sério? –– suspira –– Enfim, antes que eu me esqueça, Verônica um dos meus hoje vai ir na casa entregar uma moto pra você se locomover, acredito ser melhor e isso inclui identidade falsa, pras duas.
–– Entendi, obrigada Glória!
–– Tchau meninas, acredito que daqui a uns dois dias eu posso ir ver pessoalmente como estão as coisas.
–– Glória, como estão meus filhos?
–– Estão bem, sendo monitorados pela minha equipe vinte e quatro horas, o Rafa continua treinando pro campeonato estadual e a Lila está conversando com um garoto pelo instagram, o Lucas, mas estamos de olho no conteúdo da conversa.
–– Obrigada mais uma vez Glória, por proteger eles.
–– Eu também sou mãe Verônica, da mesma forma que eu queria que protegessem meu filho eu vou proteger os seus. Tchau meninas!
–– Tchau! –– as duas dizem em uníssono, desligando a chamada Verônica se vira em direção a delegada. –– Bem que você poderia se oferecer pra fazer algo doce pra gente comer Anita, um bolo, mousse sei lá.
–– Te dei confiança demais em escrivã, tá se achando já no direito de pedir alguma coisa.
–– Eu só sugeri, você ficou se gabando naquele dia que cozinhava bem, mas até hoje a gente só está comendo comida congelada, minha saúde vai desaparecer assim.
–– Sempre existe a opção em você mesma cozinhar.
–– Eu não sou muito boa, sei o básico para se sobreviver e olhe lá. –– A delegada encarava com uma expressão divertida a escrivã.
–– Como é que você sobreviveu tanto tempo se escondendo? –– Anita leva uma mão massageando as têmporas suspirando–– eu vou fazer, mas você vai ajudar e se me irritar não vou fazer mais nada.
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Maybe there are colors in my life
FanfictionVerônica nunca imaginou querer tanto que o que ocorreu com Anita mudasse, que o falecimento da delegada não passasse de uma invenção da sua cabeça, mas, infelizmente a delegada tinha morrido, era um fato, ou parecia ser um. Agora a escrivã terá que...