Capítulo oito:
Verônica acreditou por um momento que ao chegar da festa conseguiria realmente dormir, simples assim, se sentia cansada, não somente de forma física, mal se lembrava a última vez em teve uma crise, talvez tenha sido na época em que seus pais morreram, bom, na época em que sua mãe morreu, eram crises e mais crises, seu físico cansado, seu emocional esgotado, para simplificar Verônica atingiu o que chamam de fundo do poço, os repórteres que não respeitavam a então órfã pioraram a situação e de certo modo aquela crise trouxe sentimentos antigos, sensações para ser mais exata, seu corpo permanecia exausto, mas sua mente teimou a se desligar totalmente, fazendo com que a mesma só tivesse conseguido dormir quando já se passava de oito da manhã. Em contrapartida a delegada havia conseguido apagar totalmente, despertando quando já se passavam das duas e dez da tarde, espreguiçando-se na cama observando assustada o horário no relógio na mesa de cabeceira.
Era duas e cinquenta da tarde quando a loira finalmente se encontrava na cozinha fazendo café, não se lembrava quando foi que se viciou naquela bebida, porém era algo que podia se considerar vital a antiga rotina caótica da delegada, os cabelos loiros presos de qualquer maneira em um coque compunham uma imagem um tanto quanto atípica de Berlinger nos olhos de Verônica que a pouco tinha entrado no cômodo e se encontrava observando a delegada.
–– Bom dia! –– Anita salta levando um susto pela repentina aparição da escrivã no ambiente.
–– Puta que pariu Verônica você gosta de me assustar não é? Quero ver o que vai ser quando eu decidir me vingar. –– A escrivã solta uma pequena risada diante da ameaça. –– Não seria boa tarde?
–– Se eu acabei de acordar é bom dia ainda. –– Anita ri balançando a cabeça em negação.
–– Tem café, vai querer esperar um pouco ou já podemos debater o que escutamos ontem?
–– Como você sabia controlar uma crise de ansiedade? –– Verônica vê a delegada suspirar antes de falar.
–– Eu tinha lido a muito tempo que se você começa a concentrar seu cérebro em algo específico, ajuda a desacelerar e acabou que uma vez, ou algumas vezes, enfim, eu tenha testado e ajudou, então acaba que eu lembro disso com facilidade.
–– Entendi, acho que podemos tomar café e falar um pouco sobre ontem.
–– Okay então. –– A delegada enche sua caneca, deixando outra separada para que a escrivã pudesse pegar, seguindo em direção a sala sentando no sofá aguardando a mesma. –– Você tem a mania de responder minhas perguntas com mais perguntas, não é?
–– É...–– a escrivã leva a mão a nuca envergonhada, nem ao menos percebeu que ultimamente tinha respondido a delegada com mais perguntas.
–– Enfim, vamos lá, primeiro de tudo que o Juan trai a noiva, isso estava nítido, inclusive tirei algumas fotos, segundo que eu ouvi ele dizendo algo sobre ser pai, se eu não me engano ele disse que estava perto do filho dele nascer.
–– E mesmo assim traindo a mulher, sinceramente que escroto, não que já não fosse por tudo o que ele faz, mas enfim, –– suspirou –– o que vamos fazer?
–– Bom, eu acho que podíamos seguir ele, ouvi também ele falar de ir conferir a construção de um orfanato, sabe o que é pior? Ele ficou se gabando de ajudar as crianças necessitadas como se não soubesse o que iriam fazer com elas.
–– Que filho da puta!
–– É, podemos ligar para Glória, se estiver tudo bem para ela e para você podemos dar uma passada no orfanato, para olhar a movimentação, sabe?
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Maybe there are colors in my life
FanficVerônica nunca imaginou querer tanto que o que ocorreu com Anita mudasse, que o falecimento da delegada não passasse de uma invenção da sua cabeça, mas, infelizmente a delegada tinha morrido, era um fato, ou parecia ser um. Agora a escrivã terá que...