Capítulo treze:
Anita permanecia atenta a qualquer movimento que Verônica fizesse, sabia que a história da venda havia mexido com ela, não tinha como não, ela é mãe, faria o possível e o impossível pelos filhos e Anita faria o mesmo por ela, por mais que não fosse religiosa pedia aos céus que tudo ocorresse bem, tinha que ocorrer, não existia a opção falharem, a equipe de Glória tinha que conseguir, eram treinados para isso! Entretanto, isso não minimizava o medo que corria por suas veias. Medo, chegava a soar irônica essa palavra, algo que amarga a boca para pronunciar, nunca esperou sentir medo por algo que pudesse ocorrer com Verônica, respirando fundo Berlinger deixa sua cabeça encostar no apoio do banco levando a mão a nuca de Torres, acariciando os fios ali presentes.
-- Vai dar tudo certo, entendeu?
-- Eu espero! -- Suspirou.
-- Vai querer falar com Glória agora, ou enviamos a gravação e depois falamos?
-- Vamos enviar a gravação e depois falamos.
-- Quando chegarmos em casa você vai tomar banho, quando o jantar estiver pronto eu te chamo.
-- Eu te ajudo a fazer o jantar, não precisa ter esse trabalho todo sozinha Anita. -- Torres desvia o olhar da rua, encarando os olhos azuis da delegada e sem ao menos se dar conta, sorriu, puxando a mão de Anita que ainda se encontrava em sua nuca depositando um pequeno beijo que fez o sorriso da loira se alargar, suspirando Berlinger volta aos carinhos no cabelo de Verônica.
Já em casa Torres segue para seu quarto, se sentia pesada, exausta, só queria tomar um banho, jantar e dormir aconchegada nos braços de Anita, não fazia tanto sentido ainda negar para si que as melhores noites de sono têm sido as que esteve nos braços de sua loira, suspirando Verônica deixa sua testa encostar na parede do chuveiro, deixando que a água molhe seus cabelos agora não tão curtos. Não soube ao certo quanto tempo permaneceu embaixo d'água, mas se sentia renovada, parecia que o peso que havia em seus ombros tivesse sido minimizado, saindo do banheiro com o cabelo ainda com as pontas úmidas Torres vai em direção a cozinha, encontrando Anita de costas fazendo alguma coisa, aproximando-se com calma, Verônica abraça a loira por trás, envolvendo sua cintura e deixando sua cabeça encostar no ombro da mesma, aspirando o cheiro do cabelo de Berlinger apertando-a mais contra si que rindo, leva sua mão aos fios escuros de Verônica em um afago antes de depositar um beijo casto.
-- Tá melhor? -- Torres vira Anita para si, roubando um selinho da mesma.
-- Agora sim! Quer que eu te ajude em que?
-- Já está praticamente pronto, só coloquei no forno o escondidinho de carne moída com batata, você gosta não é?
-- Óbvio, qualquer coisa que envolva batata pra mim está maravilhoso!
-- Ótimo! Vigia ele pra mim enquanto eu vou tomar um banho. -- Berlinger se afasta dos braços de Verônica.
-- Okay, mas quando tá pronto tem que estar como? Dourado?
-- Sim! -- Berlinger se aproxima de Verônica depositando um selinho. -- Já volto, se ficar pronto e eu ainda não tiver voltado me chama! -- Torres afirma com a cabeça.
Vinte minutos depois Verônica já havia visto umas cinco vezes o forno, já tinha mexido no celular e passado por uns vinte canais na televisão, suspirando ela se levanta indo em direção a cozinha mais uma vez se abaixando para olhar o refratário, desligando o fogo Torres pega duas toalhas de prato retirando com cuidado apoiando-o na bancada, suspirando novamente a escrivã se dirige ao quarto da delegada, batendo duas, três vezes na porta não obtendo resposta.
-- Anita? -- Não houve resposta -- Anita? -- Tomando coragem a escrivã gira a maçaneta entrando no quarto, vasculhando o cômodo não encontrando a delegada em lugar nenhum, franzindo o cenho Torres se aproxima do banheiro temerosamente -- Anita? -- Assustando-se Verônica sente um corpo se chocar com o seu, desequilibrando-se a forçando a segurar o mesmo contra si, finalmente encarando a loira fazendo com que seu coração disparasse ao notar como Anita estava e que sua mão se encontrava em contato direto a pele úmida da mesma, enrubescendo ao olhar de relance para baixo e notar que a única coisa que separava seu corpo do corpo nu de Anita era a toalha que ela usava, que estava enrolada em si, ou deveria estar visto que agora só tapava a parte da frente, sentindo a respiração travar ainda mais ao perceber que encarava por tempo demais o corpo da delegada Torres respira fundo. -- Por que... é.... por que você não me avisou? -- Verônica fixou sua atenção em um ponto atrás da loira, encarando a parede como se fosse a coisa mais interessante do mundo.
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Maybe there are colors in my life
FanficVerônica nunca imaginou querer tanto que o que ocorreu com Anita mudasse, que o falecimento da delegada não passasse de uma invenção da sua cabeça, mas, infelizmente a delegada tinha morrido, era um fato, ou parecia ser um. Agora a escrivã terá que...