Capítulo dez:
Ao respirar fundo novamente Verônica gira a maçaneta encontrando a cena que fez seu coração quebrado se apertar mais ainda, Anita estava sentada, abraçando as próprias pernas enquanto chorava copiosamente, a escrivã então a passos lentos se aproxima da delegada, não queria assustá-la, isso nunca!
–– Ei, meu anjo, o que aconteceu? –– Sentou-se na beira da cama, acendendo o abajur.
–– Verônica tá fazendo o que aqui? Tá tarde, volta a dormir, você precisa descansar! –– A delegada puxa o ar tentando travar o choro e disfarçar o embargo na voz.
–– Eu acordei e fui beber água, escutei um barulho estranho vindo daqui e decidi conferir se tá tudo bem, o que obviamente não está. –– Verônica leva a mão até a de Anita, porém sem encostar de fato. –– O que aconteceu Anita?
–– Nada Verô, tá tudo bem é sério!
–– Anita não tá tudo bem, é nítido, me conta o que aconteceu, por favor. –– A escrivã segura a mão da delegada na sua, estava a ponto de suplicar caso fosse necessário.
–– Eu tive um pesadelo, só isso! –– Anita finalmente ergue os olhos, fixando-os nos de Verônica –– Não precisa se preocupar.
–– Mas eu me preocupo, não adianta, Anita você está chorando, isso já é um grande motivo para que eu me preocupe. –– Torres leva sua mão até o rosto de Berlinguer, limpando as lágrimas.
–– Eu sonhei que ele estava me enforcando e... eu não conseguia me soltar e ele ria de mim, debochando, foi desesperador, eu me senti como aquela menina indefesa de novo. –– As lágrimas voltam a despencar enquanto Verônica respira fundo, pensando no que dizer. –– Ai eu acordei e não consegui dormir de novo, foi só isso.
–– Anita...
–– Tá tudo bem Verônica, já estou acostumada com isso, você não precisa ficar aqui até eu dormir de novo, pode ir pro seu quarto é sério.
–– Tem certeza? Realmente eu não me incomodo de ficar aqui com você até pegar no sono, sem problemas sério!
–– Você não vai desistir, não é?
–– Até ter a total certeza que você está bem, não, eu não irei desistir, se quiser eu sento no chão pra não te deixar desconfortável. –– A escrivã faz menção de se levantar fazendo com que a delegada suspirasse derrotada e desse pequenas batidas ao seu lado na cama, convidando a outra.
–– Se você insiste em ficar, não é justo deixar você no chão, vem logo. –– Verônica logo se deita ao lado de Anita, que não encara a escrivã, caso contrário ela poderia ver seu rosto corado e isso certamente era algo que de forma alguma poderia acontecer, Torres então leva sua mão até os cabelos de Berlinger, iniciando um carinho que fez com que a delegada se assuste.
–– Shii, calma okay? Se quiser que eu pare eu paro. –– Anita assente com a cabeça se aproximando cautelosamente de Verônica, desejando que a escrivã não perceba.
Verônica continua o carinho até perceber a respiração de Anita ficar pesada, tinha decidido permanecer até o sono da delegada parecer profundo, o que não esperava era a exaustão tomar conta de seu ser, encarregando-se da mesma pegar no sono, que inconscientemente aconchegou seu corpo no da delegada, abraçando-a inspirando o cheiro dos cabelos loiros, sem sombra de dúvidas foi a melhor noite de sono que ambas tiveram em tempos, não que o orgulho permitisse admitir tal fato.
No dia seguinte já não se pode dizer que foi um mar de rosas após o caos da noite, pela manhã o sono da delegada foi ficando cada vez mais leve, até o ponto em que despertou um pouco atordoada, não somente sentindo-se ser abraçada por alguém, como estar abraçando esse alguém. Levou cerca de um minuto até finalmente a loira se dar conta que este 'alguém' era Verônica, o que fez seu coração disparar no peito e tomar total ciência da forma emaranhada com que se encontravam, em algum momento no meio da noite Anita se virou ficando de frente para Verônica, encaixando seu rosto na curva do pescoço da escrivã que como reação envolveu a delegada nos braços, apertando-a contra si. Após o desespero que tomou conta de si minimizar-se, o único pensamento recorrente era como iria se desprender da escrivã de um modo com que ela não acordasse, suspirando Anita leva uma de suas mãos tentando retirar o braço de Verônica de sua cintura, enquanto que com o outro levemente empurrava a escrivã para longe, Torres então apenas murmura algo desconexo enquanto puxa a loira pela cintura para mais perto, escondendo seu rosto no ombro da mesma e passando a perna por cima da coxa da delegada, que sente que a qualquer momento pode morrer só por estar assim com a escrivã, respirando fundo admitindo a derrota Berlinger passa a chamar o nome da dita cuja.
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Maybe there are colors in my life
FanficVerônica nunca imaginou querer tanto que o que ocorreu com Anita mudasse, que o falecimento da delegada não passasse de uma invenção da sua cabeça, mas, infelizmente a delegada tinha morrido, era um fato, ou parecia ser um. Agora a escrivã terá que...