Capítulo dois:
6 dias depois...
-- Alô?
-- Doutora, tá acontecendo uma movimentação estranha, pelo que o médico disse ela tá acordando.
-- Já estou indo.
Infringindo algumas leis de trânsito por excesso de velocidade a Volp chegou em tempo recorde no hospital, rápido o suficiente para conseguir ver o momento em que a ex-delegada lhes presenteava com a visão de seus olhos azuis.
-- Olha só se nossa paciente não acordou?
-- Doutor, como isso aconteceu?
-- Marta, minha filha, sua amiga nos últimos dois dias, veio demonstrando reações aos estímulos que estávamos fazendo, ocasionando na gente começar a diminuir o sedativo, deixando-o quase nulo e vejamos só, ela acordou. Como você está se sentindo Karina?
-- Eu... -- uma sequência de tosses fazem com que a loira tenha que parar de falar -- água.
-- Aqui Karina -- Antonio posicionou o canudo para que a delegada tomasse.
-- Onde eu estou?
-- Você está em um hospital em Cabreúva, a senhorita passou cerca de seis dias em coma por conta de uma pancada na cabeça, mas já cuidamos do machucado, a senhorita pode só sentir um incômodo na região e a qualquer sinal de dor você pode acionar o botão perto da sua mão direita que uma enfermeira virá aplicar um remédio que fará parar de doer. Marta eu vou precisar sair para pegar o equipamento pra fazer os testes nela, enquanto isso vocês podem conversar, deve ter sido difícil ver sua amiga nesse estado.
Glória acena com a cabeça esperando o médico sair, assim que a porta fecha a expressão de Volp endurece e ela direciona o olhar a loira.
-- Aparentemente alguém lá em cima gosta muito de você delegada, pela pancada que você levou era pra estar enterrada a sete palmos do chão.
-- E por que alguém não gostaria de mim? Além disso, não tinha como arranjar um lugarzinho melhor em? -- E lá estava ele, o mesmíssimo sorriso cínico que a delegada usava diariamente, principalmente com uma certa escrivã.
-- Nem comece com esse cinismo que eu não tenho tempo para isso e muito menos sou a Verônica com quem você falava como bem queria. Não se mexa que eu vou fazer uma ligação e para todos os casos, você vai dizer que era minha amiga, que estávamos saindo de um restaurante, nos assaltaram, você se assustou e te deram uma pancada na cabeça, estamos entendidas?
-- Não é como se eu pudesse levantar e ir embora em cima de uma moto, não é Glória?
Algo que irritava extremamente Anita era que a ignorasse e foi exatamente o que a Volp fez, apenas olhou para a loira e saiu, Berlinger revirou os olhos antes de se permitir observar o quarto a sua volta com mais afinco, quando um fio de cabelo começou a lhe incomodar, fazendo que por instinto ela elevasse a mão ao rosto para retirar, porém quando nada aconteceu a loira sentiu seu sangue gelar, novamente a sensação de impotência dominou seu corpo, fazendo seus batimentos cardíacos acelerarem e ela sentindo que iria morrer outra vez, a última coisa que teve lembrança foi de uma enfermeira entrando no seu quarto e lhe dando um calmante, o resto era um borrão em sua mente.
São Luís, Maranhão
09:30 da manhã...
Fazia quatro dias desde que Verônica finalmente chegou à cidade, tinha tido sorte em achar uma pequena pousada familiar perto do endereço de onde supostamente estaria o orfanato onde Matias, Brandão e o terceiro irmão viveram na infância, a estrutura do local ainda estava lá, mas parecia que estava anos abandonado, tentou até perguntar aqui e ali sobre o orfanato, tentando se passar por uma admiradora de arquitetura no estilo colonial, quando a primeira desculpa não deu certo optou por começar a falar que procura um familiar desaparecido, mas ninguém se atrevia a falar, o máximo que tinha conseguido retirar de uma senhora foi que o orfanato começou a decretar falência após o escândalo que aconteceu.
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Maybe there are colors in my life
FanficVerônica nunca imaginou querer tanto que o que ocorreu com Anita mudasse, que o falecimento da delegada não passasse de uma invenção da sua cabeça, mas, infelizmente a delegada tinha morrido, era um fato, ou parecia ser um. Agora a escrivã terá que...