Capítulo 29 - Canto da sereia

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Bom dia, tudo bem? 


Andam dormindo bem?

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A água estava morna, cheirosa e tão espumada que mal conseguia ver meu corpo. Handong se mantinha sentada na beirada da banheira, inclinada para frente para esfregar minhas costas com a macia esponja-de-banho. 
 Meu braço estava apoiado na lateral, coberto por uma sacola de mercado grande, no qual Handong certificou que não molharia o gesso.

Algumas palavras pareciam entrar em fila pela minha garganta, mas não tinha coragem alguma de abrir a boca. E ficamos em silêncio por boa parte do banho, apenas respondendo perguntas práticas, como: temperatura de água, cheiro, se podia lavar meu cabelo...
Seu tom estava seco, ao contrário de todo o banho. 

— Toma. — Handong me estendia a esponja na frente do meu rosto, chegando a espuma grudar em minha bochecha. — Lava seu tórax, já que tem tanto machucado aí e eu não sei onde tem corte. 

— Tá bom, amor...

Ao pegar a esponja, ela se levanta rapidamente, com direito a um bufar forte e passos pesados saindo do banheiro. Fico alguns segundos encarando a porta aberta, e quando perdia seus passos pelos sons do banheiro, voltava minha atenção para meu banho.

Era muito difícil mover a esponja por onde não estava machucado, já que sempre esfregava em um dos machucados. Resmungava às vezes de dor, apesar de estar um pouco mais tolerante por conta dos remédios, ainda muito complicado conviver com tantos ferimentos. 
Porém, consegui terminar meu banho, até mesmo lavando os limites possíveis do meu braço quebrado e repousando mais o corpo na banheira. 

Não saberia dizer quanto tempo passou, já que aproveitei para recostar a cabeça e fechar meus olhos. Ouvia alguns passos indo e voltando, mas Handong me chamaria. E o que me fez despertar, foi um som de baque surdo no comodo ao lado, alto o suficiente para me fazer pular na banheira.

— Handong? 

— Que foi? — Passava pela porta novamente, entrando no banheiro com uma cara nítida de mau-humor. Nem em suas TPM a vi assim. Engolia seco, com ela se aproximando e sentando novamente na borda, agora de frente para mim. — Terminou seu banho, Gahyeon?

— Vem cá, onça, por que diabos está tão dura comigo, hein? Você não me deu chance de falar nenhuma vez.

Ela rolava os olhos para trás, e soltava um longo suspiro. 

— Sei que errei, fiquei pensando...

— Gahyeon, melhor cort-

— Com todo respeito, alteza... Cala a boca. 

Aquilo atraía a atenção dela de imediato, com um semblante pronto para pular na minha garganta e sinceramente, adoraria! Mas após me medir algumas vezes, ela mantém o olhar ao meu. Erguendo o queixo em sinal para que eu continuasse.

— É muito difícil explicar isso para você, Handong, então por favor tenha paciência comigo. Não é fácil mesmo! — Desviava meu olhar, retornando para as espumas que ainda cobriam meu corpo. — Errei com você, tá bom? Tenho total ideia sobre isso e estou aqui para tentar me explicar, amor...

— Não... Não me chame de amor, Gahyeon. 

— Vai me dizer agora que não me ama, Handong? — Volto rapidamente para seu rosto, agora mostrando minha impaciência. Ela chegava a recuar um pouco o corpo, desviando o olhar em seguida. — Você chamou ambulância imaginando onde eu estava, ficou do meu lado esse tempo todo, pagou pelo meu tratamento... Que você acha que não liguei os pontos, não é? Quem mais pagaria aquilo? A Winter não tira a mão do bolso, Karina não tem essa aproximação, Chaewon e as outras não fazem nem ideia que estou quebrada...

LOVE COURT - GAHDONG - FanficOnde histórias criam vida. Descubra agora