Capítulo 28 - A cada oito horas

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Oi, pessoal! 

Calor demais por ai? Se hidratem, por favor! Mas antes me respondam algo: 

Qual sua bebida predileta para se refrescar?

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Odiava ficar resmungando, mas meus olhos estavam tão pesados para abrir que parecia a tarefa mais difícil de se executar, era erguê-los. 
Tentava puxar as pernas para cima, dobrando os joelhos, mas escutava alguma coisa ao fundo e um peso por cima dos meus calcanhares. Tudo parecia extremamente pesado, como se uma pedra estivesse em cima de mim e por conta dessa imaginação, começava a ofegar. 

Lentamente escutava a voz ficando um pouco mais nítida, e uma mão leve vinha a minha testa, acariciando o começo de meus cabelos. 
Abria os olhos, vendo uma mulher esguia, cabelos bicolor e máscara branca cobrindo o rosto. Estava levemente embaçado, mas foquei meus olhos no início de seu nariz, marcados por um possível sorriso.

— Calma, senhorita Gahyeon, respira fundo. Assim... — Ela me conduzia no processo de me acalmar, me fazendo respirar no ritmo que ela propunha e por fim, estabilizava. — Pronto!

— Onde...

— Primeiro vamos nos acalmar, tá bom? Depois te respondo todas as perguntas.

Sua voz era serena, como uma música tranquila quando precisamos dormir após um dia estressante. Meu pescoço doía, e meus olhos pareciam mais pesados do que anteriormente, quase se fechando novamente. Lutava para me manter acordada, ou pelo menos, sã do que estava acontecendo.

— Estou mais calma, onde estou? O que aconteceu?

— Não se lembra do que aconteceu antes de vir para cá? Tá bom, posso te responder, mas primeiro, preciso que você fique calma, tá bom?

— Claro...

Com uma mão em meu ombro, a outra ela utilizava para segurar a barra da coberta, puxando calmamente para o lado e expondo meu corpo. Estava com roupa de hospital, e conseguiria ver alguma coisa do meu corpo, se não fosse meu braço engessado em cima da minha barriga. 
Começava ofegar novamente, meus olhos pareciam saltar da cabeça pelo susto e mais uma vez, a voz ficava muito distante.
Gradualmente ia me recordando da praia, Karina e Winter, cachorro-quente, ligação e boom... Atropelamento! Por mais estranho que fosse, me recordar completamente me fazia acalmar a respiração mais rápida e agora toda aquele peso que sentia, fazia sentido.

— Bom, você chegou aqui após um acidente de trânsito, chegou desacordada e com diversas fraturas. 

— Quais fraturas, doutora? Seja direta comigo. — Apesar de pensar melhor nas palavras, meu corpo parecia cuspir com frieza as palavras. Queria saber logo o terror que me aguardava!

A enfermeira termina calmamente de afastar a coberta, e conforme ia falar os lugares, apontava com a ponta dos dedos.

— Ferimentos leves nas mãos, rosto, pescoço, bacia, tórax, costas... — Então ela abaixava a mão em meu braço. — Quebrou seu cotovelo, pulso e deslocou seu ombro. Além de duas costelas fraturadas. Não sei o quão forte foi o acidente, mas com certeza deve agradecer por ter uma rotina de exercícios tão boa. Ou poderia chegar aqui pior. 

— Pois é... — Volto meus olhos para o teto, encarando a luz branca. 

— Bom... Você precisa de um tempo para realizar o que aconteceu? Posso te deixar a sóis e qualquer coisa, você me chama apertando o botão ao lado esquerdo da cama.

Me mantinha em silêncio após a curta resposta, pensando um pouco sobre tudo que acontecia. Era impossível não relacionar as consequências da ação. Quanto tempo duraria essa recuperação? Terei a mesma mobilidade? O campeonato, treino, aulas e todo meu lazer. Tudo por uma burrice minha!

LOVE COURT - GAHDONG - FanficOnde histórias criam vida. Descubra agora