capítulo 25

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Maratona 5/5

HELENA ... Clara  gritou em meio a risos quando sentiu Helena  levantá-la no meio da rua e rodopiá-la no ar. Me põe no chão. -Ela pediu, soltando um gritinho quando Helena  fingiu que iria derrubá-la.

-Desculpe, é que foi gol, Cla. -Ela disse, descendo Clara  e a abraçando animada. Depois que saíram do restaurante viram uma aglomeração na praça e Lumiar , como sempre festeira, teve que ir ver do que se tratava. A seleção de seu país jogava e a lanchonete da frente distribuiu mesas e cadeiras por toda a praça, servindo as pessoas.

Elas tomaram seus assentos por ali e pediram uma cerveja, mas quando saiu gol todas já estavam altas demais. Certamente dormiriam na cidade, Helena  não estava em condições de dirigir.

-Eu prefiro comemorar de outro jeito esse gol.

-Clara  falou sorrindo.

-E como?

-Não sei se tenho permissão de te beijar na frente das suas irmãs. -Clara  sussurrou e Helena  sorriu.

-Elas fingem que não veem, não sei por qual razão, Helena  disse rindo. -Mas você tem permissão de me beijar quando e onde quiser. Sussurrou.

-Vou manter isso em mente. -Clara  disse se inclinando e tocando seus lábios nos de Helena . O beijo não demorou muito porque o lugar estava lotado e elas não queriam dar um show ao vivo, por isso se sentaram. Helena  na cadeira e Clara  em seu colo.

-A Bru vai sobrar esta noite. -Lumiar  disse, fazendo as garotas lhe olharem.

-Não vou. Lua dormirá comigo. -Ela disse determinada e Clara  sorriu.

-Promete cuidar do meu bebê pela noite? -Clara  perguntou em um bocejo e Bru sorriu.

-Só se você prometer cuidar do meu.

-Hey, eu não sou bebê. -Helena  protestou.

-Você e Lumiar  sempre serão meus bebês. -A loirinha disse orgulhosa, desviando sua atenção para a televisão.

-Eu não entendo por que não passam a bola para o cara com o apito. -Clara  falou e várias cabeças se viraram em sua direção, inclusive de pessoas desconhecidas. Clara  corou e se virou de lado, enterrando sua cabeça na curva do pescoço de Helena . -Eu não entendo de futebol, oras. Lena, diz para eles não me olharem. -Ela disse envergonhada e Helena  riu.

-O cara do apito é o juiz do jogo, Cla. -Helena  disse pacientemente, acariciando as costas da menor, -Ele não joga. Só está ali para garantir que ninguém irá infringir as leis do jogo,
-Oh! -A menor disse, mas não adiantava, ela não gostava de futebol e, por esta razão, adormeceu no colo de Helena  alguns minutos depois.

[...]

O par de olhos castanhos se abriu confuso. Clara  se assustou por alguns instantes ao ver que estava sozinha na cama, mas sorriu mais tranquila ao ver Helena  sair do banheiro.

-Hey... Dormi enquanto você tomava banho.

-Clara  disse e Helena  riu.

-Você está uma dorminhoca hoje. -Helena  disse, engatinhando na cama e dando um selinho em Clara . Estavam em um hotel próximo a onde deixaram o caminhão, buscaram Lua e fizeram o cadastro. Clara  foi a primeira a tomar banho e acabou dando um cochilo quando viu que a maior demorava demais.

-A culpa é do vinho. Sempre me dá sono. -Clara  disse se aconchegando no corpo de Helena .

-Desculpe ter te acordado.

-Não se desculpe. Gosto de dormir sabendo que estou com você. -Clara  disse ainda sonolenta, sentindo o vento frio adentrar as frestas da janela e se arrepiou. -Hoje está mais friozinho do que nos últimos dias.

-Quer que eu peça outro cobertor?-Helena  perguntou e Clara  negou.

Só me abraça que o frio vai embora. -Pediu e Helena  acatou, circundando um braço em volta da menor, que estava deitada sobre se teu peito.
O silêncio se instaurou e quando o sono estava, finalmente, chegando para Helena , Clara  voltou a falar.

-Você ficou falando só de mim e de coisas aleatórias e acabei de perceber que você não me falou nada sobre a sua vida.

-Não tenho muito o que falar. Eu, Lumiar  e Bru fomos adotadas ainda muito pequenas. Minha mãe adotiva morreu quando eu era bem nova e meu pai era um homem maravilhoso, descontraído, divertido, brincalhão e doce. -A voz saiu nostálgica. -Seu jeito me lembra dele.

-Sinto muito que ele tenha partido. -Clara  disse, depositando um beijo na clavicula de Helena .

-Eu também. -Helena  disse em um suspiro.

-Sarará, faz carinho? -Clara  pediu de olhos fechados. -Você sempre faz e agora não está fazendo. -Clara  disse com a voz um pouco mais dengosa. Helena  assentiu e levou sua mão ao couro cabeludo de Clara , acariciando a região. -Eu estou triste... -Clara  confessou em um sussurro.

-O que você tem, morena? -Helena  perguntou.

-Não sei. Talvez tenha sido o álcool, mas uma sensação de vazio me preencheu. -Ela disse baixinho. -Eu nunca tive ninguém que prestasse a atenção em mim e agora que... -Clara  suspirou e negou com a cabeça. -Não de ouvidos ao que eu digo.

-Hey, eu sempre darei ouvidos ao que você diz. Me diz uma coisa... E seu pai, onde está?
-Em algum lugar do mundo. Talvez em baixo da terra, não sel. Não conheci.

-Mas foi registrada?

-Sim, o Albuquerque  é dele, mas realmente não quis procurar. Não me interessa buscar alguém que me abandonou ainda criança.

-Entendi. -Helena  disse. O silêncio voltou a se instalar no ambiente e logo a risadinha de Clara  se fez presente.

-Lena?

-Sim?

-Aquele seu livro é sobre o quê? -Clara  riu e negou com a cabeça.

-Durma Clara . -E essa foi a válvula para fazer a garota erguer o corpo e lhe fitar.

-Diz, por favor? Eu prometi não mexer mais nas suas coisas ou invadir o seu espaço, mas sou muito curiosa e vou morrer se você não contar. -Helena  riu ao ouvir o drama da menor.

-Certo, É romance,

-E qual parte te excitou?

-Como?-Helena  perguntou confusa.

-Você estava, bem... não que eu seja uma pervertida, mas você estava sem sutiã naquela outra noite e eu vi seus seios enrijecidos. Você também se remexia inquieta.

-Certo. É um romance erótico, tudo bem? Gosto de estórias assim. -Helena  confessou, dando-sepor vencida.

-Depois me diz o nome? Quero ler também.

-Digo. -E, ao se sentir menos agitada, Clara  voltou a se deitar.

-Sarará? -Helena  riu e assentiu, já sabendo o que a garota iria pedir. Voltou a afundar suas mãos nos cabelos sedosos de Clara . – Boa noite, Lena.

-Boa noite, Cla.

Destino Inserto- Adaptação/ ClarenaOnde histórias criam vida. Descubra agora