XXIII

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Acordei tarde, me expreguissei e senti meu estômago roncando de fome, calcei as pantufas fofinhas e caminhei até o banheiro, após fechar a porta a primeira coisa que fiz foi ver o dinheiro e estava todo lá

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Acordei tarde, me expreguissei e senti meu estômago roncando de fome, calcei as pantufas fofinhas e caminhei até o banheiro, após fechar a porta a primeira coisa que fiz foi ver o dinheiro e estava todo lá.

Tirei a roupa entrei no box, relaxei com a água morna revigorando todas as minhas energias, sai mais leve do banheiro até encontrar Engjeel mexendo nas minhas coisas no closet. Cedo demais.

— Bom dia, estou morrendo de fome—
Vou fazer a sonsa.

— Vou perguntar uma vez Kaya— Deixei a toalha de lado e peguei uma lingerie na gaveta onde ele estava mexendo.

— Pergunta, estou morrendo de fome e preciso tomar o remédio —
Engjeel pareceu se irritar, segurou meus braços com força me fazendo largar a lingerie.

— Para com esses joguinhos! Você pegou dinheiro no meu escritório?— Me calei e fingi estar magoada — RESPONDE MERDA—
Não precisei me esforçar pra chorar, o medo dele me agredir grávida foi maior.

— Responder o que exatamente Engjeel? Está me machucando!—

— Sobre 400 mil dólares em meu escritório que não está mais lá!—

— Está me acusando de roubar seu dinheiro? Oque eu faria com míseros 400 mil? O que eu faria se nem posso sair de casa?—
Sai do seu aperto e me sentei na penteadeira prestes a iniciar meu teatro de chorar.

— O dinheiro estava lá até você entrar! Kaya devolva o dinheiro—

— E enfiei o dinheiro no cú por acaso? Como pode me acusar de algo assim? Por que roubaria o seu dinheiro se ele é meu? Você está me maltratando outra vez Engjeel...— Solucei e limpei minhas lágrimas— Vai me agredir por algo que eu não fiz? Passei mal toda madrugada e agora você vai em agredir? Não vês que estou grávida?—
Me levantei da poltrona e vesti um robe apressada e sai do closet continuando meu choro na cama.

— Desculpa querida, você está certa —
Não deixei que me tocasse, Engjeel suspirou se sentando na cama.

— Você está falido por acaso? Não vou deixar de usar meu shampoo e ainda quero roupas novas—
Engjeel sorriu antes de beijar minha mão.

— Não é isso, se você não tirou o dinheiro quer dizer que não posso confiar nos empregados que temos dentro de casa—
Não mudaria nada confessar agora, bem arruinaría todo meu trabalho árduo e a minha única chance de fugir... Eles também nunca me ajudaram quando eu pedi socorro.

— Isso é um problema, que acho que podes resolver, eu estou com fome Engjeel—
Me levantei da cama com sua ajuda e me vesti antes de sairmos do quarto.

— Está crescendo tão rápido—
Como se pudesse Engjeel virou mais pegajoso ainda, ele quer estar sempre pegando em minha barriga.

— O que quer comer hoje?—

— Hambúrguer e batata frita com chedar—
Engjeel negou abanando a cabeça.

— Não! Você não pode comer essas porcarias! E nem pense em comer isso na semana em que não estarei em casa!—
Opa, isso soa bem.

— Onde vai? Quero ir contigo!—

— Vou aos Estados Unidos, você não vai a lugar algum amor —
Deixei os talheres de lado e me preparei pra fingir mais uma vez como se não tivesse pulando por dentro, essa é a oportunidade que eu precisava.
Eu não vou falhar...

— Porque não pode me levar ? Vou ficar aqui sozinha?—
Engjeel suspirou sorrindo, ele acredita mesmo que estou apaixonada por ele, que idiota...

— Ficará com os novos funcionários, você passou mal ontem não vou correr o risco de a enfiar num avião—
Me levantei com pressa arrastando a cadeira no chão brilhante.

— Eu não quero ficar aqui! Até quando irá me prender Engjeel?—
Engjeel também se levantou irritado.

— Sente agora Kaya!—
Limpei uma lágrima invisível e me sentei, Engjeel precisa acreditar que ele está no controle.

— Você é cruel comigo, eu estou grávida!—

— Pretende usar a gravidez agora ?—
Me calei e voltei a comer.

No princípio da tarde todos os empregados foram demitidos e novos chegaram, Engjeel não teve tempo de me apresentar aos empregados o que eu realmente agradeço.

Então os empregados estavam se instalando entrei a socapa na cozinha, eu já sabia bem o que precisava.

Um isqueiro...

O guardei no meio dos meus seios e sai da cozinha antes que alguém me pegasse.

Entrei no quarto e o guardei por baixo da cama, tudo tem de ser bem pensado.

Tomei um banho relaxante e me arrumei para o último jantar nesse inferno. Coloquei um vestido bonito, fiz meu cabelo e passei uma leve maquiagem, passei meu melhor perfume e sai do closet.
Engjeel viajará esse noite após o jantar, só mais um dia.

Fiz um carinho em minha pequena barriga e caminhei devagar até a sala de jantar.

— Está linda meu amor—
Beijei seus lábios com calma, iria aproveitar tudo hoje. Antes que sentasse em meu lugar habitual lugar Engjeel me puxou pra sentar em seu colo.

— Eu vou ter saudades suas nos dias em que estarei fora, de beijar sua boca, sentir seu corpo colado ao meu—
Seus beijos em meu pescoço me deixa arrepiada tirando minha concentração do prato de comida.

— Eu também vou sentir sua falta—
Não vou sentir, não vou sentir falta da sua violência, não vou sentir falta de ficar aqui presa feito um animal, não eu definitivamente não vou sentir sua falta Engjeel.

— Quer comer mais?—
Neguei pousando o copo de água.

— Antes de ires, faz amor comigo?—
Me virei olhando para os seus olhos buscando um respingo de bondade ao menos, mais não encontrei, Engjeel não tem nenhum sentimento bom em seu coração...

— Fazer amor? Não gosta mais da maneira que a fodo? —
Suspiro com seus beijos em meu pescoço e colo.

— Gosto, gosto muito na verdade... Mais hoje quero algo diferente, quero que seja carinhoso comigo, quero que me ame— Uma única vez.

Engjeel beijou meus lábios e se levantou comigo em seus braços, o beijo calmo e terno durou o caminho inteiro até o quarto, ele ocultava um sentimento, de despedida...

Engjeel beijou cada pedacinho do meu corpo, pela primeira vez seu toque foi completamente gentil, pela primeira vez eu me entreguei ao momento sem remorsos, era a última vez.

Engjeel saiu de viagem após nos amarmos pela última vez, eu precisava disso...

Engjeel saiu de viagem após nos amarmos pela última vez, eu precisava disso

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