XXVII

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O destino agora prega partidas comigo, nem pude viver meu luto por um dia inteiro, logo começaram a chegar as revelações

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O destino agora prega partidas comigo, nem pude viver meu luto por um dia inteiro, logo começaram a chegar as revelações.

— Senhor o fogo iniciou na biblioteca, porém há um outro ponto alto de fogo no andar de cima na quarto principal—
O chefe da polícia científica explica me deixando atordoado, não, ela não fez isso..

Passou em minha cabeça todos os momentos felizes que tive ao lado dela, quem colocaria fogo dentro do meu quarto?

Kaya estava tão infeliz assim ao ponto de preferir morrer do que ficar comigo? Porque não saiu do quarto?

— Encontramos também fragmentos de um isqueiro na biblioteca o que confirma ter sido um fogo posto e o primeiro lugar a arder foi seu quarto... O senhor conhece alguém que queira matar sua esposa, talvez o senhor?—
Me levantei da cadeira e andei pelo sala tentando assimilar tudo.

— Não, ninguém jamais conseguiria entrar em minha casa a socapa—
O policial assente

— Nesse caso o senhor é o suspeito principal do fogo posto e assassinato de Kaya Jakov e dois dos seus funcionários a identificar—
Riu me virando pra ele.

— Por que mataría minha mulher grávida? Se eu matasse alguém seu laboratório de merda nunca sequer iria encontrar um fragmento com DNA—
O policial ri.

— O senhor Jakov não está acima da lei, não nessa cidade. Encontramos um vídeo de segurança público onde o senhor agride a sua falecida esposa e a coloca no carro a força—
Não me importo, não podem nada contra mim.

— E isso prova o que?—
Antes que respondesse um policial entra trazendo um relatório.

— A autópsia da Kaya Castelo Jakov—

— Isso aqui vai provar que o senhor a matou e colocou fogo pra tentar encobrir—
Riu, riu muito da audácia desse imbecil.

— Vai em frente—
Era a primeira vez que ponho os pés em uma delegacia, a primeira vez que minha vida está sendo investigada assim. Nem advogados eu trouxe.
Ele lê e logo olha pra o colega.

— Deve ter havido um problema grande, erraram os corpos—

— Esse era o único corpo no andar de cima—

— Senhor é impossível ser a sua esposa, é o cadáver de um homem—
Arrumei minhas mãos no bolso e sai daquela sala, antes deixei um recado.

— O governador irá passar por aqui—
A primeira coisa que mandei fazer foi uma busca pela casa, dessa vez por uma equipe escolhida por mim.

— Senhor as câmeras de segurança do portão pegaram o exato momento em que a senhora Jakov sai —
Era tudo que eu precisava ouvir, Kaya deve estar rindo de mim a essa hora, maldita desgraçada.

— Soltem a matéria do velório e chame os hackers —
Como pude me deixar enganar assim? O dinheiro que desapareceu com certeza foi ela, Kaya me manipulou, filha da puta e eu aqui pasando noites em claro chorando por ela.

— Como ela fez isso?—
Jay pergunta abismado vendo a imagem que comprovam que Kaya saiu andando daqui quando os bombeiros chegaram.

— Não sei, mais a culpa foi minha. Deixei que ela soubesse de muita coisa, eu literalmente abri as portas pra ela fugir... Mais eu vou a encontrar e te juro que não será bonito—

Os hackers trabalharam incansavelmente durante dias e noites procurando pistas que levassem até ela.

A última imagem dela foi no centro da cidade e então perdemos todas as pistas.

Preferi a deixar pensando que eu acho que está morta, mandei homens para o seu país e coloquei homens e escutas atrás da sua mãe, em algum momento Kaya vai cair do trono e eu vou a pegar.

...

Encaro as cinzas que um dia foram nosso lar, em mim só há dor e raiva. Dois meses se passaram desde o dia em que Kaya, grávida do meu filho, fugiu após incendiar a casa. O fogo ainda queimava em minha mente, consumindo não apenas a madeira e o concreto, mas também sua paz e sanidade mental.

Filha da puta

A raiva fervia dentro de mim, uma chama intensa que se recusava a se apagar. Como Kaya pôde fazer isso? Como ela pôde abandonar-me, destruir tudo o que construí pra ela e levar consigo o fruto de meu amor por ela? Eu sento-me traído e desamparado, incapaz de entender as razões por trás de seus atos.

No entanto, a raiva não era única emoção. O desespero também me consumia, uma sensação de vazio que me acompanhava a cada passo. Me perguntava se algum dia veria Kaya novamente, se saberia que ela e o bebê estavam bem. A incerteza cortava meu coração como uma faca afiada, deixando uma dor profunda e persistente.

Não, eu definitivamente não irei desistir!

Não deixaria essa situação sem resposta. Eu estou determinado a encontrar Kaya, confrontá-la e descobrir por que ela escolheu esse caminho e principalmente, irei tirar meu filho das mãos daquela louca, ou ela fica comigo ou fica comigo!

Cada noite, saía pelas ruas em busca de pistas, falava com qualquer pessoa que pudesse tê-la visto, vasculhava a cidade em busca de qualquer sinal dela, então me convenci que ela não está mais na Albânia...

Enquanto a busca continuava, eu também lutava consigo mesmo. A raiva me impulsionava, mas o amor que ainda sento por Kaya me faz hesitar. Lembro- me do dia em que nos casamos, dos momentos felizes em nosso casamento, dos últimos dias em que estivemos juntos, não não pode ter sido tudo uma mentira.

Aquelas lembranças me atormentavam, fazendo-o questionar se algum dia poderia perdoá-la.

Mas, apesar de tudo, uma centelha de esperança permanecia dentro de mim. Uma esperança de que, de alguma forma, eu a encontrarei, nem que seja a última coisa que farei em vida. Me agarrei a essa esperança como um naufrago se agarra a um pedaço de madeira flutuante no oceano tempestuoso.

E assim, espalhei homens pelo continente a fora continuando a busca, navegando pelos mares turbulentos de emoções conflitantes. Não entendo como Kaya conseguiu se esconder tão bem...

Sabia que o caminho à frente seria árduo e incerto, mas estava disposto a enfrentar qualquer desafio para encontrar Kaya e trazê-la de volta para casa, onde pertence, nos meus braços.

Dois meses haviam se passado e eu não encontrei uma pista sequer sobre o paradeiro da Kaya.

Todos os dias sonho com ela, de como sua barriga estará, se é que ela ainda está grávida, afinal ela fingiu esse tempo todo... talvez tenha fingido também ter aceitado a gravidez.

— Senhor, encontramos uma pista fundamental-

— Senhor, encontramos uma pista fundamental-

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