Eu não sou

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- O que... oh merda, o que está fazendo? – As palavras saem gaguejadas da boca do ator.

A expressão de Diana que antes era séria, agora começa a ficar confusa.

- Pagando o que lhe devo.

- Você não... não me deve nada.

- Achei que íamos "resolver a situação no seu quarto". – Ela faz aspas com os dedos ao mencionar a fala de Johnny de mais cedo.

- Não era isso que eu quis dizer! – Ele responde aflito. – Meu deus, você achou que... você é uma prostituta?

- Eu não sou uma prostituta! – Diana se defende com a voz alta e puxa as alças do vestido de volta pra cima. – Idiota!

- O que queria que eu pensasse? Aliás, o que pensou que eu fosse? Um velho aproveitador? Você tem idade pra ser minha filha. – A voz de Johnny agora perece mais firme.

- Eu não tenho um centavo no bolso e você sabe disso. Esperava que eu lhe pagasse de volta como?

- Eu não pedi que me pagasse algo em troca. O que iria fazer? Me pagar com sexo?

- Eu não sou uma prostituta! – Diana se defende mais uma vez.

Era difícil acreditar nas palavras dela, dada a atual circunstância. Johnny havia visto ela chegar com dois caras no hotel. Todos ficaram na suíte mais cara do local. Aparentemente, haviam largado ela ali. E então ela começa a tirar a roupa em sua cama! Sem falar no vestido vermelho curto e apertado.

- Escute... Diana. – Era a primeira vez que ele lhe chamava pelo nome. – Não quero nada em troca. Nada mesmo. Não precisa nem falar "obrigada". Vou comprar sua passagem e pagar seu taxi até o aeroporto. Me informe seus dados pessoais, por favor.

Johnny respira fundo e anda até a poltrona do quarto com o celular em mãos. O site da companhia aérea já estava aberto.

Ele selecionou o voo para L.A. Às 19 horas, por sorte.

- Os documentos, Diana. Por favor. – Ele pede novamente pois não recebeu uma resposta dela. – Diana?

Ele levanta o olhar e vê a garota encarando o chão.

- Não estão comigo. – Ela diz baixo.

- Estão no outro quarto? Vou pedir para buscarem. Aliás, seus sapatos estão lá também? Está andando descalço por aí e isso não é bom. – Por um momento Depp se arrependeu por ter dito a última frase. Ele transparencia uma preocupação que não deveria.

Mas era difícil evitar. A presença de Diana era de fato muito intrigante para ele.

- Não estão comigo. – Ela repete.

- Não estão com você aqui, ou...

- Eu não trouxe nenhum documento. Estão em L.A. – Ela responde e seu olhar agora é de desânimo e derrota. Seu dia estava indo de mal a pior.

- Impossível. Como viajou sem documento? – Depp pergunta com calma. Aquilo só podia ser brincadeira.

- Não me pediram.

- Que? – O ator fica mais confuso. A cada segundo que passa a história de Diana fica mais confusa para John. – Como não? Você viajou de avião?

- Sim. No avião do Jeffrey.

Oh! Ela veio para Paris em um avião particular.

- Quem é Jeffrey afinal? Um cliente? – Johnny pergunta, mas logo se arrepende.

- Eu não sou uma prostituta! – Diana grita no quarto, se levantando da cama.

- Me ajude a te ajudar, garota. Como acha que vai pegar um avião para outro país sem documento?

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