Sorrisos sinceros

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Por volta das 5 da manhã, Depp acordou.

Como sempre, suas noites de sono eram curtas e quebradas. Sempre acordava no meio da noite, virava pro outro lado e dormia. Difícil era o dia que ele acordava depois do nascer do sol.

Mas dessa vez ele não se levantou da cama.

Diana dormia tranquilamente dentro do seu espaço delimitado na noite anterior, e o ator sorri se lembrando da cena.

- Bom, temos uma cama e um sofá. Posso dormir no sofá para te deixar mais à vontade.

- Mais à vontade? – Ela pergunta rindo. – Eu já comi todos os saquinhos de amendoim do quarto e bebi duas latas de refrigerante. Eu já estou bem à vontade.

Não era a primeira vez que o jeito espontâneo dela fazia Depp rir. E aliás, não eram saquinhos de amendoim. Eram nozes e castanhas nobres que para a garota pareciam amendoins.

- Não se importa de dividirmos a cama?

- Claro que não. Além do mais, eu não poderia deixar você dormir nessa idade em um sofá. Vai que acorda todo quebrado... – A maneira como ela fala sorrindo e olha pra ele dava a entender seu tom provocativo.

Depp revira os olhos tentando esconder o sorriso.

- Você nem sabe minha idade.

- Não, mas essas linhas perto dos seus olhos te entregam. – Johnny abre os olhos surpreso com a fala de Diana.

- Você realmente está bem à vontade... inclusive me insultando já.

- Só estou brincando com você, porque sabe que é charmoso. – Ela responde por fim levantando uma sobrancelha para ele, e começa a arrumar a cama para dormir. – Metade minha, metade sua. Não invada meu espaço.

Ela sinaliza os limites da cama e se deita, arrumando o travesseiro.

- Não vou, fique tranquila.

- Eu sei que não. – Já toda enrolada pela coberta, ela se vira de lado encarando Depp que ainda estava de pé no quarto. – Você me negou quando eu tirei a roupa pra você. Sei que não vai fazer nada.

Johnny espreme os lábios, mais uma vez sendo pego de surpresa com a intimidade que Diana construiu entre eles.

- Pois é...

- Você é casado? – Ela pergunta curiosa.

- Não.

- Gosta de homens?

- Sexualmente não, mas tenho bons amigos. – Ela sorri com a resposta esperta do homem. – E tenho também noção das coisas. Não deixei que continuasse a tirar a roupa não porque eu poderia ser casado ou gay. Mas porque em momento algum quis te ajudar em troca de sexo.

Sua voz sai mais rouca que o normal e a garota enxerga verdade em seus olhos. Ela sorri levemente com o rosto amassado no travesseiro, o que faz com que Johnny tenha vontade de tocar sua pele.

- Boa noite, John.

Com muito cuidado, ele levantou e buscou por seu livro que estava na mesa do quarto. Voltou para cama e continuou a leitura de onde tinha parado. Ele reparou que Diana ao menos se mexeu e continuava dormindo virada para o lado oposto.

Ele queria ver melhor o rosto dela enquanto dormia, mas a posição não facilitava. Contudo, reparou que ela dormia com as pernas abertas e enrolada até o pescoço com a coberta grossa.

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