O jogo virou

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Mais uma semana de trabalho na Coffee and Go.

Os funcionários finalmente conheceram o novo gerente da loja, apresentado pelo advogado Michel. Os dias percorriam de forma tranquila, com Diana recebendo flores de Johnny frequentemente.

Essa era a única comunicação que ambos mantinham. Não quer dizer que eles não pensavam um no outro. Muito pelo ao contrário...

Com os passar dos dias, Diana recebeu mais duas oportunidades de trabalho como acompanhante. Curiosamente, o cliente dessas noites era o mesmo da outra vez: o misterioso Paul, que de mistério agora não havia nada.

Diana não era tonta. Ela sabia o que estava acontecendo ali.

Por três noites ela foi paga para jantar em diferentes restaurantes de L.A, às custas desse tal Paul. Ela poderia simplesmente não ligar pra isso, afinal, ela recebia e comia de graça. E ainda não precisava fazer companhia para ninguém.

Mas sua inquietação era maior.

Quem teria dinheiro o suficiente para bancar essas noites, que além de proporcionarem uma experiência gastronômica para Diana, ainda a deixavam longe de outros homens que ela deveria fazer companhia?

Para a mexicana, só havia uma resposta.

Johnny estava sentado em seu sofá encarando sua caixinha de cigarros há uns 10 minutos. Ele estava tentando diminuir a quantidade de cigarros que ele fumava por dia, mas era uma tarefa difícil.

Ele já havia fumado sua cota do dia e agora encarava a caixinha com um grande dilema em sua cabeça: fumo só mais um ou não?

Assim que ele puxa um cigarro do local e acende seu isqueiro, seu celular treme e apita em cima da mesa. Esse era um dos poucos momentos que o celular de Johnny estava por perto. Ele mal usava seu aparelho então vivia jogado pela casa.

"O que pensa que está fazendo?" – Era a mensagem que ele recebe.

O remetente era Diana.

Ele se assusta e olha para os lados com os olhos arregalados. Johnny pensava estar sozinho em casa.

"Onde você está?" – Ele responde.

"Que? Não importa. Eu sei o que você está fazendo e quero que pare!"

O ator coloca o cigarro de volta na caixinha.

"Como sabe o que estou fazendo?"

"Eu não sou burra, Johnny. Conheço você".

"Então você não está aqui?" – Ele responde e olha mais uma vez ao redor da sua sala. Ele estava realmente sozinho.

"Você está bêbado ou brincando comigo?"

"Já guardei o cigarro se é o que quer saber".

A resposta de Diana demora um pouco para chegar. Ela relia a última mensagem do ator algumas vezes para ter certeza do que ele havia escrito.

"Okay, você não está bem. Está confundindo as conversas com outro alguém".

"Está me chamando de velho? Eu sei usar um celular..."

"Você não estava falando nada com nada".

- Diana! – A voz de um colega de trabalho chama sua atenção. – O pedido da mesa 4 está pronto.

- Okay, eu levo. – Ela coloca o celular de volta no bolso da calça e volta ao trabalho.

O dia passa e ao final do expediente ela volta a verificar suas mensagens. 2 mensagens não lidas de "JD".

In returnOnde histórias criam vida. Descubra agora