Os pingos nos 'Is"

49 3 0
                                    

No caminho recebiam muitos olhares hostis, bem como alguns curiosos, mas seguiam sem se abalar, pois já sabiam que seria assim. E acreditavam que realmente mereciam, pois só seus atos poderiam provar sua mudança de caráter. E isso, infelizmente, levaria tempo.

Chegaram à Torre Hokage em menos de dez minutos. Mas antes de irem até a sala do Hokage, Shikamaru os chamou:

- Orochimaru, Kabuto, venham aqui, por favor! - eles seguiram o moreno e entraram numa sala onde estavam três homens - Esses são shinobis do departamento tecnológico. Foram responsáveis por fazer duas pulseiras, que vocês deverão usar sempre. São elas que vão restringir o seu uso de chakra - disse olhando-os atentamente, tentando ver algum sinal de descontentamento. Mas não viu nada.

Um dos três abriu uma caixinha preta, retangular, onde estavam as pulseiras. Eram eram finas, prateadas e pareciam ser feitas com algum tipo de liga metálica. Orochimaru e Kabuto estenderam os pulsos e os outros dois shinobis colocaram as pulseiras. Depois, usando chakra, as ajustaram com o mínimo de folga para não ficarem desconfortáveis.

Enquanto os dois olhavam as pulseiras, Shikamaru voltou a falar:

- Vocês perceberão que elas não tem fecho. Foram ajustadas de forma que não possam ser retiradas em hipótese nenhuma. Podem tomar banho com elas sem problemas. Se mesmo assim causarem algum incômodo, poderão ser colocadas no tornozelo - suspirou - Devo avisá-los que ambas possuem localizador, por isso, devem ir apenas nos lugares dentro do triângulo que mostrei no mapa pra vocês. Qualquer necessidade de irem além desses limites, deverá ser avisado com antecedência ao Hokage. Isso é tudo - terminou de falar e pensou: Não vou contar que no caso de alguma irregularidade, as pulseiras poderão deixá-los desacordados por quinze minutos e um alarme soará no Centro de Inteligência da folha. Mas se não fizerem nada de errado, nem precisarão saber.

Depois disso, Shikamaru os levou até a sala do Hokage, bateu na porta, abrindo-a em seguida e os convidou a entrar.

- Bom dia! Sentem-se, por favor. Vejo que já estão usando as pulseiras... Bom! - falou apontando duas cadeiras vazias. Ao lado delas estavam um rapaz jovem de óculos, com ar inteligente e um penteado "abacaxi" igual ao do Shikamaru, e uma moça bonita, de cabelos longos e olhos castanhos - Esses são Shiron Nara e sua esposa, Kimiko Saito - ambos fizeram uma pequena reverência ao ter seus nomes mencionados - virando-se para o casal, continuou - E, creio que já conhecem Orochimaru e Kabuto... - Os dois jovens acenaram em concordância

Os quatro se entreolharam e Kakashi continuou:

- Kabuto, a Kimiko trabalha no orfanato. Ela está aprendendo ninjutsu médico, por isso, creio que será proveitosa uma amizade entre vocês. Após crescer no orfanato desde os sete anos, quando ficou órfã, ao alcançar a maioridade, optou por trabalhar lá. Então, podemos dizer que ela conhece o lugar como a palma da sua mão, e poderá ajudá-lo a adaptar-se.

- Acho que seremos bons amigos - disse Kabuto com um sorriso sincero, pois tinha gostado mesmo da moça.

- Muito bem - disse o Hokage - Podem ir para o orfanato. Um shinobi os acompanhará.

🐍

Após a saída deles, o Hokage continuou:

- Orochimaru, Shiron é um rapaz muito inteligente, que tem feito pesquisas e experimentos aqui na vila. Ele já tem um pequeno laboratório, e como vai trabalhar contigo daqui por diante, concordou em levar os aparelhos e ferramentas que puderem úteis para que iniciem as pesquisas e depois, compraremos o que faltar.

Shiron virou-se para Orochimaru e começou falar de suas pesquisas e do material que tinha, além dos equipamentos. Kakashi não compreendia nada da conversa, mas notou que os dois ficaram bastante etrosados na conversa. Isso era um bom sinal. Quando percebeu que, sem intervenção, aquela conversa levaria o dia inteiro, platinado sentiu que deveria interromper:

- Desculpem, mas precisamos acertar mais algumas coisas. Não entendi nada do que vocês dois disseram aí, mas pela empolgação, percebo que se entenderam bem. Então, vou solicitar a dois Anbu que os acompanhe até o laboratório do Shion para que decidam o que será útil levar e façam a lista do que será importante comprar num primeiro momento... - explicou. Daqui uma hora enviarei mais dois shinobis para ajudá-los a organizarem o transporte.

- Senhor Hokage, se me permite dizer, - falou Orochimaru com humildade - sei que não poderei usar chakra, - mostrou a pulseira - mas os aparelhos poderiam ser colocados em pergaminhos, e realizado um jutsu de Invocação depois. Creio que qualquer ninja do Clã Mitsashi poderá fazer isso - falou Orochimaru

- Sim! Essa é uma ótima ideia! - falou Shrion - Demanda uma enorme quantidade de chakra. Quanto maior o aparelho, mais chakra vai necessitar, por isso, é melhor que o ninja já seja especialista, mesmo.

- Tudo bem. Vou conversar com a Tenten. Ela não está em missão, então será fácil encontrá-la. Podem ir ao laboratório do Shiron e eu mando alguém avisar - disse Kakashi. Os dois saíram ainda conversando e dois shinobis os acompanharam.

🐍

Kabuto percebeu que Kimiko estava um pouco apreensiva e resolveu tomar a iniciativa de puxar conversa.

- Eu fiquei no orfanato há vários anos, ainda era o prédio antigo. O lugar era pequeno e, como havia 56 órfãos, nós ficávamos meio que amontoados para dormir. Estudávamos de manhã, os mais novos no orfanato mesmo e os maiores na academia. À tarde, fazíamos nossas tarefas e depois brincávamos até começar a escurecer. Então, tomávamos banho, jantávamos e, alguém contava história pra nós. Depois, íamos dormir. Ainda é assim? - perguntou genuinamente curioso.

- Agora são 42, sendo 20 meninos e 22 meninas - respondeu Kimiko um pouco mais aberta. As lembranças de Kabuto despertaram as suas próprias, pois ela também vivera no prédio antigo - temos três quartos para as crianças, que são divididas por idade. De zero a cinco, de 6 a 12 e de 13 até 18 - disse ela - A rotina de estudos é a mesma pela manhã. A diferença é que, depois do almoço, os mais velhos podem se dedicar a aprender algo que poderão usar na vida, como atividades manuais, ninjutsu médico ou culinária.

- No meu tempo, não tinha isso. Era só escola e academia... Nonô, a diretora da época, percebeu o meu talento e me ensinou ninjutsu médico. Eu era bem pequeno, sabe? Fazia para ajudar a conseguir dinheiro para o orfanato.

Kimiko percebeu que Kabuto ficou perdido em lembranças e não falaram mais nada. Até chegarem em frente a um prédio grande de dois andares bem colorido.

- Chegamos!




E aí, Pessoinhas?
Como estão?
Desculpem-me...
Ontem estava tão calor que ficava difícil até trocar de pensamentos!
E eu não gosto de postar o capítulo sem revisar....
Espero que gostem!
Beijinhos de Cereja e até a próxima...
💋💋💋

IncompreendidoOnde histórias criam vida. Descubra agora