𝐶𝑎𝑛𝑡𝑖𝑔𝑎-𝐺𝑢𝑎𝑝𝑜𝑑𝑢𝑜

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"Se essa rua, se essa rua fosse minha"

A rua longínqua e fúnebre em sua frente lhe trazia um sentimento de medo e insegurança

"Eu mandava, eu mandava ladrilhar"

A cada passo temido que dava, era como se uma sensação de perigo eminente crescesse em seu peito

"Com pedrinhas, com pedrinhas de brilhantes"

Por mais que a sensação em seus pés fosse normal, ao olhar o asfalto ao qual pisava, podia jurar que ele brilhava como diamantes maciços e escassos.

"Para o meu, para o meu amor passar"

A cada passo, mais seu corpo rejeitava a ideia de prosseguir o caminho, a cada passo, seu coração errava uma batida

"Nessa rua, nessa rua tem um bosque"

Cada vez mais próximo do grande portão de ferro que resguardava uma majestosa mata escura e carregada por uma energia ruim, ruim ao ponto de o fazer correr para espiar o que ocorria entre as arvores e qual segredo elas queriam guardar

"Que se chama, que se chama solidão"

Antes que pudesse ao menos entrar, apenas ao chegar no portão grandioso a sua frente, o sentimento de medo, angústia, solidão e tristeza atinge seu peito e acerta seu coração como uma flecha.

"Dentro dele, dentro dele mora um anjo"

A figura branca não identificada dançava segurando as mãos da pequena criança entre as arvores eles sorriam e riam como se estivessem tendo a melhor experiencia do mundo, mas aquilo não era certo, aquela era a sua criança, o seu bebê e ele o queria de volta em seus braços.

"Que roubou, que roubou meu coração"

Porém antes mesmo que ele pudesse gritar, ou adentrar o bosque desgraçado, a escuridão toma seu menino da figura branca que apenas observa a criança ser arrastada para longe sem arrependimento, junto com a criança ele sente seu coração ser levado para dentro da densa mata, seus olhos marejam em lagrimas e sua voz não sai, por mais que sua maior vontade fosse gritar, e logo a figura se vira revelando sua face costurada em um largo sorriso

"Desfruta la isla"

Cellbit se levanta do colchonete desconfortável, porém, a única coisa onde ele poderia se deitar além do chão. Seu peito subia e descia sem parar, ele buscava pelo mínimo de ar possível, porém era como se todo oxigênio da atmosfera se tornara fogo, ele se levanta tentando fazer o máximo de silencio possível sem querer a acordar o resto da equipe. Chegar ao lado de fora da base e observar o céu escuro não o acalma como pensou que aconteceria, apenas o lembra de seu pesadelo, e da forma horrível que viu Richas ser levado sem que ele pudesse fazer nada.

Ainda com dificuldade para encontrar ar e regular sua respiração, ele caminha cambaleando até um banco que ficava a frente de um penhasco, com dificuldade se senta e continua procurando o maldito ar, que simplesmente desaparecera de seus pulmões, seu peito doía assim como sua cabeça, lagrimas rolavam pelo seu rosto embaçando sua visão. Os machucados recém feitos ardiam conforme seu suor misturado com suas lagrimas respingavam nas feridas. Peito subindo e descendo com rapidez e nenhuma eficácia, afinal, ainda sentia a maldita falta de ar.

- Gatinho? – E finalmente um fraco sopro de ar entrou pelo seu nariz, mas ainda não era o suficiente

Sem poder falar, ele apenas se virou revelando seu rosto molhado, olhos vermelhos e inchados pelo choro, sua boca tremia como a tentativa de segurar um grito de dor e sofrimento.

- Mi amor... – Roier tem pesar em sua voz correndo em direção ao marido o abraçando com toda sua força- Gatinho olha para mim, ok? E foque apenas em mim. – Ele segurava o rosto do moreno entre as mãos- Eu estou do seu lado, e vai ficar tudo bem cariño, não quero te ver chorar, nem sofrer, e juntos vamos acabar com isso, ok? - Não era a primeira crise do moreno, e Roier sabia que palavras de afirmação o ajudavam, e muito.

- Porque ele Guapito? Por que tiraram nosso menino de nós? - Cellbit mal podia falar, e apenas demonstrava sofrimento entre frases escoltadas e voz embargada

- Olha para mim mi amor, eu te prometo que logo ele estará com a gente novamente, ok? Juntos podemos qualquer coisa gatinho, qualquer coisa! - Roier abraçava fortemente o marido como se ele fosse desaparecer em sua frente a qualquer instante

- Eu não entendo, eu fiz mal a muita gente, entenderia se me fizessem mal, mas, o Richinhas? Quando ele fez algo de mal? – A voz dolorosa de Cellbit cortava o coração de seu marido profundamente

- Gatinho, vai ser difícil, eu sei. Mas temos que lembrar que Richas odiaria nos ver assim. – Ele voltou a segurar o rosto do moreno- Então por ele, vamos ser forte, e vamos fazer isso juntos, e logo, logo estaremos eu você e ele, eu te prometo Mi amor.

Cellbit finalmente encontra o ar que seus pulmões buscavam perdidamente, e demonstra isso ao soltar um suspiro pesado e cansado, mas ainda assim, o choro não cessa, em momento algum. Roier sem se importar com a lagrimas, ou o rosto molhado, beija o marido como se fosse a última vez, ele segurava seu rosto com delicadeza e firmeza, o detetive relaxa o corpo abraçando o corpo do marido. Logo eles se separam

- Eu te amo tanto Gatinho, nunca mais saia assim em silencio, quando precisar me chame e eu vou Cariño, eu sempre vou ir- Roier abraçou o Marido o prendendo a seu corpo

- Me desculpa Guapito, não queria te acordar, obrigado meu bem, eu te amo, e amo muito- Cellbit se afunda mais no abraço, ainda choroso, porém, melhor, e agora bem acompanhado.

Roier permanece ao lado do detetive acariciando seus cabelos de forma delicada e gentil, até com que ele pegue no sono novamente e junto com o carinho, ele murmura uma cantiga infantil, porém, eficaz.

- Se eu roubei, se eu roubei teu coração. É porque, é porque te quero bem- Ele finaliza a música deixando um selar na testa do marido. – Eu e você contra o mundo gatinho.

Roier o carrega de volta até a base bolas e se deita junto a ele pegando no sono um pouco depois. Se eles estivessem juntos, era o que importava, e eles nunca iriam se separar.

































Uma pena as desventuras futuras do destino não planejarem isso para eles. 


























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Escrevi esse com dor no coração, espero que tenham gostado ♡🌷

𝕀𝕄𝔸𝔾𝕀ℕ𝔼𝕊- 𝑄𝑠𝑚𝑝 (𝑃𝑇-𝐵𝑅)Onde histórias criam vida. Descubra agora