𝐵𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎 𝑠𝑜𝑐𝑖𝑎𝑙 - 𝐺𝑢𝑎𝑝𝑜𝑑𝑢𝑜

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As luzes coloridas já cegavam Roier, a música alta, as vozes abafadas, o cheiro de álcool, as risadas, tudo parecia incomodá-lo naquele momento. Quando Maxo o chamou para comemorar seu aniversário, a ideia parecia ótima, fazia tempo que não via seus amigos, e realmente foi. Ele amava ficar com os amigos, mas as vezes tudo que precisava era de seu cobertor, seu livro, e sua casa, e claro, de seu Gatinho. Roier entrou no banheiro da casa do amigo, encarando o reflexo cansado no espelho, a temperatura era mais fria dentro do ambiente, a maquiagem levemente borrada o lembrava o quão quente estava no meio de toda aquela gente, apoiando na pia ele liga a torneira, permitindo que a água corrente entrasse em contato com sua mão, levanto um pouco do líquido frio até a nuca ele resfria a sua temperatura corporal, com os dedos ainda úmidos ele ajeita o delineado borrado em seus olhos. Encarando novamente seu reflexo ele fecha a torneira, suspirando pesadamente. Com um sorriso fraco ele se despede do próprio reflexo, saindo do pequeno espaço.

Seus olhos encontram olhos azuis curiosos assim que cruza a passagem entre o local que estava e a sala de estar, onde a festa acontecia. Seus lábios se curvam em um sorriso fraco, fazendo a cabeça do dono dos olhos azuis tombar para o lado, mudando o olhar para um preocupado, logo ele se desencosta da parede, pedindo licença a Foolish, e se aproximando do mexicano. Roier, percebendo a aproximação se encostou na parede esperando o namorado chegar até ele.

- Guapito? – Escutou a voz rouca, porém doce, se aproximando – Você está bem? – agora em sua frente, os olhos azuis o encaravam com gentileza e preocupação.

- Creo que me iré. – Braços percorrem sua cintura, enquanto seus dedos acariciam os fios loiros escuros de Cellbit, parando as mãos no pescoço do brasileiro. – Estoy un poco cansado, apenas eso Gatinho. – Ele sorri para o loiro, que deixa um selar carinhoso em sua bochecha

- Eu te levo, estou cansado também. – Ele puxa o mexicano para si, fazendo os corpos se grudarem, e fazendo Roier afundar o rosto na curvatura de seu pescoço – E viemos juntos, nada mais justo do que irmos embora juntos também. – Cellbit deixa selares no pescoço do namorado, se afastando para olhar em seus olhos.

Roier se permitiu ser guiado até o carro do namorado, assim que eles adentram o carro, ele se permitiu relaxar um pouco mais. Seus olhos pesavam, seu corpo doía assim como sua cabeça, logo sentiu outra mão na sua, entrelaçando os dedos, Cellbit deu partida. O radio não foi ligado e nenhuma palavra foi dita, ele conhecia Roier, sabia que os ouvidos do moreno ficavam sensíveis quando sua bateria social acabava, então permitiu que o silencio agradável permanece durante o caminho.

Assim que abriu a porta do apartamento, Roier seguiu até seu quarto, enquanto o namorado fechava a porta atrás de si, ele foi até o banheiro, retirando a maquiagem de seu rosto, o alívio que sentia podia parecer bobagem aos outros, porém, para ele, essa era uma das suas principais necessidades. Logo a roupa da festa já se encontrava em um cesto de roupas sujas, e seu moletom do homem aranha já era presente em seu corpo. Assim que abriu a porta do quarto, o cheiro de café e chá invadiu suas narinas, com um sorriso caminhou até a cozinha, encostando no batente da porta, enquanto observava o brasileiro distraído, observando fixamente o líquido preto escorrer pelo filtro.

- Gatinho? - Chamou vendo o loiro sobressaltar, se virando para trás. – Que haces? – Ele se aproximou

- Nada demais, você está melhor? – Ele passa os braços pela cintura do moreno, que enterra o rosto no pescoço do loiro. - Peguei remédio para você, está do lado do seu chá – Sussurrando no ouvido do namorado, Cellbit beija o topo da cabeça do moreno se afastando.

- No había de qué preocuparse, pero gracias Gatinho. – Ele selou os labios em um curto beijo.

Cellbit se direcionou ao quarto, era sua vez de ficar mais confortável, o mexicano havia deixado em cima da cama o conjunto preto que o brasileiro deixava em sua casa. Ao terminar de passar o café, se sentou na bancada pegando o remédio e o chá, com o olhar fixo no vidro de pílulas brancas, se perdeu em pensamentos, bebericando o chá de camomila as vezes. Seus pensamentos iam e voltavam para mesma coisa.

Seu brasileiro.

Ele não podia mentir, a vida bagunçada que tinha era legal, mas com o loiro, era mil vezes melhor. Por mais que na visão de todos Cellbit que teria tido a sorte de começar um relacionamento com Roier, ele enxergava o contrário. Nunca acreditou em alma gêmea, mas o loiro o fazia acreditar nisso, ele era perfeito para o mexicano, se preocupava com todos os detalhes para o deixar feliz, percebia qualquer coisa minimamente errada que ele sentisse, todo cuidado, carinho e amor eram importantes para Roier. Até mesmo em situações assim, onde sua bateria social não existia, a companhia do loiro não era um problema, e sim a solução. Perdido em devaneios, não viu quando o namorado adentrou a cozinha novamente, apenas sentiu ser abraçado e o cheiro de café do loiro invadir seu nariz. Ele descansou a cabeça no peito do namorado, se permitindo fechar os olhos e sentir o cabelo ser acariciado, ele tinha certeza.

É ali que ele queria ficar.

Se afastando do peitoral do namorado, ele encarou os olhos azuis, levando a mão até o rosto de Cellbit, que o encarava curioso e com um sorriso, acariciando cada parte do rosto macio, ele observou todos os detalhes do brasileiro, cada parte, ele tinha aquele rosto gravado a ferro e fogo em sua memória, mas fazia questão de regrava-lo de novo e de novo. Ele voltou o olhar para os olhos azuis brilhantes, acariciou os lábios rosados com o polegar, recebendo uma risada abafada.

- Vamos deitar? - Ele desceu as mãos na cintura do namorado, deixando uma trilha de selares em seu pescoço

- Vamos gatinho. – Ele tombou a cabeça para trás, liberando espaço. - Necesitas soltarme para que podamos irnos. – Ele cortou o contado rindo nasalmente

- Será que precisamos? – Recebendo um olhar de desaprovação, o Cellbit pegou Roier no colo recebendo um xingamento

Entre resmungos e risadas, Cellbit carregou o mexicano irritado até o quarto o jogando na cama, e recebendo um travesseiro na cara como resposta. Segurando a almofada observou o moreno de cara fechada e biquinho deitar-se na cama, puxando a coberta e cruzando os braços. Ele apoiou a almofada na escrivaninha de Roier, se aproximando da minibomba relógio mexicana.

- Guapito... – Ele cantarolou o apelido, sendo ignorado. – Guapito, por favor. - Ele se deitou ao lado de Roier, que se vira para o outro lado – Sério? – Ele ri, ainda sem resposta. – Me desculpa meu amor. – O moreno se vira, o encarando surpreso

- ¿Como? – Ele descruza os braços, vendo o loiro rir

- Me desculpa meu amor – Cellbit se aproxima acariciando seu rosto

- De nuevo, la palabra – Os olhos castanhos brilham, arrancando uma risadinha do brasileiro

- Meu amor – Ele deixa um selinho no moreno – Minha vida – outro selinho, esse o arrancando um sorriso - Meu príncipe – Mais um, dessa vez vindo de Roier – O amor da minha vida – Eles juntam os lábios, agora já abraçados.

Dessa vez, ele o beija de verdade, segurando seu rosto, enquanto era abraçado pelo menor que sorria ao lembrar de cada palavra e apelido dito, o coração de Cellbit batia mais forte a cada sorriso, seu polegar acariciava o rosto de Roier, eles colocavam seus corações e seus sentimentos por completo em seus beijos, não importava quantas vezes repetissem o ato, sempre era magico e especial. Em um movimento rápido, Cellbit desceu as mãos até a cintura de Roier, rodando seu corpo e o colocando deitado em cima de si, em um sobressalto o moreno ri, abraçando o namorado e sendo abraçado de volta, ele acariciava os fios loiros escuros, deixando a mexa branca sobre os olhos do brasileiro. Recebia um carinho na cabeça em retribuição, enquanto Cellbit sussurrava em seu ouvido declarações em português, o fazendo sorrir.

- Te amo mi amor. – Ele deixa um selar no pescoço do loiro

- Você é o amor da minha vida. - Cellbit sussurra em seu ouvido, deixando um selar perto do local.

Abraçado e escutando declarações de amor, ele acaba deixando os olhos pesados e cansados vencerem, adormecendo com o "Amor da sua vida". 

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Espero que tenham gostado 🌷♡

𝕀𝕄𝔸𝔾𝕀ℕ𝔼𝕊- 𝑄𝑠𝑚𝑝 (𝑃𝑇-𝐵𝑅)Onde histórias criam vida. Descubra agora