𝐷𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑙𝑜𝑠 𝑚𝑢𝑒𝑟𝑡𝑜𝑠- 𝑔𝑢𝑎𝑝𝑜𝑑𝑢𝑜

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Perder alguém, acho que essa é uma das coisas mais difíceis que alguém pode passar, Perder alguém, não importa como ou onde, sempre é algo doloroso imagine de um dia para o outro você perder a pessoa que mais ama, saber que nunca mais vai vela, olhar em seus olhos, escutar sua voz, risadas, tudo se esvair no ar de uma hora para outra, esse sentimento de agonia, uma queimação em seu coração que nunca mais vai se apagar, um buraco em seu peito e em suas memorias que ficara pra sempre vazio. Pessoas queridas vem e vão, e não há nada que possamos fazer, nada além de mantê-las vivas em nossas memorias e coração, por mais que doa muito, isso vai passar e eventualmente você vai perceber que, ela está em um lugar melhor. Mas não é porque essa pessoa se foi, que ela dever ser esquecida, quando amamos alguém nunca vamos nos esquecer, e assim deve ser sempre lembrada com carinho e mantidas vivas pelas memorias, histórias e momentos bons que tiveram juntos.

E enquanto nos Estados Unidos se comemorava o Halloween, no Mexico se eternizava e se homenageava aqueles que se foram. O que podia soar meio estranhos para outros, era lindos para os mexicanos. O famigerado "Dia dos Mortos" era um dia especial para muitos, desde os corações aflitos que acabaram de perder um ente querido, até os corações calejados que já haviam lidado com a perda há algum tempo. Todos esses corações eram acalmados por uma noite, onde era se lembrado e falado sobre aquele que partira.

Roier nunca tinha lidado com isso antes, era até incomum alguém de sua idade nunca ter perdido alguém, mas sua família inteira estava viva, até que o pior aconteceu. E aconteceu com quem ele menos esperava, ele era tão novo, tão frágil, mas se foi, de forma triste e repentina. Até hoje o moreno lembrava seus últimos dez minutos com seu menino, ele lembra do olhar assustado e ao mesmo tempo sereno do seu neném, ele lembra do último eu te amo que ouviu, da fraca voz do menino que ele mais amava no mundo, do último sorriso de seu pequeno sol, de seus olhos fechando e da paz estampada no rosto de seu pequeno Bobby.

Desde que Bobby se foi, muitas coisas mudaram na vida do mexicano, ele se casou com o amor da sua vida, ele adotou como filho o melhor amigo do seu sol, mas ele nunca, e jamais iria esquecer do seu garoto. Em homenagem a ele, juntamente ao seu marido, o moreno abriu uma cafeteria que carregaria o nome de seu filho, ele estava aos poucos voltando a ser feliz, seu mundo estava brilhando novamente, mas em seu coração, o garotinho sempre estaria.

Depois de meses, finalmente havia chegado o "dia de los muertos" e juntamente a seu amado e seu outro filho, ali estava ele, no tumulo de Bobby, Richarlyson havia colado pequenas estrelas na lapide, já que segundo ele "O garoto bolota havia se tornado uma". Eles se sentaram juntos no chão, em cima de uma toalha azul, a cor favorita do pequeno, e juntos contaram suas experiencias e aventuras com o garoto, comendo seus famosos sanduiches de frango, rindo, chorando, e sentindo a companhia de Bobby ali. A família se sentia unida e completa.

- Guapito, é quase meia noite. - Cellbit diz abraçando o mexicano de lado

- Está quase na hora né? - Roier fecha os olhos, sentindo uma lagrima descer de seus olhos- ele só tinha sete anos. - Sua voz e como um sussurro e é carregada de pesar

- Nossos meninos ainda estão com a gente, vamos nos despedir direito- Cellbit aperta mais o abraço, deixando algumas lagrimas escaparem-

- O Bobby não iria querer ver vocês chorando papais. - Richas diz abraçando os pais, com a voz embargada

Os pais abraçam a criança, que chora silenciosamente. O primeiro a se levantar é Cellbit, ajoelhando-se ao lado do tumulo

- E aí garotão? Eu não sei muito bem como isso funciona, mas sei que você está me escutando, eu sinto isso, sei que não pudemos aproveitar muito como oficiais pai e filho, mas eu quero que você soubesse que eu sempre te considerei como meu filho e por mais que tivéssemos diversas divergências, você sempre será meu menino mais velho Bobby. - A voz do loiro saia com dificuldade, e as lagrimas rolavam pelo seu rosto. - Eu vou cuidar dele, eu prometo. - Cellbit acaricia a pedra, e se levanta- Eu te amo garotão. - Cellbit se vira indo em direção ao carro.

Agora, quem vai até a lapide é o pequeno garoto moreno

- Oi Bobby bolota, você tá bem? Eu os juntei você acredita! - Richas falava deixando as lagrimas cariem- Eu consegui, cumpri nosso plano! Queria ter você aqui comigo para ver, foi tudo muito lindo Bobby. - Ele limpa algumas lagrimas com as pequenas mãos- Eu estou tão sozinho irmão, eu queira muito você aqui, inclusive! Fiz um desenho seu, quero dizer, fiz um desenho do Sol! Seu astro favorito, lembra? - Ele coloca as mãos sobre o peito, apertando o coração um pouco- Desculpa por sempre brigar com você Bobby era só implicação, sempre amei você irmão. - Richas aperta mais ainda o peito- Também foi muito bom ser seu amigo Bobby...meu melhor amigo. - Ele passa a mão pela figurinha que colara na pedra - Até ano que vem Bobby bolota! - Ele limpou as lagrimas novamente e foi até seu pai no carro.

Roier se levantou do chão com dificuldade, e se abaixou ao lado do tumulo, seus olhos não sabia de onde saia tantas lagrimas, sua voz mal consegui sair, seu peito doía tanto, porque não podia ser ele ali, por que seu menino?

- Filho...- Ele mal podia falar- Meu peito tá doendo tanto garoto, por que você tinha que ir assim meu menininho... - A cada palavra seu coração se partia em pedaços- Eu me arrependo tanto de não ter passado mais tempo com você, de não ter feito todas as suas vontades, perdoa seu pai meu bem...- as lagrimas rolavam cada vez mais- Se você tiver um momento, vamos para um lugar onde só nos conhecemos, se lembre das nossas aventuras na cozinha juntos, se esse realmente é o final de tudo, se lembre das coisas boas que passamos juntos...- Seu peito doía mais e mais- Eu sinto tanta a sua falta meu anjinho, volta pra mim por favor- Ele fecha os olhos lembrando de tudo que já passou com seu garoto- Eu te amo Bobby, nossa família te ama, sim, temos uma família agora! E eles nos amam, filho. - Ele beija a lapide, se levantando em seguida- Até ano que vem meu sol.

Roier pega a toalha do chão, olhando em seu relógio ele vê 23:59 marcado nas horas, e ao olhar para a frente, ele podia jurar, ele estava vendo Bobby, em cima do garoto um aureola dourada e brilhante. O garoto sorri para o pai, sussurrando um "eu te amo" e quando o relógio vira, marcando 00:00, Bobby se desfaz aos poucos no ar, Roier sorri, com lagrimas rolando em seu rosto ainda, mas ele tem certeza de que seu menino está em paz. Ao se virar vê sua família o esperando no carro, Richas está no colo de Cellbit e ambos sorriem para ele. Ambos estavam em paz, pai e filho, em planos diferentes, mas felizes com a sua nova família.

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Espero que tenham gostado ♡🌷

𝕀𝕄𝔸𝔾𝕀ℕ𝔼𝕊- 𝑄𝑠𝑚𝑝 (𝑃𝑇-𝐵𝑅)Onde histórias criam vida. Descubra agora