12 - Calor

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– Não estamos fazendo nada. – Todoroki disse, sincero. Não estavam fazendo nada mesmo, não naquele momento.

O olhar de Bakugou baixou automaticamente pras calças do bicolor, que estavam notoriamente marcadas devido ao encharcamento das roupas.

A mandíbula dele trincou e os olhos arregalaram um pouco; a expressão normal que ele sempre tinha em sua face.

– Seus nojentos do caralho. Achamos que tinha acontecido alguma coisa e vocês estão fazendo isso. – Ele saiu da frente da porta de vocês, dando passos pesados pelo corredor.

Midoriya não entendeu o porquê da revolta do amigo e não ficou muito tempo na porta de vocês pra descobrir, logo indo atrás dele e perguntando o que tinha acontecido.

Você permanecia com o rosto no peitoral do Todoroki, procurando consolo ali. Era quente, mas ao mesmo tempo tão gelado por causa da umidez da camisa dele.

Ele passou as mãos por seus braços e as repousou ali, fazendo você estremecer um pouco.

O garoto tentou consolá-la, acariciando sua pele com os polegares e te mantendo firme perto dele. Você acabou soltando um suspiro.

– Você acha que eles me viram? – Se referiu ao seu busto visível.

– Não... Diferente do Bakugou, Midoriya teria tido alguma reação caso tivesse visto, então acho que está tudo bem. – Disse com a voz suave, observando seu couro cabeludo abaixo dele.

Você respirou fundo em alívio, e Todoroki também se sentia aliviado. Ficaria bravo caso outra pessoa visse o seu corpo nu além dele, apesar de que ele não tem esse direito, mas era impossível evitar.

Você já se sentia um pouco melhor com a situação. Os garotos não te viram, o que era ótimo, e Todoroki aparentemente estava tranquilo com os acontecimentos anteriores, então você se recompôs um pouco.

Mas, apesar disso, se manteve um pouco mais no peitoral dele, ouvindo seu coração bater calmamente e sentindo a respiração leve que ele dava a cada segundo.

E ele queria que você ficasse ali. Nunca tinham se aproximado tanto como agora e tanto como antes. Ele se perguntava se, no momento em que você largasse ele, vocês iriam voltar a relação que tinham; distante.

Foi em meio a esse tempo que ficaram praticamente abraçados que ele passou a pensar um pouco mais sobre você, e foi assim que descobriu algo que no fundo já sabia e apenas se sentia confuso sobre: estava apaixonado.

O impulso que ele teve em te beijar, os sentimentos que percorreram a mente dele enquanto isso, o ciúmes que sentiu ao pensar nos outros te vendo nua, tudo isso foi a confirmação que ele precisava.

Suas roupas ainda estavam molhadas. Você desejava permanecer ali com ele até que sua blusa se secasse e deixasse de ser transparente, mas era impossível, então finalmente o soltou, cruzando os braços sobre os peitos e os cobrindo parcialmente.

Todoroki evitou por tudo nesse mundo olhar, por mais tentador que fosse. Você franziu o cenho e fez um biquinho, se sentindo um pouco revoltada com a situação ridícula em que se enfiou.

Você suspirou ao notar o olhar do garoto em qualquer lugar que não fosse em você. No fundo, talvez desejasse que ele te olhasse, te admirasse, te dissesse o que pensa do seu corpo. Se perguntava se ele te acha tão perfeita quanto você o acha (e pode ter certeza que sim).

– Acho melhor eu ir tomar banho. – Você disse e se afastou dele, indo pegar a sua toalha pendurada na cadeira da penteadeira, e, assim, a colocou na frente dos seios.

Todoroki se sentiu na liberdade de te olhar, já que estava coberta, mas, não, ele não devia ter olhado. Assim que você estava entrando no banheiro, ele pôde ver sua bunda marcada no seu short molhado, o que o fez imediatamente corar.

Por algum motivo eu amei você - Shoto TodorokiOnde histórias criam vida. Descubra agora