Kara Marie Danvers| Point Of View
*Clark Joseph Danvers. 1988 - 2020 "Bom pai, filho, marido e patriota."*
Meu peito queimava consumido pela dor que eu tentei ignorar, eu olhava para a lápide do meu irmão. Um desespero me consumia, havia muito acumulado no meu peito.
Eu estava ali sozinha, então soltei. Chorei de forma desesperada, jogando para fora toda a dor.
— Droga Clark! – Gritei em meio às lágrimas. — Mas que droga! – Perdi as forças das pernas e me ajoelhei.
Chorei ali sentindo pela primeira vez, tudo que eu havia guardado por tanto tempo. Misturado com o pesar de ter perdido meu irmão, e o medo de não conseguir...
— Eu te amava, e você estragou tudo! – Olhei para a lápide, meus olhos estavam embaçados.
— Mas você estragou tudo, e eu nem pude me despedir de você. – Murmurei.
Me levantei mesmo em meio ao protesto das minhas pernas, deixei um buquê de flores. Olhei ao redor, só havia eu e meus seguranças que estavam espalhados.
— Eu vou cuidar de tudo, mesmo que isso signifique a minha ruína. – Prometi sabendo que essa promessa acabaria comigo.
Corri até o meu carro, comecei a dirigir de forma imprudente. Minha mente inundava com memórias que eu lutei muito para reprimir, eu chorava como um bebê enquanto acelerava ainda mais o carro.
Por um minuto passou pela minha cabeça a possibilidade de acabar com tudo...
Entregar os pontos e deixar o caos para quem ficasse.
Eu queria ser egoísta, queria deixar tudo para trás. Mas eu sabia que não podia fazer isso, eu precisava ser forte.
Mas de onde eu tiraria essa força?
Olhei pelo retrovisor e vi o carro dos meus seguranças tentando me acompanhar, continuei dirigindo como se isso fosse aliviar tudo que estou sentindo.
Depois de um tempo encostei o carro em frente à uma praia, estava deserta. Hoje era um dia atípico em Miami, estava chovendo e os ventos bem fortes.
Minha mente não era capaz de pensar qualquer coisa coerente, eu só queria que meu peito parasse de queimar. Queria parar de sentir, queria não chorar pela morte de Clark...
Andei pela areia e caminhei em direção ao mar, a agitação dele me passava um pouco de paz. Por isso não me importei em entrar nele, de roupa e tudo.
Me sentei na areia em um ponto que as ondas quebravam e molhava meu corpo, fiquei observando o mar tentando me reorganizar.
Eu queria muito ser levada pela fúria do mar, para acabar de uma vez por todas com todos esses sentimentos ruins dentro de mim, toda essa bagunça que eu não sei como resolver.
Eu não me importaria se fosse levada pelo mar... não me importava em morrer assim!
Observei uma grande onda se formando no horizonte, ela vinha em minha direção de forma inevitável. Eu permaneci ali parada à mercê de sua fúria, me sentindo pequena diante daquela imensidão.
Mas eu estou conformada, toda minha vida foi marcada pelas ações dos outros. Essas mesmas que nunca me deram a chance de me proteger, de fazer algo para que não me ferissem.
Fechei os olhos ouvindo o som do mar, sentindo a água bater no meu corpo.
Senti a presença de alguém do meu lado e vi Diana se sentar ao meu lado, ela deitou a cabeça no meu ombro e suspirou. Ter ela aqui comigo me ajudou a me reorganizar, me lembrando que apesar de tudo a gente sempre vai ter uma a outra e o nosso bem maior que é o nosso filho.
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Resentment - Adaptação Karlena
Fanfiction🍁 [A D A P T A Ç Ã O] 🍁 Após anos longe de sua cidade natal, Kara retorna para o funeral de seu irmão, que faleceu inesperadamente. Apesar do tempo que passou longe, ela não consegue deixar de lado o ressentimento que carrega pelos acontecimentos...