Capítulo 15 - Significado

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Narrador  |  Point of View




O tempo transforma tudo, ele é o maior e mais assertivo aliado das pessoas. O tempo é soberano, imutável e não faz curva. Ele sempre segue o fluxo em linha reta, sem fazer pausas ou desvios.

Muitos consideram o tempo como seu inimigo. Reclamam pela falta de tempo ou quando ele passa devagar demais, a insatisfação pela forma que o tempo passa é algo comum. Mas existe uma verdade absoluta, verdade essa que muitos jamais conseguiram de fato aceitar.

O tempo muda tudo.

Não existe dor que o tempo não cure, turbulências que o tempo não faça passar.

Quem aprendeu com o tempo foi Lena, a mulher de olhos verdes teve que se empenhar, deixando os tempos de sobrevivência para trás e saboreando a sensação deleitável de viver, sentindo-se maravilhada com a descoberta de como o tempo em sua própria forma era um aliado. Seis meses se passaram, um ano desde que Clark faleceu. E nada mais era como antes.

A irlandesa se encarava no espelho. Mexia o seu rosto bem moldado de um lado para o outro, gostava da sensação de se analisar sem encontrar os antigos traços de cansaço que antes a atormentavam. Estava usando um vestido vinho de alta costura que envolvia suas curvas e belos saltos finos que a deixavam mais esguia e elegante. A maquiagem bem demarcada realçava ainda mais a beleza dos olhos verdes, sendo que ao mesmo tempo, dava destaque ao cabelo impecável que pendia sobre suas costas.

 A maquiagem bem demarcada realçava ainda mais a beleza dos olhos verdes, sendo que ao mesmo tempo, dava destaque ao cabelo impecável que pendia sobre suas costas

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Um sorriso de lado escapou dos lábios dela, era inegável o orgulho que sentia de si mesma.

— Agora você vai virar aquelas narcisistas, que não param de se olhar no espelho e se gabar de quão linda está? – Lena não conseguiu conter a gargalhada.

— Então, você admite que eu estou linda? – Lena disse, ainda sorrindo se aproveitando da situação.

— Eu não disse isso, você distorce tudo que eu falo! – Kara bufou rolando os olhos. — Mas eu admito, você está linda! Eu disse que esse vestido era perfeito para você! – A mais velha elogiou, vendo Lena negar com a cabeça.

— Você fala de mim, mas é muito convencida, Kah! – Ela falou caminhando pelo seu quarto, indo pegar sua bolsa de mão.

— Não sou convencida… eu só sei das coisas. – Kara deu de ombros, fixando seus olhos azuis em todo e qualquer movimento da irlandesa.

— Pronto, já podemos ir. – Lena ajeitou o rabo de cavalo, e andou graciosamente pelo quarto.

As duas mulheres não se deram conta dos segundos em que ficaram trocando um olhar indecifrável, apenas sabiam que não era a primeira vez que se olhavam assim. Os últimos meses de aproximação instauraram um sentimento de cumplicidade único entre as duas, e muitos outros sentimentos que, claramente, sabiam não ser o momento certo para se questionarem.

Resentment - Adaptação KarlenaOnde histórias criam vida. Descubra agora