𝗢𝗡𝗗𝗘 Victoria se vê obrigada a conhecer mais de sua parte materna quando,seu pai decide inscrever a menina no camping Santoro, e então o que já era ruim vira seu pior pesadelo quando não há mais saídas para seus sentimentos inoportunos pelo garo...
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as competições já estavam próximas, literalmente três dias até nossa primeira apresentação no camping Santoro.
isso me deixava aflita.
confio no potencial de minhas garotas o suficiente para saber que todas elas se sairiam bem,disso eu tenho certeza. o que me aflige mesmo é saber que mamãe algum dia competiu aqui e querendo ou não nunca ouvi pessoas dizerem que ela perdeu ou que não era boa o suficiente.
seria ótimo sair em capas de jornais ou sites de fofocas com a seguinte manchete " extra extra ! Victoria Lo Schiavo não tem os imaginários dons de sua mãe,o fruto caiu longe da árvore ! extra extra ".
droga, pensamentos de mais.
fazem exatamente dois dias em que eu e meu colega de quarto não trocamos uma palavra,na verdade desde que eu recusei dividir meu lanche.
dois dias e eu consigo odia-lo ainda mais !! pelo que parece ele está de casinho com a lider de torcida da cabana vermelha. ontem escutei ele dizer aos seus amigos que eu era,chata, incoveniente, fútil e outras coisas mais.
sinceramente não consigo ver o que todas as garotas desse camping conseguem ver em um babaca como ele,por mais que nós dois saibamos que nunca haverá nada entre a gente, suas tentativas falhas de investidas nunca cessam.
ele sempre tem uma carta na manga,seria ótimo usar a minha bela imagem para aumentar sua fama,com certeza ele usufruiria disso.
ele não estava aqui agora, não estava em meu quarto. tem saído todas as noites,nada me surpreende.
eu sei que não conseguiria dormir agora,nem se eu quisesse,e acredite eu quero muito, então saio do meu quarto sorrateiramente vestindo meu bob azul por cima de meu pijama e calçando minhas pantufas.
meu próprio tour pelo lugar,espero que eu não me perca com tanto mato cercando o camping,decido não levar meu celular,seria só eu e Deus.
me arrependo dessa decisão assim que me deparo com o grande breu ao sair da cabana,saco.
não vai amarelar agora né vivi?
é o que eu digo a mim mesma antes de continuar meu caminho. o camping era grande, não tinha só as cabanas dos times,tinha também uma exposição com troféus e coisas valiosas para o lugar,fora outras coisas.
EXPOSIÇÃO SANTORO.
leio a grande placa com dificuldade antes de adentrar o local e procurar por interruptores de luz. não demoro muito pra achar,meus olhos que já tinham acostumado com o escuro doem ao serem expostos a claridade.
a cabana de exposição não era grande,na verdade era bem pequena,talvez eles não tivessem tanta coisa valiosa para expor.
ou então as coisas realmente valiosas ficassem escondidas.
tudo isso tinha um grande cheiro de mofo,eca.
pedaços de jornais estavam envidraçados em mesas no centro do cubículo.
Acampamento Santoro,Mia W. Estemphor consegue fazer a pirueta mais difícil de toda a historia da ginástica brasileira.
é o que dizia a primeira manchete.
Acampamento Santoro ganha prêmio por alcançar a maior quantidade de campistas no mundo inteiro.
isso não era tão interessante.
uma medalhinha estava em exposta em um lugar especial. apenas o pescoço de algum manequim segurava a peça,e claro,estava também envidraçado.
eu conhecia esse símbolo.
W&L
estavam estampados no colar.
mamãe continha o sobrenome W. eu nunca soube o que realmente era,afinal era só um W. poderia ser qualquer coisa,mas o L parecia ser de papai. mamãe já estava casada com papai quando participava de competições? ele nunca me disse nada.
─ tem alguém ai? ─ uma voz masculina, talvez um monitor,disse em alto e bom som.
pânico,essa palavra me definia agora.
me abaixo rapidamente atrás da bancada de uma das peças expostas.
─ todo mundo esquece de apagar as luzes ! ─ ele bufa antes de me deixar em completo escuro.
levanto tirando toda aquela poeira de meu bob. acho que esse era um sinal do universo para que eu voltasse ao meu quarto.
saio do lugar sem fazer muito barulho,o monitor poderia estar em qualquer lugar.
me assusto ao ouvir passos atrás de mim e me preparo para golpear quem quer ou o que quer que seja. acerto as partes baixas do que imagino ser uma pessoa antes de ouvir um gemido de dor.
─ ouh,droga ! você está maluca? quer me deixar sem fazer xixi para o resto da vida? ─ mauad se abaixa com a mão no lugar atingido.
é inevitável soltar risadas,ignoro o garoto seguindo meu caminho,ele logo vem atrás.
─ vai mesmo me deixar contundido no meio da floresta?
─ você não está em uma floresta.
─ o que estava fazendo fora de casa uma hora dessas? e ainda mais sozinha? é sonâmbula?
─ provavelmente estava exercendo minha chatice junto com minha inconveniência fazendo coisas fúteis. ─ o lembro de suas próprias palavras.
agora ele estava ao meu lado.
─ ah docinho, não guarde rancor. foi no calor do momento. ─ sínico.
─ perdão amor,o machucado que eu te fiz também foi no calor do momento,agora me deixe em paz e volte ao que estava fazendo. me ignore. ─ ando mais rápido mas nada parecer afastar gian.
suspiro pesadamente.
─ é difícil quando você consegue ser tão.. ─ parece procurar palavras. ─ ignoravel.
agora o infeliz se colocou na minha frente.
─ vamos vivi,um beijinho não mata ninguém. ─ ele sussurra em meu ouvido,sussurrou tão perto que pude sentir seus lábios encostarem em minha pele.
─ é melhor sair da frente se não quiser perder seu amiguinho ai em baixo. ─ foi a minha vez de sussurrar antes de sair batendo o pé.
tem caroço nesse angu.
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