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Victoria Lo Schiavo, são Paulo. 03:18 AM

aonde estou? meus pensamentos ainda estão atordoados,abro os olhos lentamente e agradeço pelo local não estar tão iluminado a ponto de me fazer sentir dor

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aonde estou? meus pensamentos ainda estão atordoados,abro os olhos lentamente e agradeço pelo local não estar tão iluminado a ponto de me fazer sentir dor.

eu estava em uma maca,e isso parece uma enfermaria? todas as paredes tinham uma linha continua de janelas que davam acesso a vista para árvores e mais árvores. por um momento me senti dentro de um cenário de crepúsculo.

minha espinha treme quando encontro gian no canto da sala.

─ onde estão todos? ─ pergunto me levantando,parece que tinha um elefante em minhas costas.

ele se aproxima.

─ provavelmente dormindo, são três e vinte e duas da manhã Victoria. ─ diz firme.

minha feição demonstra tremenda confusão.

─ e porque você ficou? ─ ele não tem obrigação nenhuma, não era certo estar aqui, provavelmente foi obrigado por jolie.

o garoto suspira pesadamente.

─ não queria te deixar sozinha. você estava inconsciente. ─ cruza os braços olhando para mim.

─ agora você se preocupa? inclusive,sua namorada não vai gostar de saber disso,qual seria o próximo passo? ferir uma de minhas líderes de torcida? oh não calma. ela já fez isso. ─ mauad não demonstrava reação alguma diante de minhas palavras. ─ ou que tal.. me matar afogada? ah é mesmo,esse ela já tentou também.

me lembro do ocorrido de mais cedo,essa garota estava brincando com o fogo. ela não sabia com quem estava se metendo. sinto meu sangue ferver só de pensar nela.

─ ela não é minha namorada.

─ ofereceu ajuda porque estava com a consciência pesada. certo?

─ ofereci ajuda porque não achei justo.

─ ótimo,agora você é o menino bonzinho que segue regras? ─ me levanto bruscamente querendo fugir dali, provavelmente fiz isso de um jeito muito rápido,minha cabeça ousava em doer. acabo colocando uma mão sobre ela como se isso fosse amenizar a dor.

em menos de segundos Gian já estava ao meu lado.

─ para de ser chata só um pouquinho. ─ pede,pude sentir afeto em suas palavras. realmente,eu estava mal.

fecho os olhos.

mauad me oferece suas costas para que eu pudesse subir e decido não intervir em seus cuidados. assim que saimos do local pingos fortes entram em contato com a minha pele e me martirizo mentalmente por estar de biquíni.

os passos de mauad são rápidos, rápidos o suficiente para que eu não me molhe tanto.

chegamos em casa,estava tudo um completo breu.
gian me impede de chegar ao andar de cima me puxando para sentar em uma das cadeiras da sala de jantar.

─ vai comer alguma coisa primeiro.

─ e quem me garante que você não irá me envenenar?

─ eu garanto. antes,faria você sofrer. agora fique quieta se não quiser que eu desista. ─ obedeço sem outra interrupção,no momento eu só tinha a ele,e por mais que não entrasse em minha cabeça ele ainda estava tentando.

silêncio. era assim que se encontrava a cabana azul,ovos mexidos estavam em minha frente. não penso duas vezes antes de começar a usufruir da bondade do garoto degustando seu prato.

ele observava tudo atentamente. todos os meus movimentos.

assim que acabei o mesmo pegou a louça suja a colocando na pia.

agradeço mentalmente por gian ter deixado ao menos eu subir a escada sozinha. assim que adentrei meu quarto fui direto para o banheiro,eu precisava de um banho. com certeza estava com cara de moribunda graças ao incidente de hoje cedo.

não demorei tanto tempo, apenas o necessário.

mauad estava como uma sombra atrás de mim,como se a qualquer momento eu fosse ter algum tipo de piripaque ou coisa parecida.

ignoro seus olhares antes de deitar em minha cama. meus olhos pesam e em minutos já não sei nem mais quem sou graças ao sono.

05:28 PM | QUARTO AZUL.

a claridade de um trovão invade o quarto. a chuva lá fora caia com força trazendo sons um tanto quanto assustadores.

olho para o lado e vejo o odiavel sentado em sua cama olhando para um ponto fixo.

percebo que não está tudo bem quando proferi uma ofensa a qual ele não respondeu.

me levanto caminhando até sua cama,ele estava imóvel. chamo baixinho seu nome por algumas vezes, pela minha mão que se encontrava em seu braço descoberto pude sentir ele se arrepiar quando outro trovão clareia o cômodo.

ele tinha medo de trovões?

─ ei,calma. tá tudo bem,vem deita. ─ peço pra ele que logo atende ao meu pedido.

acabei ficando acordada até que ele caisse no sono,tentei sair de sua cama algumas vezes mas por incrível que pareça ele sempre me puxava de volta para ela.

tentar,nunca desistir.

me levanto calmamente de sua cama,gian segura em meu pulso o puxando com força e me fazendo cair novamente no colchão,o garoto me vira de costas para ele e sussurra em meu ouvido um " obrigado " colocando seus braços ao redor de minha cintura.

seu gesto me deixa confusa e sem saída,seus braços eram grandes o suficiente para que eu não conseguisse me mexer.

mesmo que eu não quisesse,sentir seu cheiro e seu calor me traziam sensações indecifráveis. indecifráveis mas boas.

uma trégua não faz mal a ninguém,quem sabe até possamos ser amigos? dou risada desse meu pensamento. nós nunca seríamos amigos,a quem eu quero enganar?

estava muito cansada pra lutar contra sua extrema aproximação, minha mente com certeza me torturaria no dia seguinte.

imersa em tantos cenários imaginários acabo por cair no sono ali mesmo.

imersa em tantos cenários imaginários acabo por cair no sono ali mesmo

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CAMPING
WATTPAD,2023.

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