NÊMESIS NUNCA TEVE UMA ESCOLHA

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NÊMESIS NUNCA TEVE UMA ESCOLHA

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NÊMESIS NUNCA TEVE UMA ESCOLHA

Mãe, guarde esses revólveres pra mim 

Com eles nunca mais vou atirar 

A grande nuvem escura já me envolveu 

Me sinto até batendo na porta do céu

Batendo na porta do céu - Zé Ramalho

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ATENÇÃO

ATENÇÃO 

ATENÇÃO

Esse capítulo contém tópicos sensíveis e pode ser gatilho para algumas pessoas

ALERTA DE: Menção de violência psicológica, invalidação emocional e violência sexual.

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-O que mais seu avô fez com você? - ele perguntou, colocando um cobertor ao redor dos ombros dela e sentando-se ao seu lado, a abraçando. Nêmesis suspirou, pensando em como começar a contar.

-Meu avô sempre foi muito bom com palavras, acho que herdei esse talento dele. Era sempre sutil, sempre disfarçado de cuidado, mas suas palavras tinham garras. Ele manipulava cada pensamento, cada escolha, como se eu não pudesse confiar em mim mesma. Ele me convencia de que eu nunca seria boa o suficiente. Sempre havia algo errado comigo, algo para consertar, e eu... Eu acreditava. Era como se minha própria mente não fosse mais minha. Eu me tornei uma marionete nas mãos dele, tentando desesperadamente alcançar um padrão impossível de perfeição que ele impunha - ela olhava para as próximas mãos, desenhando com os olhos os traços das suas tatuagens repetidas vezes - Eu sempre me senti sozinha, mesmo rodeada por pessoas. Era um tipo de isolamento que não era apenas físico, mas emocional. Ele criava essa barreira ao meu redor, como se eu estivesse presa em uma bolha onde ninguém podia realmente me alcançar.

'Era como se minhas emoções não importassem. Ele não queria que eu expressasse alegria, tristeza, raiva... Ele queria me moldar em algo que ele achava aceitável. Eu não tinha liberdade para ser eu mesma. E quando você não pode ser quem você é, começa a se perder, Finnick. Começa a se sentir como se estivesse se distanciando de tudo e todos."

"E então, eu tive um momento de ruptura, quando percebi que se eu ficasse, iria me perder completamente. Foi uma decisão difícil, mas eu sabia que era a única maneira de recuperar minha vida. A minha mãe não confiava no meu pai, e mantinha uma quantia enorme de dinheiro guardada em cofre no meu quarto, e afirmava que um dia eu conseguiria escapar, e então, eu precisaria daquele dinheiro."

"E então, com 14 anos e saí de casa, e meu avô manteve a fachada da família perfeita, mesmo eu fora de casa. Ele continuou custeando todas as minhas aulas e tudo o que eu fazia, pois precisava manter as aparências, e me convenceu a deixá-los construir o túnel que ligava a mansão ao meu apartamento, e aí foi o meu erro."

Finnick a encarou.

O que aquilo queria dizer?

-Teve uma noite... - ela começou a dizer - Que dois aspirantes a Pacificadores encontraram o túnel e entraram no meu apartamento enquanto eu dormia e... Me atacaram - Finnick entende o "atacaram", e cerrou o punho - Quando contei ao meu avô, ele... ele simplesmente ignorou. Como se minha dor não importasse, como se o que aconteceu não fosse relevante para ele, e então, eu encontrei minha própria forma de fazer justiça e depois de alguns contatos, os dois foram transformados em avoxes - ela pausou, enxugando uma lágrima que havia escorrido - Uma semana depois, eu conheci você - ela sorriu levemente, o encarando.

O olhar de Finnick se encontrou com o de Nêmesis e, sem uma palavra sequer, ele soube. Finnick viu a dor nos olhos de Nêmesis, viu a coragem e a vulnerabilidade que ela mostrava.

As palavras de Nêmesis ecoavam em sua mente, cada detalhe doloroso ecoando como um grito silencioso. Ele não conseguia afastar os pensamentos sobre o que ela havia enfrentado, a violência injusta que ela suportara.

Ele havia sido coagido a fazer tudo o que Snow dissera, mas ainda sim, era uma escolha dele.

Nêmesis nunca teve uma escolha.

-Eu... Vou me deitar - ela avisou de repente, tentando amenizar o clima, mas a história que ela havia contado não poderia ser amenizada. Ele a viu pelo canto dos olhos se encolher novamente com o som de um trovão e se aproximou dela. Com um movimento suave, a segurou nos braços com ternura. Caminhou pelo corredor, entrando em seu quarto e se acomodando na cama, mantendo-a em seus braços.

Nêmesis se aninhou próximo ao peito de Finnick, sentindo o calor reconfortante do abraço dele. Em silêncio, ela se aconchegou mais, buscando conforto na segurança de seus braços.

Deitando-se ao lado dela, Finnick puxou Nêmesis novamente para seus braços, abraçando-a com ternura. Ela se aconchegou melhor em seu peito, buscando conforto no calor e na segurança de seu abraço.

Finnick acariciou suavemente os cabelos de Nêmesis, transmitindo tranquilidade e apoio através do toque. Nêmesis, de olhos fechados, se permitiu relaxar na segurança do abraço de Finnick. Ela sentia o pulsar calmo do coração dele e se deixou levar por essa melodia reconfortante.

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Capítulo pesado, mas com a história do que Nêmesis sofreu nas mãos do avô

Gostaria de dizer que já escolhi o final oficial da história, mesmo imaginando que talvez ele não seja muito bem aceito :/

Galerinha, outra coisa, passei na minha banca do TC com nota máxima, agora sou oficialmente Jornalista

Não se esqueça de deixar o seu feedback e a sua estrelinha *-*

Volto em breve!

Nêmesis I Finnick OdairOnde histórias criam vida. Descubra agora