EU SONHEI COM VOCÊ
Garota, me deixe te amar
E eu te amarei
Até você aprender a amar a si mesma
Garota, me deixe te amar
E todos os seus problemas
Não tenha medo, garota, deixe-me ajudar
Garota, me deixe te amar
E eu te amarei
Até você aprender a amar a si mesma
Garota, me deixe te amar
Um coração de entorpecimento, começa a trazer a vida
Eu te levarei até lá
Let Me Love You - Ne-Yo
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Era madrugada, e Nêmesis estava sozinha em seu quarto, encarando o teto. Estranhamente, mesmo com o fim de tudo, ela tinha medo de dormir.
Ela tinha medo de sonhar com o seu avô.
Ela havia tido pesadelos desde o final da guerra e da morte de Snow. Ela achava que não cabia a ela contar para ninguém, pois Finnick e Johanna tinham seus próprios demônios para lutarem.
A janela de seu quarto tinha vista para o mar, então ela sempre sentava-se na moldura, encarando o oceano, com pensamentos distantes.
Mas, de repente, ela começou a ouvir sons estranhos. Ela sabia que Johanna não estava, tendo ido para a Capital para passar alguns dias no apartamento de Nêmesis, querendo "espairecer" por alguns dias, então, estavam apenas Nêmesis e Finnick na casa.
Ela apurou os ouvidos, tentando discernir o que era aquele som. Parecia alguém falando, bem baixinho. Nêmesis se levantou e saiu de seu quarto, seguindo o som.
Ela viu-se na porta de Finnick e percebeu que o som vinha de dentro do quarto. Ela tocou a maçaneta e testou, vendo que a porta estava aberta. Ela entrou no quarto e viu Finnick encolhido na cama, os nós dos dedos brancos apertando os lençóis.
Ela se aproximou e viu que Finnick ainda dormia, mas havia lágrimas escorrendo por seu rosto conforme ele se contorcia.
Nêmesis se sentou na cama e tocou o ombro dele, sacudindo, mas Finnick não despertou. Sem opções, ela sacudiu com mais força. Finnick abriu os olhos e os arregalou, socando o ar cegamente. O soco atingiu o nariz de Nêmesis, que gritou, levantando da cama e se afastando.
-Nêmesis? - ele chamou, com a voz fraca, e Nêmesis acendeu a luz.
-Oi - ela respondeu, com a mão sobre o nariz - Está tudo bem?
-Foi um... Pesadelo - Finnick respondeu, enxugando o rosto - O que houve?
-Fui acordar você e você me deu um soco, inconscientemente - Nêmesis respondeu, tirando a mão do nariz, e vendo que estava sangrando.
Finnick se levantou da cama e foi na direção dela, afastando delicadamente as mãos dela e analisando o nariz, que começava a ficar roxo.
-Eu sinto muito - ele disse sincero.
-Está tudo bem - Nêmesis respondeu - Eu sei que você não teve a intenção.
-Parece que não está quebrado - Finnick comentou - Mas está roxo.
-Nada que um pouco de gelo não resolva - ela sorriu, tentando tranquilizá-lo.
-Vem - ele segurou a mão dela - Vamos - os dois saíram do quarto de Finnick, indo até a cozinha, e Nêmesis se sentou em um banco no balcão da cozinha, enquanto ele pegava algumas pedras de gelo em um pano de prato e voltou para perto de Nêmesis, que limpava o sangue de seu nariz com um guardanapo.
Quando ela terminou de limpar, Finnick tocou delicadamente o rosto dela, erguendo seu queixo, encostando suavemente o gelo no nariz dela, vendo-a fazer uma careta.
-Eu acordei você? - Finnick perguntou, tentando distraí-la da dor
-Não, eu estava acordada - Nêmesis respondeu - Encarando o oceano pela janela.
-Não conseguiu dormir? - ele perguntou.
-Na real... - ela começou meio incerta - Eu não quero dormir. Eu também estou tendo pesadelos, e inconsciente, cheguei a conclusão de que não dormir é a melhor forma de evitar os pesadelos.
-Com o que você sonha? - ele questionou.
-Com o meu avô - ela respondeu simples, e Finnick afastou o gelo do rosto dela, para ver o machucado.
-O inchaço diminuiu - ele comentou e colocou o gelo novamente - Eu sonhei com você - ele confessou e Nêmesis o encarou.
-Comigo? - ela perguntou.
-Sim - Finnick respondeu - Com você sendo morta pelos bestantes no subterrâneo da Capital - ele explicou.
-Essa guerra nos traumatizou - Nêmesis afirmou com um suspiro e Finnick acenou, pensativo.
Os dois ficaram em silêncio até Finnick perceber que o inchaço do nariz de Nêmesis havia diminuído consideravelmente.
-Quer dar uma volta na praia? - Finnick perguntou, deixando o pano com gelo sobre a pia.
-Vamos - ela concordou, se levantando do banco e ele estendeu a mão na direção dela. Nêmesis sorriu pra ele, segurando sua mão e os dois saíram da casa.
Eles saíram do bairro caminhando juntos até a praia, e uma vez na orla da areia, tiraram os sapatos, caminhando descalços na areia.
Eles caminharam por cerca de uma hora, até verem que o sol começava a aparecer no horizonte. Finnick sentou-se na areia e Nêmesis se sentou entre suas pernas, encostando-se em seu peito. Ele envolveu seus braços ao redor dela e eles ficaram em silêncio, encarando o horizonte.
Ele sentia Nêmesis brincando com seus dedos, os olhos fixos onde o sol estava nascendo, e encarando ela, ele perdeu-se em pensamento.
Nêmesis era uma pessoa complicada, ele sempre soube disso. Ele sempre havia sido guiado pela emoção, e por isso que já tinha confessado seu amor por ela, mas Nêmesis era extremamente racional. Ele não sabia se Nêmesis sentia o mesmo por ele, porque por mais que ela de certa forma estivesse demonstrando, ela ainda não tivesse afirmado em nada.
Em seu interior, ele realmente queria esperá-la. Nêmesis ainda tinha 17 anos, era 7 anos mais jovem que ele, ela tinha muito o que viver ainda, e ele super entendia o receio dela de entrar em um relacionamento.
Ele sentia-se como um papel em branco. Ele estava disposto a deixar Nêmesis escrever a história, rasurar, apagar e começar de novo caso em algum momento errasse.
Ele esperaria por ela o tempo que precisasse.
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Mais um capítulo hoje graças a mais um surto criativo.
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Volto em breve!
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Nêmesis I Finnick Odair
Roman d'amour• deusa da vingança e da justiça distributiva • • alguém que exige ou inflige retaliação • Nêmesis Snow foi criada e ensinada para se tornar a sucessora de seu avô no comando de Panem. Ela nasceu com a promessa de perpetuar a vingança contra os Dist...