APENAS A PONTA DO ICEBERG

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APENAS A PONTA DO ICEBERG

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APENAS A PONTA DO ICEBERG

Sorrindo e vendo o céu se derramar 

Me ensinando que a gente é que escolhe cessar 

Que bom te olhar dançando na chuva

Dançando na Chuva - Rosa de Saron

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Johanna havia decidido se mudar da casa de Finnick, após uma outra casa no bairro ser finalizada, deixando Finnick, Nêmesis e Frederico sozinhos.

Finnick vinha percebendo que Nêmesis ainda não estava totalmente bem, e ele conseguia perceber por mais que ela conseguisse esconder bem. Ela sempre parecia estar distante, e Finnick via nos olhos dela que ela estava planejando alguma coisa.

Era uma noite de tempestade, o céu estava escuro e a energia havia caído por conta de um raio que havia caído no transformador. Ele estava na cozinha, finalizando o jantar, mas ele estava sentindo falta de Nêmesis. Ela sempre ficava com ele na cozinha enquanto ele cozinhava, mas naquele dia em especial, ela não estava ali.

As tempestades no Distrito 4 eram cruéis, por causa do oceano, e aquela data era a do início da estação chuvosa.

Finnick saiu da cozinha, e foi em direção ao quarto de Nêmesis, encontrando a porta entreaberta.

-Nêmesis? - ele a chamou, e quando não obteve resposta, entrou.

Seu olhar encontrou a figura encolhida da jovem no canto, mãos firmemente pressionadas contra os ouvidos, os olhos cerrados com medo. Ele correu até ela, ajoelhando-se ao seu lado com uma expressão de preocupação.

-Nêmesis, o que houve? - ele perguntou.

-Eu... Tenho medo de tempestades - ela responde, tirando lentamente e mão dos ouvidos, o encarando com os olhos cheios de lágrimas.

Sem hesitar, ele agiu por instinto, puxando-a suavemente para perto de seu peito, envolvendo-a em um abraço protetor.

Seus braços fortes envolveram gentilmente Nêmesis, trazendo-a para mais perto. Com cuidado, ele inclinou-se um pouco, encostando sua cabeça no peito dele, permitindo que ela ouvisse a batida tranquila de seu coração.

Com uma ternura quase tangível, Finnick cobriu delicadamente o ouvido dela com sua mão, abafando os ruídos estrondosos da tempestade lá fora. Ele queria ser o escudo que a protegesse do medo, a âncora que a mantinha segura.

-Estou aqui, princesa. Você está segura. Nada vai te machucar enquanto eu estiver por perto - Finnick sussurrou, o rosto escondido no cabelo dela.

Ela correspondeu o abraço, envolvendo a cintura dele. Ela suspirou resignada, sabendo que Finnick queria saber o porquê daquela reação dela.

-Meu avô...Costumava usar as tempestades para me punir - começou, com a voz vacilante - Quando eu era pequena, sempre que uma tempestade chegava, ele me trancava em um armário escuro e fechado, dizendo que era para me proteger dos trovões. Eu ficava lá, sozinha, por horas, com o som dos trovões ecoando no armário. Ele dizia que era para me ensinar a não ter medo, mas só fez piorar. Desde então, as tempestades sempre me lembram desse terror... Eu sei que não estou mais naquele lugar, mas é como se aquela sensação de pavor nunca tivesse ido embora.

Finnick levantou-se com ela, abraçando-a pela cintura.

-Você confia em mim? - ele perguntou e Nêmesis assentiu, e Finnick a guiou para fora da casa.

A chuva caía suavemente, os pingos d'água dançavam no ar, e os trovões ecoavam ao longe. Nêmesis sentiu o coração acelerar só de olhar para o céu carregado.

-Eu sei que isso é assustador para você, mas você é mais forte do que seu medo. Eu estou aqui com você, e não vou deixar nada te machucar - ele promete, parado no jardim, e estendeu a mão pra ela, e Nêmesis a segurou.

Com cuidado, ele a puxou para mais perto e, num gesto gentil, deixou a chuva tocar seu rosto. Ele segurou a mão dela e a levou para fora do abrigo da varanda, permitindo que a chuva molhasse seu cabelo e roupas.

No início, Nêmesis estava tensa, os músculos contraídos com medo. Mas gradualmente, ela começou a relaxar sob a chuva suave, percebendo que não estava mais sozinha. Ela olhou para Finnick, vendo o sorriso encorajador em seu rosto.

Num gesto suave e cheio de carinho, Finnick levou uma mão ao rosto dela, afastando uma mecha de cabelo molhado que grudava na pele dela. Seus olhares se encontraram, palavras desnecessárias naquele momento.

Nêmesis sentiu um turbilhão de emoções dentro de si, o medo substituído por uma nova sensação de liberdade e confiança. Ela levou uma mão ao peito de Finnick, sentindo as batidas fortes do coração dele sob a palma da sua mão.

Sem mais hesitação, Finnick inclinou-se em direção a ela, seus lábios encontrando os dela num beijo suave e carregado de emoção. A chuva caía ao redor, um cenário mágico testemunhando aquele momento de conexão entre os dois.

Os lábios de Nêmesis se moveram em sincronia com os dele, um sentimento de calma e felicidade se espalhando por todo o seu ser. O beijo foi um símbolo não apenas de afeto, mas também de gratidão pela coragem que Finnick a ajudou a encontrar.

Nêmesis havia sofrido muito nas mãos de seu avô, e seu medo de tempestades era apenas a ponta do iceberg

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Um capítulo fofinho pra vocês, com um pouquinho do que Snow fez com Nêmesis

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Volto em breve!

Nêmesis I Finnick OdairOnde histórias criam vida. Descubra agora