• deusa da vingança e da justiça distributiva •
• alguém que exige ou inflige retaliação •
Nêmesis Snow foi criada e ensinada para se tornar a sucessora de seu avô no comando de Panem. Ela nasceu com a promessa de perpetuar a vingança contra os Dist...
De volta ao Distrito 13, Nêmesis havia recebido uma parabenização de Alma Coin pelo que havia feito no Distrito 2, e Haymitch ainda havia comentado que ela havia mostrado que os cidadão da Capital também podiam ter alma.
Mas em que momento ela havia passado a imagem de sem alma?
O que ela era? Apenas uma princesa que havia se rebelado e decidido viver uma vida de eremita?
Aquela revolução havia custado muito pra ela. Estava longe de casa, num lugar em que a maioria das pessoas não confiavam nela, longe de tudo que conhecia e sendo obrigada a se habituar. Ela havia sido picada por serpentes, ficado sob mira de armas e enfrentado seu avô de formas que nunca havia imaginado em prol de libertar os Distritos das mãos de ferro dele.
Mas ela ainda era a desalmada.
-Dá pra ver a fumaça saindo da sua cabeça - Finnick comentou, entrando no compartimento que os dois dividiram com Johanna e colocando suas coisas em cima de sua cama - O que foi?
-Não gosto daqui - Nêmesis foi sincera e Finnick a encarou, mas ela o interrompeu antes que ele pudesse dizer algo - E você tentar argumentar vai acabar me deixando ainda mais desconfortável, porque você vê esse lugar como um refúgio. Eu vejo como uma prisão.
-Nêmesis, essas pessoas salvaram as nossas vidas - Finnick argumentou, sentando-se ao lado dela, segurando sua mão.
-Eu também salvei vidas - Nêmesis respondeu - E nem por isso, eles me enxergam com o mínimo de gratidão. Eu só sou o bichinho esquisito e colorido.
-Você não é um bichinho esquisito e colorido - Finnick responde - Quero dizer, colorido sim - brincou e Nêmesis riu levemente, o empurrando com o ombro, e Finnick a abraçou.
-Eu... Também não confio na Coin - Nêmesis continuou - Eu não consigo confiar nela. O Distrito 13 traiu os outros na outra rebelião, se escondendo nas sombras enquanto outros pagavam por algo que nem foi iniciado por eles. Quem garante que eles não farão isso novamente se vencerem essa?
-Você tem razão - Finnick suspirou, percebendo onde ela queria chegar - Mas, não temos muito o que fazer.
-Eu quero ir na incursão na Capital - Nêmesis afirmo.
-Nêmesis, não - Finnick negou prontamente.
-Finn, eu sou uma das melhores pessoas para ir nessa missão - Nêmesis retrucou - Eu conheço a Capital, ajudei a projetar indiretamente os casulos... Eu já me voluntariei - ela confessou e Finnick a encarou como se ela tivesse lhe dado um tapa.
-Quando foi isso?
-Após a explosão da mina no Distrito 2 - Nêmesis respondeu - Querendo ou não, eu 0fui projetada pra isso desde que era um feto, porque em algum momento eles acreditavam que eu seria útil. Eu fui planejada desde o começo, mas em algum momento eu decidi seguir o meu próprio caminho.
-Eu espero que você não queira dizer o que acho que quer dizer - Finnick a acusou e Nêmesis suspirou.
-É exatamente isso que você entendeu - Nêmesis afirmou e Finnick suspirou resignado, passando a mão pelo cabelo.
-Nêmesis, você tem noção do que está me dizendo? - Finnick perguntou - Você simplesmente se voluntariou para se sacrificar por quem quer que precise. Você quer se matar..
-Finn, não dá pra você proteger todo mundo - Nêmesis disse calmamente - E eu cansei de assistir tudo da proteção do meu apartamento.
-E quanto a mim? A Johanna? E todos que gostam de você? - Finnick tentou argumentar.
-Vocês estavam bem antes de me conhecerem. Ficarão também se algum dia eu não existir mais.
-Você é inacreditável! - Finnick negou com a cabeça, parecendo desesperado.
Por que ele estava daquele jeito?
-Finnick, o que está acontecendo? - Nêmesis perguntou, vendo os olhos dele enchendo de lágrimas - Você não é assim.
-Eu te amo, Nêmesis - Finnick confessou - Desde a primeira vez que eu te vi - Nêmesis o encarou surpresa.
-Por que você nunca me disse?
-Eu não sou digno de você, nunca fui - Finnick respondeu - Você é pura demais, perfeita demais - ele se aproximou dela, colocando as mãos em seu rosto - Mas eu não posso te perder, então eu preciso que você prometa pra mim. Me prometa que pela primeira vez vai se colocar em primeiro lugar. Me prometa que não vai tomar mais nada que sabe que contém veneno. Me prometa que não vai mais ficar pra trás em resgates. Me prometa que não vai se deixar ser atacada por serpentes bastantes. Me prometa que não vai deixar ninguém apontar uma arma para a sua cabeça. Me prometa - ele implorou.
-Eu prometo - ela respondeu e ele a beijou.
Ela só queria ter a certeza de que conseguiria cumprir aquela promessa.
