O Almoço

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Paul :

Crio coragem para bater na porta. O próprio Lennon não estava me ajudando, demonstrando nervosismo. Ser muito modesto é uma coisa que ele não consegue ser.

- Relaxa, cara. - Sussurro para ele.

Toco a campainha, e Dona Emilly prontamente nos recepciona.

- Senhora Emilly Jones? - A mulher que abre é uma jovem senhora sorridente. Tem estatura média, e seus cabelos estavam presos em um coque bem arrumado. Era magra com seios fartos, aparentava ser saudável.

- Oi meninos, sou eu mesmo! Você deve ser o Paul, né? - Ela abre um sorriso, estendendo a mão. Percebo as poucas rugas aparecerem em volta da sua bochecha quando sorri.

- Sim, muito prazer! - Respondo, a cumprimentando - Esse é o John, o aniversariante.

- Ah sim, sim. Quantos anos, John? - Ela aperta sua mão, sorrindo.

- Vinte e um. - ele sorri amarelado.

- Nossa, vinte e um! A partir daí, meu caro, é só ladeira abaixo...

John me olha como se fosse retrucá- la, mas aperto seu braço discretamente, para evitar decepções logo de primeira. Ele entende o recado e releva o assunto, ainda bem.

- Podem entrar meninos! Deixem seus casacos e chapéus aqui no cabide. Não tenham vergonha, sintam- se em casa. - Ela dá espaço para entrarmos.

Penduramos nossos casacos e chapéus no cabide, como ela mesma pediu, e aproveitamos para ver a casa. É modesta e bem arrumada, com uma larga escada que leva ao andar de cima. A cozinha devia ficar logo mais ao fundo da casa, já que a mesa ocupava quase metade da sala. Eu diria que é uma casa típica de classe média alta.

- Bela casa!

- Obrigada - ela sorri enquanto arruma nossas roupas no cabide.- Como está o tempo lá fora? Parece frio.

- Está mesmo, bem nublado. Mas nem se compara com Liverpool. - John responde, ainda apreciando a casa.

- Sei bem como é... - Ela comenta, quase para si mesma.

- Onde está Michelle, Sra. Jones? - Pergunto.

Ela me olha, como se já estivesse esperando por essa pergunta.

- Está na garagem, trabalhando. Vão lá vê- la! O almoço ainda vai demorar um pouquinho para sair.

Ela nos aponta a direção da garagem e vai para a cozinha terminar o seu serviço. Seguimos o caminho que ela falou, fomos até a porta aberta e avistamos Mille, finalmente. E nossa...ela está tão bonita!. Seu cabelo está amarrado de um forma que algumas mechas  perto da nuca escapassem, ficando apenas o topo preso; Sua franja caía sobre os olhos, ela vez ou outra coloca por detrás da orelha.

Michelle segura uma simples aquarela na mão esquerda, e na mão direita estava dando leves e rápidas pinceladas diante de um grande quadro. Vestia um avental todo manchado de tinta e se mostrava concentradíssima no que estava fazendo.

- Vai ficar olhando só de longe é, bestão?! - John fala para mim - Michelle, minha linda, chegamos!!

Ela toma um susto que quase deixa seu pincel cair.

- Porra Lennon, que susto! Era só bater na porta! -Ela o olha com cara de brava. Tão fofa.

John a ignora completamente.

- Então quer dizer que você é uma artista, hein? O que está pintando aí?... Mas nossa senhora, que foda!

- Você acha? Eu nem terminei aind- 

My Michelle - Paul McCartneyOnde histórias criam vida. Descubra agora