A Ligação

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              ~~~ Segunda ~~~

Paul :

A luz do Sol ilumina meu rosto, me fazendo acordar. No fundo, escuto o som do chuveiro ligado: John está banhando.

Fico na cama por um tempo, apenas por preguiça, até John sair do banheiro apenas vestido com uma calça.

- LEVANTA PRINCESINHAA! - ele grita no meu ouvido, jogando sua toalha na minha cara. Faltou me derrubar da cama.

- CALMA OH... - ia xingando ele com as piores palavras possíveis, até ver aquilo - Hahahaah, essa calça ficou ridícula em você!!

- Ah, qual é!? Boca de sino é moda por aqui. Se ficou ridícula em mim, imagine nas suas pernas de graveto.

- Não sei como tu não apertou ela ainda. Vendo agora, me arrependo de ter comprado para mim também.

- Realmente... - John fica se encarando entre poses no espelho. - Mas até que não é tão ruim assim. Pelo menos é mais confortável do que a de couro; Mas agora vai se banhar logo, temos muito o que fazer por aqui, e tu sabe como uma semana passa ligeiro.

- Verdade - me levanto da cama - Já tem uma ideia aonde vamos?

- Sinceramente, nenhuma. O meu medo e de me perder mais ainda, que nem ontem.

De repente, uma ideia me veio à mente...

- Acho que já sei quem pode nos ajudar...

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Michelle:

Eram 8 da manhã, e desço sonolenta do meu quarto para a sala tomar o café da manhã. Na mesa já estava meu pai , lendo um jornal que escondia seu rosto, e mamãe, preparando o café na cozinha.

- Bom dia, pai.

- Bom dia, meu bem. - ele para de ler o jornal. - Não tomou banho ainda?

- Desculpa, acabei dormindo mais tarde. Acordei em cima da hora.

- Mas também, fica tanto tempo fora de casa  fazendo sabe- se Deus o quê... - Minha mãe se intromete, se sentando conosco para comer.

- Bom dia pra senhora também, mãe... - solto um suspiro - E antes que diga qualquer coisa sobre isso, saiba que eu estava trabalhando nos meus projetos, apenas isso.

- Trabalhando desse jeito, saindo de casa e voltando só mais tarde!? Não te colocamos numa faculdade de artes para quando se formar ficar fazendo nada!

- Meninas, calma! - meu pai interfere em um tom consiso. - Está muito cedo para discussões ainda. Vamos tomar o café em paz, sim? Emilly, dê um tempo pra nossa filha, sei que ela está trabalhando em algo produtivo e que trará bons resultados.

- Tomara mesmo. - Ela responde de boca cheia. - Só não queria que fosse assim...

Suspiro profundamente enquanto tomo meu café em silêncio. Essa, certamente, era um discussão da qual eu já tinha me cansado há muito tempo. Não valeria a pena bater boca em plenas 8 horas da manhã.

Papai termina o seu café às pressas, indo ao trabalho. Se despede da minha mãe com um beijo e depois sussurra ao meu ouvido.

- Sei que vai dar certo filha. Acredito em você. - ele dá um beijo em minha testa. Respondo apenas sorrindo para ele.

Com papai saindo de casa, escuto o telefone tocar. A mãe prontamente corre para atender.

- Alô?... Sim, quem tá falando?... Hm... Michelle, telefone pra você!

- Ué, e quem é?

- Um cara chamado Paul. Acho que ele nem é daqui, sotaque estranho...

Quase me engasgo com o pão ao ouvir o nome dele. O que é que esse cara quer a essa hora, meu Deus??
Para evitar mais conflitos, corro para pegar o telefone da mão da minha mãe.

- Por que tá me ligando agora, hein?

- Ah, oi Michelle! Quem era no telefone? A sua mãe?

- Sim sim, era. Mas o que é que você quer? - Pergunto, impaciente.

- Calma ae, pra que ficar nervosa? Só queria te chamar para sairmos. Meu amigo vem junto, e sabe como é, não sabemos muito bem como andar por aqui... Achei que talvez você pudesse nos ajudar a encontrar uns lugares legais.

- Ah entendi... Quer que eu seja sua guia turística, então?

- Ora, não interprete dessa forma. Vai ser bom darmos uma volta, assim a gente até se conhece mais...

Mas será possível...

- Pois bem, e o que eu vou ganhar com isso hein? Também não vou de graça.

- A minha companhia? Não tem preço, mas tem um grande valor, posso te garantir.

Deixo soltar uma risada boba, e ele sem querer escuta.

- Tá vendo como vai gostar? Me dê uma chance para você ver. Assim, os dois lados sairão ganhando.

- ...Vou pensar se realmente vou. Mas entenda, disse que vou pensar.

- Pois trate de pensar rápido; Você já sabe aonde nos encontrar. Ah, e diga para sua mãe q-

Desligo o telefone bruscamente e vou subindo para meu quarto.

- Quem era, filha?

- Ninguém importante, mãe. Depois te conto.

Entro no meu quarto e sento na minha cama. Eu realmente iria pensar se adiantaria eu ir ou não sair com uma pessoa que conheci apenas ontem. Eu posso muito bem deixar eles me esperando e se virarem pela cidade ; Mas também posso fugir um pouco da minha rotina, e me aventurar com esses dois estrangeiros. Esse garoto realmente aparentou ser um bom rapaz, com um ar envolvente e até então atraente. "Ele não iria desistir tão fácil", assim deduzo.

Após alguns minutos refletindo, finalmente tenho minha decisão final.

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Paul:

John sai por último e tranca a porta do quarto. Andando atrás de mim, ele solta risadas:

- Essa calça em você hein... - ele gargalha alto, como uma criança travessa - Nada mal Pauly!

Sim, eu fui obrigado a vestir também.

- Vá se danar!

Paramos em frente ao hotel, bem na porta. As ruas estão com muitas pessoas circulando, os restaurantes e lanchonetes das esquinas abertos, e o Sol, brilhando como nunca.

- Tem certeza que essa menina vem mesmo?

- Ela vem sim - respondo, olhando para o céu. - Sei que vem...














My Michelle - Paul McCartneyOnde histórias criam vida. Descubra agora