Eles estavam em silêncio assistindo ao filme. Rio mais concentrado que SP.
São Paulo sentia sua cabeça pesar para os lados, estava começando a ficar com sono. Esse era um dos efeitos que o remédio para suas crises tinha em si, por isso que esse ele quase nunca tomava.
Tentava ao máximo se manter acordado, mas o barulho de chuva do lado de fora não estava lhe ajudando nem um pouco.
Sem nem perceber, deitou sua cabeça no ombro de Rio de Janeiro. Porém, automaticamente, assim que percebeu o que fez, se levantou e balançou sua cabeça, em uma tentativa de acordar.
— Você está com sono, né? — Pausou o filme
— É por causa do remédio — Ele deu de ombros e coçou os olhos, numa tentativa de não dormir mais
— Se quiser, eu posso ir embora, aí você descansa — Enquanto dizia a frase, um trovão alto caiu e fez com que ambos olhassem para a janela
— Melhor não, a chuva tá aumentando lá fora, eu consigo ficar acordado
— Que nada! Dá pra ver que você já tá sem dormir tem um tempo... Eu vou embora na chuva mesmo, não se preocupa
Mais um trovão caiu no lado de fora do apartamento, ecoando um barulho maior que o anterior. SP encarou Rio.
— Se você quiser, pode dormir aqui em casa hoje...
— Tem certeza?! Eu não vou te atrapalhar?
— Não, eu te empresto um pijama e uma roupa pra você ir trabalhar amanhã — Ele deu de ombros, se levantando e cambaleando
— Não tem problema mesmo? — SP negou mais uma vez — Então, muito obrigado por me deixar ficar
— Que nada, vou pegar um pijama pra você, quer tomar um banho antes? — Rio negou
— Sempre tomo banho de manhã, geralmente não tomo outro... Sem contar que está trovejando
— Tudo bem, fique à vontade — Entregou a peça de roupa a RJ
Enquanto São Paulo se direcionava para o próprio quarto, Rio foi até o banheiro e se trocou.
O pijama havia ficado do tamanho certo, afinal, esse era um dos mais largos de SP. Ele se consistia em uma camiseta e um shot preto, com estampa de um dragão chinês, contornado em verde.
"Caralho, que foda! Nem parece um pijama..." Pensou RJ.
No quarto, Rio de Janeiro encontrou São Paulo encarando o teto, enquanto estava deitado na cama.
Rio apenas ficou em pé ao seu lado. Assim que notou a presença dele, SP se levantou de sua posição e o encarou.
— Olha, eu não tenho outra cama... Eu posso dormir no sofá, fica com a cama pra ti
— Que nada! Eu que sou o convidado, eu fico no sofá!
— Mas aquele sofá é duro, você vai acordar com as costas toda fodida pra trabalhar amanhã!
— E você iria dormir lá? Que sacanagem!
São Paulo parou para pensar, a cama dele era de casal, afinal, antes Rio dormia ali com ele. Mas... Será que isso seria apropriado?
— Olha... — Disse com as bochechas um pouco avermelhadas — Se você quiser, dá pra a gente dormir na mesma cama, ela é de casal...
Rio ficou igualmente desconcertado, tanto é que coçou a nuca e desviou o olhar. Era minimamente meio estranho duas pessoas que já tiveram uma relação antes dormirem na mesma cama depois de meses...
— Só se você quiser! Qualquer coisa, eu durmo no sofá mesmo, não tem pro-...
— Você não se incomoda? — SP se calou e negou
— Vai ser um pouco estranho, mas a gente pode só ignorar
— Prometo não te atacar sexualmente enquanto você dorme! — A fala fez SP rir alto e responder irônico também:
— Promete mesmo? — Concordou — Então pode vir
— Certo... — Rio se deitou do lado esquerdo de SP, como costumava a fazer antes, quando os dois namoravam
Sampa se virou para o outro lado da cama e respirou fundo, tentando ao máximo ignorar a presença de mais uma pessoa na cama consigo.
— Rio... — Teve a atenção do garoto — Eu já vou dormir agora, mas você não precisa, se não quiser! É só que eu tô cansado e...
— Ah, relaxa, vou dormir também! — Apagou a luz do quarto
Rio se virou novamente para o lado oposto de SP. Ainda sim, sentiu uma vontade de provocar o moreno a respeito de algo. Por isso, mesmo sem olhar para ele, disse:
— Vai perder a oportunidade de ser a conchinha de fora, Sampa? — Com a frase, SP gargalhou
Quando namoravam, a coisa que SP mais insistia para Rio na hora de dormir era para ser a conchinha de fora e geralmente, eram nessas discussões que RJ ia dormir no sofá duro da sala.
— Então você finalmente vai ceder? — Respondeu enquanto se virava de frente para as costas do outro
— Depende, você vai me chutar pra fora da cama?
— Só se você roncar — Com isso, jogou seu corpo por cima do de Rio, encaixando ele em seus braços e pernas, e aproveitando para colocar a cabeça em seu pescoço
— Olha que se você me der uns cheiro no cangote, eu posso acabar quebrando minha promessa — Disse zoeiro, o que fez SP rir
— Você não resiste mesmo, hein, carioca — Deu um tapinha em seu ombro — Já fica assim só com um cheiro? — Foi a última coisa que SP disse antes de Rio rir e eles se ajustarem melhor
Rio de Janeiro se acomodou melhor naquela posição. Não era algo tão comum pra ele.
Aos poucos, sentia o moreno relaxar por cima de si, ressonando baixo. Talvez, isso indicasse que também era hora de Rio de Janeiro pregar os olhos.
RJ encarou as unhas pintadas de preto que estavam contornando seu corpo e que, acidentalmente, apertavam forte seu braço.
Com cuidado, Rio de Janeiro foi soltando os dedos de SP de sua pele, mas ao mesmo tempo, colocando eles em uma posição que o moreno continuasse o abraçando.
Com o tempo, Rio também sentiu seu corpo relaxar, indicando que ele iria cair no sono também.
Antes disso, puxou a coberta que estava na beira da cama para si e cobriu ele e o garoto que estava agarrado em suas costas. Apesar de não estar tão frio no momento, mais tarde, com certeza ficaria.
Os dois dormiram abraçados até o dia seguinte.
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Maldito De Ex - pauneiro (SPXRJ)
FanfictionSão Paulo e Rio terminaram e tudo indicava que SP estava traindo o namorado. Apesar disso, nada foi comprovado. Agora, os dois trabalham na mesma empresa e precisam arranjar um jeito de se suportar. Cada um tem seu lado da história e tem seu ponto a...