20 - Wine Pon You

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Apesar de estranho, assim que Rio saiu do trabalho, já estava indo bater na porta de Sampa novamente

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Apesar de estranho, assim que Rio saiu do trabalho, já estava indo bater na porta de Sampa novamente.

Talvez ele devesse mandar mensagem avisando que iria, mas era algo que ele sempre esquecia.

O porteiro do prédio de SP já conhecia Rio, então nem se dava ao trabalho de interfonar, afinal, ele não tinha ideia que os dois tinham terminado.

"Ok, eu devia ter avisado" — Pensou assim que o moreno atendeu a porta apenas de samba canção e chinelos

Ele estava com o peitoral exposto, logo, todas as suas tatuagens e piercing estavam em sua frente. Além daquela cintura fina bem à mostra. Rio balançou a cabeça tentando não ficar encarando.

Olhou para SP, que tinha as bochechas vermelhas.

— O que você tá fazendo aqui?...

— A-ah, desculpa... Eu tinha vindo conversar, mas acho que seria melhor eu ter avisado...

— É o que geralmente as pessoas fazem

— Me desculpa, eu realmente esqueci...

— Tá, tudo bem... Só acho que é melhor você parar de encarar a minha cintura— O garoto logo desviou o olhar da parte do corpo do outro e coçou a nuca. SP riu e abriu espaço — Pode entrar, só ignora a bagunça

Rio agradeceu e entrou. São Paulo se dirigiu até o quarto para colocar alguma camiseta e evitar mais constrangimento entre os dois. Acabou optando por uma preta larga com estampa de anime que estava jogada em um canto do quarto. Rio de Janeiro aguardava quieto no sofá.

— Do que veio falar comigo? — Se sentou no sofá também, em frente a RJ

— Vim tentar te convencer a ficar na empresa do Brasil — Foi direto

— Olha, isso é uma questão meio complicada, Rio...

— Eu sei que você não quer voltar pra lá porque se sente pressionado e que você e o Minas brigaram, mas você vai jogar tudo fora por isso?

— Não é só por causa disso

— Então qual é o outro motivo além da sua briga com o Minas e de você não estar bem?

Como falar para Rio que ele era o outro motivo?

Não era porque São Paulo odiava ele, mas exatamente pelo oposto, tinha medo de voltar a se relacionar com ele pelo contato. E depois das confissões e alguns beijos, não tinha como negar que SP gostaria de estar ao lado dele.

— Eu só não quero, não tem um porquê exato — Ele deu de ombros

— Mas então você também não tem porque não voltar

São Paulo suspirou, sabia que Rio de Janeiro era insistente quando queria e precisaria ter calma para lidar com ele.

— Você tá escondendo algo — RJ afirmou com convicção

— Que?

— Você não quer me falar o motivo

— Não é como se eu precisasse fazer isso

— Eu só tô tentando te ajudar — Rio encostou a cabeça no encosto do sofá — Eu não entendo porque você quer se demitir, uma briga seria o menor dos motivos. Sei que você tem toda essa questão com a sua ansiedade, mas ainda sim, não acho que, pra você, seja motivo o suficiente... Você trabalha muito bem e batalhou muito pra conseguir o lugar de importância que você tem hoje na empresa. Por qual outro motivo, somado a esses, você pediria demissão?

— Você, Rio de Janeiro, o motivo é você! — SP se exaltou e só percebeu o que disse quando viu o rosto de RJ tomar uma expressão séria e quieta — Não exatamente você, mas o fato da gente estar mais próximos novamente, isso me deixa confuso

— Já é, eu posso me demitir então — SP arregalou os olhos

— Espera, não é isso! — Antes que Rio pudesse se levantar, Sampa segurou seu braço — Eu não disse nesse sentido. Além de que isso vai ser injusto para você, eu posso até ser um filho da puta, mas eu não quero que você se prejudique por conta dos meus problemas

— Você está há mais tempo na empresa, eu quem vou ser injusto se você se demitir por minha causa

— Primeiro, que eu já disse que você não é a única causa e segundo, você precisa do emprego mais do que eu!

— Pelo contrário, eu tô morando de aluguel na casa de um amigo, ajudo ele com as contas, alimentação e etc — Gesticulou — Apesar de já ter conseguido dinheiro pra financiar um apartamento, eu posso ficar com ele mais um tempo, até conseguir outro emprego, meu salário acumulado dá conta disso — Deu de ombros enquanto explicava — Você já tem a sua vida mais resolvida e não divide esses gastos mensais com ninguém, se você perder seu emprego, vai ser complicado continuar se mantendo

— Mas, desse jeito, eu vou estar te impedindo de ter uma vida resolvida também — Cruzou os braços

— Então, vamos pensar em outra solução, sem ser essa troca de demissões, isso não vai dar em nada! — SP concordou — Eu posso parar de te incomodar daqui em diante

— Você não me incomoda, Rio

— Então, por que você estava se demitindo por minha causa?

— A nossa reaproximação aconteceu junto com um bando de coisa na minha vida — Se encostou melhor no acolchoado — Minha mente tá toda bagunçada e eu não sei como eu vou lidar com isso

— E você acha que fugir daquilo que te ocupa vai ajudar? — O silêncio pairou entre eles momentaneamente — Você não quer mais ter esse tipo de relação comigo?

— Não é isso, eu já disse que eu só tô confuso com tudo

— Então, a gente pode só ser profissionais — São Paulo o encarou — Podemos nos ignorar na empresa, fora dela, você quem decide

— É meio difícil te ignorar quando você senta bem na minha frente, quase cara a cara comigo

— É só eu trocar de lugar com o Minas, sem problemas — Deu de ombros — E então? Volta pra empresa?

São Paulo demorou alguns segundos para se decidir, mas logo assentiu. Isso fez com que Rio de Janeiro sorrisse.

— Sobre a gente fora da empresa, tem problema se adiarmos essa conversa por um tempo? Como eu disse, a minha cabeça não está das melhores para isso

— Tudo bem, eu não me importo — Coçou a nuca — Se quiser, eu também paro de aparecer de surpresa na sua casa

— Isso é uma boa ideia, assim a gente evita que eu abra a porta só de samba canção e você fique babando no meu corpo

— Eu não tava- — Sua fala foi interrompida por um simples olhar de SP

"Aaah tava sim" — Era isso que aquele olhar exalava

— Tá, talvez eu estivesse, só um pouco...

São Paulo se aproximou aos poucos do corpo de Rio.

— Um pouco?

As mãos de RJ subiram quase que imediatamente para contornar o corpo. Ele ficou meio confuso sobre o que fazer após a fala dele.

Rio encarava as próprias mãos e SP como se pedisse uma permissão e o outro só concordou com a cabeça. As mãos logo contornaram sua cintura e eles se encararam nos olhos.

— Talvez eu esteja um pouco obcecado

— Você sempre foi — Subiu as mãos para o maxilar dele

— Eu posso te beijar? — Novamente, SP assentiu

Os lábios se encontraram rapidamente, em um contato com o ritmo acelerado. As mãos de Rio de Janeiro afastaram a camiseta e pegaram na pele do moreno, que sorriu em meio ao beijo.

Maldito De Ex - pauneiro (SPXRJ)Onde histórias criam vida. Descubra agora