19 - Desenrolar de Sulnara

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Desde que havia confessado a RJ que ele e RS estavam "namorando", sua mente vinha o sabotando.

Iriam se encontrar naquela noite, assim que PR voltasse da faculdade. Rio Grande do Sul dormiria na casa dele e eles iriam assistir algum filme, só como desculpa mesmo.

Assim que chegou em sua casa, Paraná pegou Nana em seu colo e deitou no sofá, tentando descontar todo o medo e ansiedade que estava sentindo.

Nana sempre fora seu porto seguro. Quando estava mal, bastava apenas um abraço dela que tudo passava a ficar mais tranquilo...

O interfone do apartamento tocou, era óbvio que RS havia chegado. O porteiro apenas confirmou isso do outro lado da linha. A campainha tocou minutos seguintes a ligação.

Ainda com Nana no colo, Paraná foi atender a porta.

"Se ele estiver bravo, pelo menos a Naná vai ajudar, ninguém resiste à uma capivara fofa e quietinha" — Essa foi sua linha de raciocínio.

A figura de RS logo estava em sua frente, Paraná engoliu seco. Apesar de tudo, Rio Grande do Sul estava com um sorriso no rosto e logo passou a mão na cabeça da capivara.

— Pode entrar... — PR disse e RS logo obedeceu

Agora, estavam no sofá. Havia um filme qualquer passando na TV, só para o ambiente não ficar tão silencioso.

RS ainda acariciava a capivara, enquanto PR tentava se acalmar, já que o loiro sequer tocou no assunto desde que pisou na casa.

— Então, quer dizer que somos namorados? — No momento em que RS disse isso aleatoriamente, a mente de Paraná paralisou, assim como seu corpo

Ele demorou alguns segundos para processar a informação e então, pensar em algo para responder.

— Olha... Eu... Me desculpa por ter dito aquilo ao Rio, eu acabei que me exaltando e confundindo as coisas, me desculpa...

— Relaxa, piá — Chamou-o pela gíria do mais novo — Só fiquei meio em choque porque você disse isso do nada

— Então, você não se importa? — Ele negou e Paraná relaxou no sofá — Que bom! Já tava ficando nervoso, achei que você tinha ficado bravo comigo e me acobertou só pra não ficar estranho

— Por que eu ficaria bravo? — Seus olhos enfim se encontraram

— Ah, porque... — Ele perdeu as palavras em meio à troca de olhares — Porque...

— A gente já tá ficando há algum tempo, sabia que esse assunto ia vir à tona em algum momento — Ele deu de ombros

— Eu assumi que a gente namorava pro seu melhor amigo, deve ter sido no mínimo estranho

— Foi um pouco, mas não é como se eu fosse te odiar por isso — RS colocou uma mecha de cabelo de Paraná atrás de sua orelha. Aproveitando a deixa, Rio Grande do Sul se aproximou da orelha dele — Na verdade, eu te amo demais pra te odiar... — Sussurou

— Eu... Também te amo — Paraná sorriu

— Sabe, já que você já disse que a gente namorava e agora confessamos isso...

Quer namorar comigo? — Disseram juntos

— Eu que ia pedir! — RS protestou

— Ah, mas eu disse também — Cruzou os braços — Acho que não importa quem pediu

— Realmente, o importante é que agora é oficial, a gente tá namorando

Eles se aproximaram mais um do outro. Dessa vez, Paraná não tinha mais receio, toda sua ansiedade vinha de um medo irreal e agora, ele está tão feliz que nem se deu ao trabalho de lembrar do sentimento ruim de antes.

Os dois se beijaram cheios de paixão. As mãos de Paraná se embolaram nos cabelos de Sul de uma maneira gostosa. RS não perdeu tempo e deitou o mais baixo no sofá.

A sessão de beijos terminou em risadas entre eles, pela tamanha intensidade em um momento tão aleatório e, teoricamente, casual.

Paraná estava com as costas no sofá e Rio Grande do Sul se encontrava com uma perna dobrada no sofá, ao lado do corpo de PR e outra se apoiava no chão.

— Já vou avisando que quem vai comprar as alianças sou eu! — RS antecipou

— Mas-...

— Mas, nada! Eu faço as honras, tchê — E então, segurou a mão de Paraná. Beijou o dedo anelar dele, o que fez Paraná rir envergonhado

— Você está muito romântico — Desceu a mão pela barba dele

— Só estou fazendo meu papel de namorado — Desceu os próprios lábios até os de Paraná

— Ainda quer assistir alguma coisa?

Os dois se ajeitaram melhor no sofá, dessa vez, sentados lado a lado.

— Você não cansa, não? — PR ergueu uma das sombrancelhas — Tu trabalha o dia inteiro, faz faculdade e ainda tem energia pra ver filme?

— Amanhã é sábado, não tenho pressa pra dormir — Deu de ombros

— Mas você não está cansado?

Paraná encostou sua cabeça no ombro do namorado.

— É meio que inevitável que eu fique cansado, eu ocupo minha mente com muita coisa

— Você pretende sair da empresa do Brasil?

— Quando terminar o período de estágio, sim! Perder a parte da manhã me ferra muito com as coisas da casa

— Eu posso te ajudar com alguma coisa se você quiser

— Você realmente está querendo cumprir seu papel de namorado — Eles riram

— Só não quero que você se sobrecarregue tanto, dá pra ver seu esforço de longe — Acariciou os fios de cabelo de PR

— Você é um amor, mas eu consigo me virar

— De qualquer forma, se precisar, só chamar — RS batucou o próprio colo e acabou atraindo a atenção de Nana, que estava apenas próxima dos dois. Ela subiu em seu colo e a mão de RS prontamente lhe fez um carinho — Nem que seja pra cuidar da Nana

— Ah, mas esse é o melhor trabalho da casa! — O dono do animal acariciou seus pelos também

RS continuou o carinho nos fios de Paraná, enquanto ele basicamente se deitava no colo dele, abraçando o animal que já ocupava aquele espaço.

Nana, por sua vez, pulou em cima das costas do dono e se aconchegou ali, quase dormindo. Tal ato fez os dois rirem.

— Acho que alguém está te proibindo de sair dai — PR se deitou de vez no colo de Rio Grande do Sul, que ajudou-o a se ajeitar em uma posição confortável

— Não é como se eu fosse sair daqui

A conversa cessou entre eles, Sul ainda acariciava tanto a capivara quanto os cabelos de Paraná. Aos poucos, PR ia adormecendo, estava realmente cansado, não iria negar mais.

Assim que ouviu o garoto ressonar em seu colo, RS riu.

Delicadamente, tirou Nana das costas do dono e colocou ela no sofá. Logo após, levantou Paraná, tomando o máximo de cuidado para que ele não acordasse. Colocou ele em sua cama.

Após ter se certificado que a porta estava fechada e que Nana havia descido para sua caminha, RS mandou uma mensagem para RJ e foi dormir, agarrado ao seu namorado.

Maldito De Ex - pauneiro (SPXRJ)Onde histórias criam vida. Descubra agora